Tragédia deve mudar estratégias de Dilma e Aécio

Do Blog do Kennedy

O tema do “SBT Brasil” desta quarta-feira foi a morte de Eduardo Campos, candidato do PSB à presidência, em um acidente aéreo em Santos, São Paulo. Campos era uma revelação da nova geração de políticos. Jovem, com apenas 49 anos, já era um político acima da média. Combinava a habilidade nas negociações partidárias com o gosto pela gestão de governo. Nesta eleição, tentava romper a polarização entre o PT e o PSDB, partidos que se revezam no comando da Presidência da República desde 1994. Ele enfrentava dificuldades nas pesquisas, mas esperava que, em breve, com a propaganda política no rádio e na TV, pudesse crescer e chegar ao segundo turno. Seria difícil vencer neste ano, em 2014, mas certamente seria um nome ainda mais forte para a sucessão de 2018.

O primeiro impacto da morte de Campos é a paralisação das campanhas eleitorais. Todos os principais candidatos cancelaram seus compromissos. A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial por três dias e suspendeu a campanha por três dias. A substituição de Eduardo Campos é um assunto delicado, porque o PSB está sob o impacto da tragédia. Mas a substituta natural é Marina Silva. Ela e Eduardo Campos estavam muito afinados. O PSB tem dez dias de prazo. Vai fazer essa discussão com calma, mas não há entre os filiados antigos do PSB outro político com a densidade de Campos. E Marina, recém-filiada ao partido, tem essa densidade.

Muda bastante a estratégia eleitoral de Dilma Rousseff, do PT, e do senador Aécio Neves, do PSDB. A polarização entre os dois parecia consolidada. Eduardo Campos tinha dificuldade para romper esse duelo. Se Marina Silva virar mesmo a candidata a presidente do PSB, ela pode tirar votos de Aécio e de Dilma. Aumenta a chance de haver segundo turno. Hoje, parece que a presidente Dilma tem uma vaga assegurada numa eventual segunda fase. Portanto, se Marina entrar na disputa presidencial, haverá maior dificuldade para Aécio se manter como o principal nome da oposição.