Governadores do Nordeste assinaram carta pela não redução da maioridade penal


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No dia 18 de junho, o governador do Maranhão, Flávio Dino e demais governadores do Nordeste assinaram carta aberta dirigida ao Congresso Nacional e à sociedade brasileira, manifestando-se contrários à redução da maioridade penal.

O documento, assinado por sete chefes de Estado nordestinos, destaca que a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos no Brasil violará a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, assinada pelo Brasil em 1990 e apontam uma eventual revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente como um caminho mais indicado para aperfeiçoar as reinserção social de jovens que tenham cometido delitos.

Por meio das redes sociais, Flávio Dino destacou que o Projeto viola Direitos da Criança: “Sublinho que a tal ‘redução da maioridade penal’ viola Convenção Internacional a qual o Brasil se obrigou a cumprir (DECRETO No 99.710/90)”, disse.

Leia abaixo a íntegra da carta dos governadores:

Carta de Governadores contra a Redução da Maioridade Penal

Os governadores signatários desta Carta, à vista da aprovação em uma Comissão da Câmara dos Deputados da proposta de redução da maioridade penal, vêm convidar os Senhores Parlamentares e a sociedade a uma maior reflexão sobre o tema.

Temos convicção de que a redução da maioridade penal não irá contribuir para diminuir as taxas de criminalidade. Na verdade, o que ocorrerá é que crianças de 13 ou 14 anos serão convidadas a ingressar no mundo da criminalidade, sobretudo tráfico de drogas, desse modo alimentando-se uma ilimitada espiral de repressão ineficaz. Todos que lidamos com os sistemas de segurança pública e penitenciário, sabemos que cada vez há mais encarceramento no país, sem que a violência retroceda, posto que dependente de fatores diversos, sobretudo econômicos, sociais e familiares.

Acreditamos que a proposta vulnera direito fundamental erigido à condição de cláusula pétrea pela Constituição, sujeitando-se à revisão pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, implica descumprimento pelo Brasil de Convenção Internacional alusiva aos Direitos da Criança, a qual nosso país se obrigou a atender por força do Decreto 99.710/90. 

Lembramos que o Brasil adota um sistema especializado de julgamentos e medidas para crianças acima de 12 anos, o que está em absoluta sintonia com a maioria e as melhores experiências internacionais. Neste passo, cremos que eventual revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente é o caminho mais indicado para que alguns aperfeiçoamentos possam ser efetuados, preservando-se contudo a Constituição e as Convenções Internacionais. 

Assim, dirigimo-nos à Nação com esse chamamento ao debate e a um movimento contrário à redução da maioridade penal, passando-se a priorizar medidas que realmente possam enfrentar a criminalidade e a violência.

Flávio Dino – Governador do Estado do Maranhão

Paulo Câmara – Governador do Estado de Pernambuco

Camilo Santana – Governador do Estado do Ceará

Ricardo Coutinho – Governador do Estado da Paraíba

Wellington Dias – Governador do Estado do Piauí

Rui Costa – Governador do Estado da Bahia

Renan Filho – Governador de Alagoas


Fonte: Maranhão da Gente

Mais um ciclo se encerra: o programa “Comando da Noite” chega ao fim, na Rádio Capital AM

Gilberto Lima


Mais um ciclo se encerra em minha carreira profissional na comunicação. O programa "Comando da Noite", depois de garantir uma das maiores audiências para a Rádio Capital AM, no horário de 21h às 23h30, chega ao fim. A marca Comando da Noite continuará comigo. Tem sido assim, desde o ano de 2001, quando lancei esse programa na Rádio Educadora AM, em um período em que nenhuma emissora ocupava o horário noturno com radiojonalismo. Uma aposta exitosa, pois, em seguida, outras emissoras passaram a inserir jornalismo na programação da noite.

E por que tomo essa decisão? Na verdade, fui forçado a isso, desde que a direção da emissora (não sei a mando de quem) determinara, na semana passada, a redução do horário do programa para apenas uma hora, das 23h à meia-noite. Um espaço de tempo diminuto para um programa de grande audiência e participação popular. A direção tinha a certeza que, com apenas uma hora de programa, reduziria a audiência e me faria desistir. Na verdade, a vontade dela (a direção) era me tirar de vez da rádio. Não o fez para que não houvesse repercussão maior. Queria que eu tomasse a iniciativa de sair. E conseguiu.

Mas o que teria levado a direção da rádio a tomar essa decisão? Talvez uma entrevista, ao vivo, com o deputado licenciado e Secretário de Estado da Ciência Tecnologia e Inovação, Bira do Pindaré, no programa de terça-feira(23). Bira tem discordado do posicionamentos do mandatário do PSB, dono da emissora, na condução da aliança em torno de uma candidatura a prefeito de São Luís. Bira do Pindaré defende a continuidade do apoio a Edivaldo Holanda ou o lançamento de candidatura própria, sempre seguindo orientações do grupo liderado pelo governador.

O que fiz, sem saber dessa disputa interna no PSB? Convidei Bira para fazer um balanço das ações de sua pasta. O suficiente para que eu fosse penalizado. Na tarde do dia seguinte, quarta-feira(24), vinha a sentença: o Comando da Noite teria apenas uma hora de duração, das 23h à meia-noite. Por que sair do São Cristóvão, tarde da noite, para apresentar apenas uma hora de programa, numa emissora localizada no Calhau, distante cerca de 16 Km? Poderia fazê-lo em respeito aos ouvintes. No entanto, não posso aceitar essa falta de respeito, primeiro aos ouvintes, depois a um profissional que tem 26 anos de atuação na imprensa maranhense e quem tem conquistado seu espaço com muito trabalho.

