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Secretário Marcos Pacheco ao lado da médica Juliana Doriqui e da superintendente de Epidemiologia da SES, Léa Márcia Costa, durante a entrevista coletiva |
Após
o Governo do Estado do Pernambuco decretar estado de emergência devido
ao aumento considerável de casos de microcefalia, e de outros estados do
Nordeste notificarem novos casos da doença, o Governo do Maranhão
intensificou os meios de informação e prevenção da doença. Em média, os
casos em Pernambuco não passavam de dez por ano, mas nos últimos quatro
meses foram confirmados 141 registros.
No
Maranhão não há surto da doença, no entanto, considerando o aumento do
número de casos em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, a Superintendência de Epidemiologia e Controle de Doenças realizou
um levantamento para contabilizar os dados dos municípios e fechar o
total de casos no estado. Em entrevista coletiva concedida nesta
segunda-feira (16), foi esclarecida a situação do Maranhão.
Durante
a coletiva, o secretário de Estado de Saúde, Marcos Pacheco, detalhou
as ações que estão sendo desenvolvidas para evitar o aumento de casos e
atualizou os dados sobre a doença. Até agora, foram registrados sete
casos da doença no Maranhão, o quantitativo está distante do considerado
como quadro de surto pelo Ministério da Saúde.
O
secretário Marcos Pacheco destacou como principal mecanismo existente
para prevenir a doença um pré-natal bem feito, com acompanhamento médico
adequado, além da não exposição ao uso dessas substâncias químicas,
como o álcool, por exemplo.
“Queremos
ressaltar que estamos aproveitando o momento de alerta para evidenciar a
postura preventiva a respeito dessa doença. Sabemos que a mãe possui
uma responsabilidade grande para preservar a saúde do bebê em formação.
Por isso, esclarecemos que os instrumentos [como o pré-natal] existem
para prevenir e qualificar o período gestacional”, afirma o secretário.
Também
participaram da coletiva a superintendente de Epidemiologia e Controle
de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Lea Márcia Costa, e a
médica geneticista Maria Juliana Rodovalho Doriqui, referência na sua
especialidade dentro do corpo clínico do Sistema Único de Saúde (SUS) no
Maranhão.
“Em
2012 foram notificados seis casos. Em 2013 e 2014, tivemos apenas dois
casos, portanto, estamos dentro da média e bem abaixo dos números
notificados em outros estados do Nordeste. Porém, estamos alertando
todos os municípios sobre a Portaria do Ministério da Saúde n° 116/2009,
que trata da responsabilidade de alimentação dos casos no Sinasc em, no
máximo, 60 dias. Mas nós da SES orientamos para que isso aconteça mais
rápido, que não ultrapasse 30 dias”, explicou a superintendente Lea
Márcia Costa.
As
notificações do Sinasc mostram que os nascimentos de bebês com
microcefalia no Maranhão ocorreram nos meses de maio (1), agosto (1),
setembro (1), outubro (3) e novembro (1). Os casso ocorreram nos
municípios de Buriticupu (1), Coroatá (1), São José de Ribamar (1),
Chapadinha (1), São Francisco do Brejão (1), Barra do Corda (1) e Dom
Pedro (1).
Sobre
a hipótese que tem sido discutida pela comunidade médica, de que o
aumento de casos de microcefalia poderia estar relacionado a infecções
por Zika vírus - vírus que foi identificado pela primeira vez no país em
abril deste ano - os representantes do Ministério da Saúde afirmam que
ainda é precipitado atribuir o evento a essa causa.
No
Maranhão, a SES cruzou os nomes das mães que tiveram bebês com
microcefalia em outro programa de monitoramento, que é o Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Nenhuma das mães que
tiveram filhos identificados com microcefalia esse ano, tiveram doenças
notificadas, como o Zika Vírus.
Caso maranhense notificado no Piauí
No
final da tarde desta segunda-feira (16), mais um caso de microcefalia
foi notificado. A ocorrência aconteceu em Teresina (PI), mas a
residência da mãe é no município maranhense de Dom Pedro. Por isso, o
sistema faz a captação das duas informações, da residência (local onde a
mãe mora) e da ocorrência (local onde a criança nasceu). Portanto, até
agora foram notificados sete casos em todo o Maranhão.
Sobre o SINASC
O
Departamento de Informática do SUS (DATASUS) desenvolveu desde o início
da década de 90 o ‘Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos’
(Sinasc) para reunir informações epidemiológicas referentes aos
nascimentos informados em todo território nacional.
Após
o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é a rotina nos
berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é
um dos principais momentos para se realizar a busca ativa de possíveis
anomalias congênitas.
Esse
acompanhamento acontece em todas as maternidades e hospitais do
Maranhão, e dentre os benefícios, está o de subsidiar as intervenções
relacionadas à saúde da mulher e da criança para todos os níveis do SUS.
Entenda o que é a microcefalia
A
microcefalia é uma condição rara em que o bebê, com idade gestacional
normal de nove meses, nasce com o crânio menor que 33 cm. A doença está
associada a uma má formação congênita ligada a diferentes fatores, como
infecção por agentes biológicos, como bactérias e vírus, adquiridas pela
mãe, principalmente no primeiro trimestre da gestação, que é quando o
cérebro do bebê está em formação. Dentre as principais, estão infecções
como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Outros fatores se referem
ao uso de substâncias químicas durante a gravidez, como álcool e drogas.
Fonte: Governo do Maranhão