LUCAS 5.12-16
Uma família soube que uma de suas parentas, que morava numa cidade distante, havia se tornado prostituta. Isso afligia a todos. Um homem de negócios, amigo da família, precisava ir à cidade onde morava a tal parenta, para efetuar suas vendas. A família pediu-lhe que localizasse a parenta e a ajudasse a sair daquela vida. A cidade não era muito grande e, quando procurou, não teve dificuldade em encontrar a mulher. Conversou com ela e, pela sua influência, conseguiu emprega-la em uma das empresas com que negociou. Foi embora e, alguns meses depois, voltou àquela cidade. Surpreso, descobriu que a mulher voltara à prostituição. Perguntou-lhe por que tinha feito aquilo. Ela então disse que estava trabalhando bem no emprego arrumado por ele mas, que a mulher do patrão e as mulheres dos outros empregados, temendo que ela “seduzisse e roubasse” algum deles, pressionaram para que fosse demitida. E assim aconteceu. Ela procurou emprego em outro lugar mas, por causa de sua fama na cidade, não conseguiu nada. Para não morrer de fome, voltou à prostituição. Toda a ajuda a alguém é boa. Mas a ajuda que causa transformação é aquela que resolve todos os aspectos do problema que uma pessoa tem. É isto que Jesus faz em Lucas 5.12-16: ele cura o homem todo.
Jesus e seus discípulos estão na missão, caminhando de cidade em cidade, anunciando o Reino de Deus. Jesus é um missionário. Em uma das cidades, passa ao longe um homem coberto de lepra (v. 12). Deixe-me explicar o que era a lepra para eles: entendiam que a lepra era contagiosa e quem a tinha era considerado religiosa e socialmente impuro. Os leprosos não podiam participar em absolutamente nada da sociedade, de nenhum tipo de culto, manter uma distância de uns cinquenta metros de outras pessoas e, caso alguém se aproximasse, deveriam gritar: “imundo, imundo”. Os leprosos eram totalmente desprezados, segregados e não podiam trabalhar. Muitos viviam solitários mas outros juntavam-se em grupos de leprosos. Viviam de esmolas jogadas ou do que encontrassem em suas caminhadas. O leproso do texto estava coberto de lepra. Era a própria humilhação ambulante, longe de qualquer comunidade. Quando ele viu Jesus, com respeito e coragem, chegou perto mas não o tocou, ajoelhou-se e colocou seu rosto em terra diante de Jesus. O leproso roga a Jesus, suplicando: “se quiseres, podes purificar-me”. Na visão daquele leproso: 1) Jesus é Senhor e tem poder para purificá-lo; 2) mas Jesus também tem o seu próprio querer e isso é o que vale. Veja, é assim que nós também devemos nos aproximar de Jesus: pedir o que nós queremos mas deixando com ele a decisão de nos atender ou não. Jamais ordenando a Jesus que ele faça o que nós queremos. Ele não é nosso empregado. Ele é o Senhor.
Então, Jesus fez o que era proibido fazer: aproximou-se, estendeu sua mão e tocou no leproso (v. 13). Este gesto inusitado de Jesus demonstrou que ele tem autoridade para quebrar qualquer barreira social ou religiosa que os homens constroem e, ao mesmo tempo, o carinho que ele tem pelas pessoas desprezadas e segregadas da sociedade. Jesus dá valor à pessoa do leproso e não à sua doença. Disse ao leproso que desejava curá-lo e falou: “fica limpo”. Imediatamente, o milagre se fez e a lepra o deixou por completo. Com as palavras de Jesus, aquele homem saltou da vergonha para a vida normal. Só Jesus Cristo faz isto.
Mesmo curado, a desconfiança ainda existiria na sua cidade contra aquele homem. Jesus então manda que ele não diga nada a ninguém e vá até o sacerdote para que este, depois de examiná-lo, o declare purificado (v. 14). Segundo a Lei de Moisés, que vigorava em Israel, o sacerdote era o perito-inspetor para a declaração pública de que o homem estava limpo da lepra. Tendo esta aprovação, o homem deveria levar uma oferta ao templo (Levítico 14). Ao cumprir este ritual, o homem comprovava sua cura e dava testemunho aos sacerdotes do que Jesus fizera. Em Israel, a cura dos leprosos era um dos sinais do aparecimento do Messias. Jesus não apenas curou. Ele teve cuidado com o homem no seu todo.
A notícia desta cura chegou ao povo e multidões iam até ele para ouvi-lo e serem curadas (v. 15). Elas queriam a palavra e a cura de Jesus. E ele assim fazia. Mas Jesus ia para lugares distantes, onde sozinho meditava e orava ao Pai (v. 16). Para abençoar tanta gente, Jesus sabia da sua necessidade de ter comunhão com o Pai, a fim de ser fortalecido. Que belo exemplo para pessoas cheias de atividades como nós e que dizemos que não temos tempo para orar.
Portal Batista
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