Reflexão Bíblica: A RAIVA QUE MATA


Lucas 4.22-30
    



Como um mestre famoso, Jesus voltou a Nazaré, cidade onde havia crescido. Pregou uma mensagem linda e forte dizendo que nele se cumpriam as profecias de Isaías sobre o Messias/Cristo. Inicialmente, as pessoas de Nazaré ficaram maravilhadas com suas palavras que eram cheias de graça (v. 22). As palavras de Jesus, quando ouvidas com coração aberto, sempre produzem melhora na vida da pessoa. Mas, em Nazaré, as pessoas não entenderam nada. Quem estava falando era o filho do carpinteiro José, criado aos olhos deles. “Como, agora, ele se achava tão importante? Como ele podia dizer estas palavras? Ele é apenas um de nós, de Nazaré. Só isso. Quem agora ele pensa que é para dizer que as palavras de um profeta se cumprem nele?”. A raiva é filha da inveja.

Jesus percebe o que está acontecendo entre eles (v. 23). Então Jesus disse o seguinte a eles: “é claro que vocês me citarão este provérbio: ‘médico, cura-te a ti mesmo. Faze aqui em tua terra o que ouvimos que fizeste em Cafarnaum’”. Os moradores de Nazaré estão dizendo para Jesus que as palavras que ele fala não valem nada para eles. Que as palavras de Jesus fiquem com ele mesmo. “Nós ouvimos falar dos milagres que você fez em Cafarnaum, faça estes milagres entre nós. Não queremos ouvir tuas palavras mas queremos apenas ver o teu poder de curar”.

Jesus então diz que um profeta só não é ouvido e honrado em sua própria terra (v. 24). A proximidade impede que as pessoas vejam o profeta como tal. Por isso, em muitos casos, é tão difícil evangelizar os parentes. Por serem tão próximos, não aceitam a autoridade e a verdade da palavra do parente. Uma pessoa de fora da família terá mais êxito na evangelização. Jesus dá então dois exemplos do porquê ele não vai fazer nenhum milagre ali e porque ele está sendo rejeitado pelos nazarenos (v. 25-27): 1º exemplo: numa época de fome em Israel, o profeta Elias foi a um país vizinho e idólatra e ali, abençoou uma viúva com muito alimento porque ela creu em sua palavra mas não ajudou nenhuma das milhares de viúvas que haviam em Israel; 2º exemplo: o profeta Eliseu, no meio de muita gente leprosa do seu próprio povo, curou o leproso Naamã, um sírio, porque este lhe procurou. Para Jesus estava claro que as outras cidades o ouviriam com atenção mas Nazaré, onde fora criado, o rejeitaria.

Ao ouvir estas palavras, todos que estavam na sinagoga se enfureceram contra Jesus (v. 28). A raiva começou aos poucos mas foi crescendo até chegar no limite. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e, à força, levaram Jesus até o topo da colina onde estava a cidade (v. 29). De tanta raiva, queriam jogar Jesus despenhadeiro abaixo para que morresse. No entanto, Jesus, cheio de dignidade, passou pelo meio deles e foi embora (v. 30). Nazaré fez sua opção pela incredulidade, inveja e raiva. Nunca mais Jesus voltou ali. Vamos fazer duas reflexões a partir deste texto. A primeira é que a raiva, como atitude de intolerância, mata! Hoje em dia, existe uma fé fundamentalista em todas as religiões. Este tipo de fé produz raiva nas pessoas em relação aos crentes de outras religiões. Eles preferem odiar os outros, que consideram errados, a estender a mão da paz. Não aceitam ser contrariados ou confrontados em seus credos de jeito nenhum. Aliás, não conseguem nem ouvir o argumento dos outros. Se você tem uma fé assim, você é um seguidor dos nazarenos e não de Jesus. De Jesus aprendemos a amar o inimigo e a falar bem de quem nos maldiz. Saia urgentemente deste tipo de fé e vá para os braços de Jesus. Ele vai lhe ensinar a ser tolerante com os que pensam diferente de você, sem que você abra mão de sua fé nele.

A segunda reflexão é que estamos tão acostumados com um cristianismo açucarado que não tem nenhum efeito em nossa vida que desconhecemos o Jesus verdadeiro. No texto, Jesus diz que é o Messias/Cristo e que devemos crer e viver para ele. Mas, para nós, como os nazarenos, Jesus é um mestre religioso qualquer, igual a todos os demais mestres. Isto não é verdade. Jesus disse que nele se cumpre tudo que Deus prometeu de bom para a humanidade. Ele é o único salvador da humanidade. Não há outro. Você vai crer e entregar sua existência para este Jesus ou, como os nazarenos, vai expulsá-lo de sua vida?

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