Governador tucano, de Goiás, reforça discurso republicano ao dizer que seria "extremamente indelicado" recusar um convite da presidente Dilma, em referência à reunião com todos os governadores que haverá em Brasília esta semana; segundo ele, não há "nada de mais" em integrantes da oposição estarem no encontro; "É preciso conversar muito, todos nós, sobre o que está acontecendo hoje na economia, na política, as dificuldades que os governos enfrentam por causa da recessão"; discurso é feito no momento em que o PSDB sobe o tom crítico contra o governo ao aderir à convocação dos movimentos de rua pelo impeachment; para o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, reunião é "desnecessária" e uma forma de o governo "dividir a crise" e constranger os governadores
Goiás 247 – O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), voltou a mostrar tom conciliador com o governo da presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira 28, ao participar de um evento em São Paulo. Ao falar sobre a reunião organizada pelo Planalto entre Dilma e todos os governadores, esta semana, ele opinou que seria "extremamente indelicado" recusar um convite da presidente.
Perillo disse ainda não ver "nada de mais" em governadores da oposição participarem do encontro. "É preciso conversar muito, todos nós, sobre o que está acontecendo hoje na economia, na política, as dificuldades que os governos enfrentam por causa da recessão", afirmou, em entrevista ao Broadcast Político, da Agência Estado. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também já deu opinião favorável ao diálogo com o governo federal.
Segundo ele, os cinco governadores do PSDB se reunirão antes para definir a pauta do partido no encontro. O tucano destacou que os governadores "têm responsabilidade de gestão" e que os Estados passam por problemas de caixa devido à crise econômica. "Não interessa a nenhum de nós o prolongamento da crise econômica", comentou.
O discurso de Marconi Perillo é feito em um momento em que a direção do PSDB sobe o tom crítico ao governo Dilma, ao aderir à convocação dos movimentos de rua em favor do impeachment da presidente por meio de inserções do partido em cadeia nacional de televisão. Ontem, o vice-presidente da legenda, Alberto Goldman, ressaltou em artigo que a saída de Dilma do poder é a melhor saída.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, criticou ontem a reunião com governadores, a qual chamou de "desnecessária". Segundo Aécio, a ideia é uma tentativa da presidente e do PT de "dividir a crise" e constranger os governadores ao obrigá-los a participar do encontro.
"O constrangimento chega ao inimaginável de ameaças veladas e de trazer a Brasília os governadores para dar apoio a presidente Dilma para tirar uma fotografia e simular apoio por uma coisa com a qual não tem nada a ver. Essa reunião é uma busca de socorro de alguém que quer que lhe joguem uma boia salva-vidas. O que a presidente tem é de fazer um mea-culpa para ver se recupera um pouco da credibilidade que ainda lhe resta", disparou.