Reunião do CIR na região de Barra do Corda, durante palestra do secretário Marcos Pacheco. Fotos: Divulgação
Lançado pelo governo no dia 24 de agosto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) avança nas discussões e adesões dos municípios sobre os termos do pacto de gestão compartilhada dos ‘Conglomerados Intermunicipais de Saúde’, proposta de reorganização que tem o objetivo de melhorar e ampliar os serviços de saúde em todo o Estado.
Dando andamento aos debates, a SES, juntamente com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), estabeleceu um cronograma de reuniões com os Conselhos Intergestores Regionais de Saúde (CIR) com as 19 regiões de saúde, que organizam territorialmente todos os 217 municípios do Maranhão.
Nas terça (20) e quarta-feira (21), o secretário de Estado de Saúde, Marcos Pacheco, participou das reuniões dos CIRs de Barra do Corda e Presidente Dutra, respectivamente. A reunião do CIR de Barra do Corda contou com a presença do presidente do Cosems, Vinicius Araújo; o coordenador do Distrito Sanitário Especial da Saúde Indígena (Disei/MA), Wellington Queiroz; o secretário de articulação política da região, Leocádio Cunha; o gerente Regional de Saúde, Dilamar Filho; e também com os gestores e secretários municipais de saúde de seis municípios, além de técnicos da rede estadual de serviços de saúde da SES.
O secretário Marcos Pacheco, que mediou a reunião, explicou que a atenção básica precisa ser feita por todos os municípios, mas que os demais serviços de média e alta complexidades em saúde devem ser organizados dentro das regiões. “Não adianta cada município tentar fazer tudo em saúde. Assim, acaba não conseguindo executar nem o básico, pois saúde custa caro. É justamente por isso que precisamos colocar em prática uma rede de saúde solidária, com inteligência gerencial. Cada município que está aqui vai decidir quais serviços poderá compartilhar a partir de agora com o outro”, destacou Marcos Pacheco.
O maior problema de saúde do Estado é a falta de uma atenção básica com excelência, do menor ao maior município. É preciso pensar em prevenção, que é mais eficaz, barata e que alivia o sofrimento da população. Sobre isso, Marcos Pacheco despertou a atenção dos prefeitos presentes explicando que, tradicionalmente, o Maranhão ficou por muitos anos correndo atrás de construir leitos de hospitais como se assim fosse resolver tudo. “As duas frentes devem ter atenção, mas hoje nos estamos reorganizando a rede de saúde em um processo de articulação entre si e com os outros. Quem tiver mais perto de Grajaú poderá levar os pacientes para lá ou para Presidente Dutra. O governo Flávio Dino está aqui é para ajudar, já que o nosso compromisso não é com nenhum prefeito ou deputado, e sim com a população do Maranhão que precisa dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
No município de Barra do Corda, sede da região, o secretário deixou pactuado que será instalado um Centro de Especialidades Médicas ainda nos primeiros meses do próximo ano, para fortalecer a região com consultas e exames especializados em cardiologia, neurologia, ginecologia, ortopedia, entre outras. Além de exames clínicos e de imagem, como Mamografia e Tomografia, que atenderá toda a região de saúde.
O coordenador técnico do Disei/MA, Wellington Queiroz, frisou que os municípios também precisam ajudar na saúde indígena, já que 80% da população indígena do Maranhão faz parte da região de saúde de Barra do Corda. “Não poderia deixar de fazer parte dessa reunião, para compartilhar todas as dificuldades que estamos enfrentando, onde já conseguimos avançar bastante, inclusive hoje, onde cada prefeito aqui deve reconhecer seu papel enquanto gestores. Agradeço ao governo por ter incluído, entre os termos de gestão compartilhada, políticas de saúde voltadas para os indígenas nas regiões de Barra do Corda, Imperatriz, Açailândia, Santa Inês e Zé Doca”, lembrou Queiroz.
CIR Presidente DutraJá no município de Presidente Dutra, na quarta-feira (21), a reunião da CIR reuniu 16 gestores municipais e seus respectivos secretários de saúde. Além da presença do secretário de Estado, Marcos Pacheco, a reunião também teve a contribuição do secretário de articulação política, Ricardo Lucena; do gerente Regional de Saúde, Zé Orlando; e da deputada estadual Ana do Gás (PRB).
Na ocasião, Marcos Pacheco pontuou que, para resolver os problemas de saúde da região, é preciso reconhecê-los e conhecê-los. Um dos maiores problemas é que o Maranhão está entre os estados onde mais morrem gestantes no país, proporcionalmente. No ano de 2014 cerca de 140 mulheres faleceram, cujo pecado foi querer dar a vida. Então, o problema está reconhecido, e para ser conhecido precisa ser analisado de maneira detalhada, investigando as causas desses óbitos, que em grande maioria são resultados da falta do pré-natal.
“Sei que os números da mortalidade materna deste ano baixaram, mas ainda estamos longe do ideal. Essas gestantes morrem em decorrência de pressão alta, sangramento no momento do parto e infecção. E esses agravos são preveníveis. Durante o pré-natal deve ser identificado se a gestante tem risco habitual ou alto risco (podendo levar à morte). A vigilância às grávidas deve ser quadruplicada. É a falta de um pré-natal completo e atento que está matando as mulheres”, revelou o secretário.
Um dos prefeitos participantes da reunião foi o do município de São Domingos do Maranhão, Kléber Andrade, mais conhecido como Tratorzão, que elogiou a gestão da Saúde do governo Flávio Dino e relatou que, tudo que foi dito pelo secretário Marcos Pacheco é de grande importância. “Ao ouvir o doutor Marcos falando, com um grande conhecimento de saúde, principalmente na parte da saúde básica e no entendimento e união de todos os municípios da região, acredito que isso trará grandes benefícios para a população maranhense, principalmente aos municípios que mais precisam”, destacou o prefeito Tratorzão.
O prazo máximo para discussão dos termos dos Conglomerados Intermunicipais de Saúde e assinaturas é até o final do mês de novembro. Já em dezembro, o secretário de Saúde, Marcos Pacheco e o governador Flávio Dino, entregarão os termos de todas as regiões e municípios que concordaram com a pactuação ao Ministro da Saúde, Marcelo Castro. Só após esta reorganização da saúde maranhense, o Ministério fará a liberação do custeio dos Hospitais Macrorregionais e voltará a liberar os recursos das redes de serviços, suspensos há cerca de quatro anos pela não adequação dos serviços aos critérios estabelecidos pelas portarias e normativas do Ministério da Saúde.
Municípios
Os municípios que participaram da reunião do CIR, na terça-feira (20), no Centro de Capacitação Tecnológica do Maranhão (Cetecma) de Barra do Corda, foram Arame, Barra do Corda, Fernando Falcão, Grajaú, Itaipava do Grajaú e Jenipapo dos Vieiras.
Já no dia 21, no auditório do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MA) de Presidente Dutra, foram Capinzal do Norte, Dom Pedro, Fortuna, Gonçalves Dias, Governador Eugênio Barros, Governador Luiz Rocha, Graça Aranha, Joselândia, Presidente Dutra, Santa Filomena do Maranhão, Santo Antonio dos Lopes, São Domingos do Maranhão, São José dos Basílios, Senador Alexandre Costa e Tuntum.
Fonte: Governo do Maranhão