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Secretário Jefferson Portela, ao lado do delegado geral Augusto Barros e do superintendente da Seccor, Lawrence Pereira em coletiva na sede da secretaria. |
Governo do Maranhão - Em
coletiva à imprensa nesta quinta-feira (26), a Secretaria de Estado da
Segurança Pública (SSPMA) apresentou as duas últimas pessoas presas pela
operação El Berite II, que investigou desvio de recursos públicos em
Bacabal para pagamento de agiotas. O casal Charles da Silva Viegas e
Maria José Viegas – proprietários da empresa El Berite, que distribuía o
dinheiro desviado – foi preso em São Paulo (SP), em ação conjunta entre
as Polícias Civis do Maranhão e de São Paulo. A operação foi concluída
com a prisão preventiva de nove pessoas envolvidas. Durante a
entrevista, os delegados também anunciaram a prisão do ex-secretário de
Finanças de São Mateus, Washington de Oliveira, por tentativa de
peculato no município.
O
trabalho, conduzido pela Superintendência de Combate à Corrupção
(Seccor), foi destacado pelo secretário de Estado da Segurança Pública,
Jefferson Portela. “O dinheiro público deve ser aplicado para fins
públicos previamente definidos e não para pessoas enriquecerem. Não se
pode ficar rico às custas da saúde pública, da merenda escolar ou da
construção de moradias, de modo imoral. Essa cultura maligna tem que
acabar. Por isso, o governador Flávio Dino decidiu pela criação da
Seccor, que agora foi ampliada e conta com mais delegados,
investigadores e escrivães, que prosseguirão e intensificarão o trabalho
de combate à corrupção”, enfatizou Portela. “A ordem é investigar,
prender os responsáveis e recuperar para o erário público o que foi
desviado”, completou.
A
prisão do casal foi articulada pela Polícia Civil do Maranhão e
operacionalizada pela Polícia Civil de São Paulo. Charles e Maria José
Viegas já tinham residência estabelecida na capital paulista e eram alvo
da investigação, que os localizou e prendeu. Eles responderão, dentre
outros crimes, por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e
ocultação de bens. A investigação constatou que a empresa El Berite, que
nomeia a operação desencadeada pela Seccor, desviou R$ 4,5 milhões e
pulverizou o dinheiro para agiotas, servidores públicos e vereadores. A
empresa recebia recursos públicos sem qualquer tipo de contrato com a
Prefeitura de Bacabal.
De
acordo com o presidente da Comissão de Agiotagem, delegado Roberto
Fortes, a última etapa da operação conclui um dos 42 inquéritos
iniciados ainda em 2012, com a Operação Detonando. Naquela ocasião, a
Polícia localizou vasta documentação e cheques de prefeituras no estouro
de cofre na casa do pai do agiota Gláucio Alencar, José Miranda.
Este
mês, a Operação El Berite II já havia prendido mais sete pessoas: o
ex-prefeito de Bacabal, Raimundo Lisboa, e dois de seus auxiliares na
gestão municipal, o ex-tesoureiro, Gilberto Ferreira, e o ex-secretário
municipal Aldo Araújo de Brito, além de Josival Cavalcanti, conhecido
como agiota pelo apelido de Pacovan, e sua esposa Edna Pereira; e
Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP ou Imperador. O
agiota Gláucio Alencar foi alvo do sétimo mandado de prisão, acusado de
ter recebido dinheiro advindo do esquema, mas já estava preso por ser o
mandante do assassinato do jornalista Décio Sá. Ao todo, 17 pessoas
foram indiciadas na Operação El Berite II.
Também
participaram da coletiva de imprensa o delegado geral da Polícia Civil
do Maranhão, Augusto Barros, e o superintendente da Seccor, Lawrence
Pereira.
Operação São Mateus
O
delegado Leonardo Bastian, que integra a Seccor, informou que o
ex-secretário de Finanças de São Mateus e contador do Município,
Washington José Oliveira Costa, também teve prisão preventiva cumprida
em operação de combate à corrupção no município. Dois cheques no valor
de R$ 110 mil, com a assinatura de Washington, haviam sido apreendidos
antes do saque. Durante o interrogatório, o contador assumiu ter dado os
cheques a Josival Cavalcante Silva, o Pacovan, que teria exigido o
pagamento de uma dívida pessoal de Washington com cheques da Prefeitura
de São Mateus. Washington de Oliveira e Pacovan foram indiciados por
tentativa de peculato.
