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Cerca de 200 balões foram soltos no pátio do Hospital do Câncer em alusão ao Novembro Azul. |
Após
um mês de campanha em Outubro dedicado à prevenção do câncer de mama,
que teve como alvo principal as mulheres, o Governo do Estado iniciou
oficialmente, nessa quarta-feira (11), no Hospital de Câncer do Maranhão – Dr. Tarquínio Lopes Filho (HCTLF), a campanha ‘Novembro Azul’, um movimento internacional que pretende conscientizar e mudar
os hábitos do público masculino em relação à saúde, incentivando,
assim, o diagnóstico precoce de doenças comuns aos homens, com foco no
câncer de próstata – glândula localizada próxima à bexiga.
A
estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o ano de 2014
foi de 68.800 novos casos no país. No Maranhão foi de 910 casos de
câncer de próstata, destes, 230 na capital. Atualmente, 32% dos
pacientes oncológicos em tratamento no Hospital de Câncer do Maranhão,
são de câncer de próstata, o que corresponde a cerca de 260 pacientes, e
um com câncer de pênis. A programação do ‘Novembro Azul’ no hospital,
envolverá um ciclo de palestras com diversos temas relacionados à saúde
do homem, além do mutirão de consultas com os urologistas, que será
realizado na terça-feira (17).
Nesse
sentido, o governo Flávio Dino pretende com o ‘ Novembro Azul’,
promover ações que contribuam para a compreensão da realidade da saúde
do homem e propiciem um melhor acolhimento no Sistema Único de Saúde
(SUS), como explica o secretário de Estado de Saúde, Marcos Pacheco.
“Estamos ressaltando a importância do cuidado. Cuidar é dar assistência,
mas, sobretudo, prevenir. O empenho a respeito da prevenção é o
principal, pois prevenindo a doença, prevenimos o sofrimento que ela
traz. Essa é a política de saúde que o Estado adotou no sentido de
resgatar o conceito da saúde preventiva como o caminho para um sistema
de saúde eficaz”, pontuou o secretário.
A
campanha formal alcança no mundo cerca de 1,1 milhões de pessoas em
países como Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá, Reino
Unido, Finlândia, Holanda, Espanha, África do Sul e Irlanda. Segundo
dados do Inca, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum
entre os homens – atrás apenas do câncer de pele não-melanoma –, e o
sexto tipo mais comum no mundo mais prevalente em homens, representando
cerca de 10% do total de cânceres.
Segundo o diretor
geral do Hospital de Câncer, José Maria Assunção, as ações que
acontecem até o dia 20 de novembro, destacam outros temas, além do
câncer de próstata, pela relevância das informações, inclusive a cerca
do câncer de pênis, que representa 2% de todos os tipos de câncer que
atingem o homem no Brasil, sendo mais frequente nas regiões Norte e
Nordeste. “Temos
recebido pacientes em fases avançadas do câncer de próstata, o que
evidencia a importância de campanhas como essa, pois tratar o câncer em
estágio avançado diminui a chance de cura. Com as ações da campanha
visamos constatar os casos em fase inicial, pois sendo assim, as chances
de cura são acima de 95%”, ressalta o diretor e médico oncologista.
Câncer de Próstata
A
doença ocorre quando as células da próstata começam a se multiplicar de
forma desordenada. Em fase inicial não apresenta sintomas o que torna
imprescindível que os homens façam os exames específicos para
diagnóstico precoce.
A
Sociedade Americana de Urologia recomenda que o exame de sangue para a
dosagem do antígeno prostático específico (PSA) seja realizado
anualmente por homens a partir dos 50 anos e dos 45 anos para aqueles
que possuem histórico familiar da doença.
O
médico Lúcio Paiva, urologista e coordenador do setor de urologia do
HCTLF, orienta que apenas com a realização do PSA não é possível obter o
diagnóstico completo, por isso a importância do exame do toque retal.
“O preconceito e os tabus têm diminuído, mas ainda são os principais
motivos para a não realização do exame. É importante que haja a
conscientização sobre o aumento da chance de cura da doença quando, por
meio do exame, o médico constata indícios de irregularidades na saúde
daquele paciente”, afirma o urologista.
Após
vencer a barreira do preconceito que tinha o funcionário público José
Gomes, 56, começou a fazer acompanhamento aos 44 anos. “Penso em quanto
tempo podemos perder de vida por conta de uma ignorância. O exame é
rápido, e são cinco segundos que podem ajudar a salvar a vida de quem
descobre a doença. Hoje eu tento conscientizar a todos da minha família e
amigos, para deixar de lado o preconceito e encarar esse exame como sua
melhor alternativa para prevenção”, disse o senhor José Gomes.
Segundo o urologista, os sintomas do câncer de próstata são semelhantes aos da hiperplasia prostática benigna (HPB). Na fase avançada, a doença pode provocar dor óssea e até infecção generalizada. Dentre os fatores de risco os principais são histórico familiar – ter parentes em primeiro grau com câncer de próstata, o que aumenta a chance de apresentar a doença de duas a cinco vezes; a idade – pois mais do que qualquer outro tipo, esse é considerado um câncer da terceira idade; raça – o câncer de próstata é mais frequente em homens de descendência africana do que em homens de outras raças; DSTs – as doenças sexualmente transmissíveis como gonorréia ou clamídia, podem aumentar o risco de câncer, mas ainda fazem parte de estudos não concluídos.
Os
especialistas garantem que embora os fatores de risco possam
influenciar o desenvolvimento do câncer, a maioria não causa diretamente
a doença. “Por esse motivo, é necessário que independentemente de
estarem em um grupo considerado de risco, todos procurem um médico para
prevenção e promoção da saúde”, destaca o urologista.
Fonte: Governo do Maranhão