Eu ainda estava concluindo este texto quando fui surpreendido, no fim da tarde desta segunda-feira(29), com um telefonema do diretor operacional da emissora, Paulo Henrique, comunicando que o programa, por decisão da direção, estava suspenso por tempo indeterminado.

Prefiro seguir meu caminho, ao lado dos verdadeiros representantes dos anseios da maioria da população do Maranhão, a ter que tolerar atos ditatoriais de quem não respeita aqueles que sofrem - sem receber nenhuma recompensa financeira - para manter a emissora em evidência e com programas de audiência.

Sigo de cabeça erguida, na certeza de ter cumprido muito bem o meu papel como âncora de programas jornalísticos. Com a certeza de que, ao longo de vários anos, tenho dado minha contribuição para que o Maranhão encontre o caminho do desenvolvimento. Estou feliz pelo governo Flávio Dino, o verdadeiro líder e condutor do processo de mudanças da prática política no Estado. 

Em breve, o "Comando da Noite" voltará ao ar, na Rádio Voz do Maranhão online. Sempre com liberdade e altivez! 

Só um recado: quem tem com o que me pague, não me deve nada!

E Viva o Maranhão!

Governo Roseana: revelado mais um escândalo na saúde

escândalo Saúde
De O Imparcial - Uma vistoria feita pela Força Estadual de Transparência e Controle (Fetracon), órgão criado pelo governador Flávio Dino para auxiliar nas auditorias em obras públicas pela Secretaria de Estado de Transparência e Controle, constatou desvio de R$ 4,2 milhões na gestão do ex-secretário estadual de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney, em um contrato de R$ 4,8 milhões firmado com a empresa Ires Engenharia Comércio e Representação.

O dinheiro deveria ser usado na construção de um hospital de 50 leitos no município de Rosário, cuja conclusão foi prevista no contrato para o dia 19 de maio deste ano. Contudo, no local existe apenas um terreno vazio, ou seja, o dinheiro foi gasto em uma obra fantasma. Além dos serviços não executados, a Fetracon constatou indícios de diversos crimes e atos de improbidade, como licitação dirigida, pagamentos irregulares e superfaturamento.

O mais grave é que mesmo com todos os problemas, a empresa contratada na gestão do ex-secretário Ricardo Murad, recebeu em dias e sem atraso o valor total de R$ 4,8 milhões. As ilegalidades começaram no processo licitatório, em 13 de dezembro de 2013. Somente a empresa Ires Engenharia Comércio e Representação apresentou proposta. Pela lei das licitações, o certame anterior deveria ter sido renovada, de forma que se pudesse buscar preços mais vantajosos ao Estado. Mas isso não ocorreu e a Ires foi contratada.

Outros elementos indicam que a licitação foi efetivamente dirigida para favorecer a empresa, pois no edital constaram exigências descabidas para restringir a concorrência. Também não foi dada a necessária publicidade à licitação e nem foi observado o prazo mínimo entre a publicação do edital e a data da sessão de julgamento das propostas.

Nas vistorias realizadas pelos engenheiros da Fetracon foi constatada a execução de apenas uma pequena parte da obra correspondente a R$ 591.074,15. O que significa que o prejuízo ao Estado foi de R$ 4.265.621,95. O pagamento dos valores foi autorizado pela empresa Proenge Engenharia e Projetos Ltda, contratada por R$ 70 milhões na gestão do ex-secretário Ricardo Murad para fazer os projetos dos hospitais e fiscalizar as obras.

A gestão do ex-secretário de Saúde Ricardo Murad pagou para a empresa 26% do valor total do contrato, mas somente foi constatada a execução de 3,2% do objeto contratado, ou seja, um enorme terreno, cercado com tapumes, em Rosário. Mesmo assim, a Proenge aprovou o pagamento de quase R$ 5 milhões para a Ires Engenharia Comércio e Representação.

Nossa reportagem entrou em contato com o Governo do Maranhão para saber quais providências serão adotadas em relação aos problemas encontradas. De acordo com o secretário de Estado de Transparência e Controle, Rodrigo Lago, foi recomendado à Secretaria de Saúde a rescisão do contrato.

“Considerando as gravíssimas constatações feitas pela Força Estadual de Transparência e Controle, determinei a realização de auditoria na licitação e na execução do contrato, além de encaminhar recomendações à Secretaria de Estado da Saúde no sentido de rescindir o contrato em defesa do patrimônio público”, explicou o secretário Rodrigo Lago.

Líderes evangélicos contra a maioridade penal

Pastores se posicionam contra o fundamentalismo da bancada evangélica, enviam carta de repúdio e preparam mobilização para impedir a redução da maioridade penal


 


“Deus sabe quando nesse país os prisioneiros são massacrados sem compaixão. Sim, o Senhor sabe quando torcem a justiça num processo” (Lamentações 3: 34-36). É com este trecho bíblico que a Carta Aberta destinada aos parlamentares evangélicos brasileiros tem início. 

Assinada por diversas entidades religiosas e evangélicas, o documento contra a PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, está sendo entregue a todos os parlamentares evangélicos, em Brasília. "Nossa intenção é constranger os deputados e senadores mostrando como a redução da maioridade penal é incoerente. Não tem como um cara que acredita na Bíblia defender que a única solução para os nossos jovens é o encarceramento", afirma Welinton Pereira, pastor evangélico e assessor da organização humanitária Visão Mundial.

A PEC 171/93 foi aprovada pela Comissão Especial por 21 votos contra 6 e deve ir à votação no plenário da Câmara neste 30 de junho.

Em tom crítico, a carta afirma que o Congresso quer endurecer uma das medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é a internação, sem cumprir as outras seis. “O sistema penitenciário brasileiro não tem cumprido sua função social de controle, reinserção e reeducação. Assim, enviar jovens mais cedo para o sistema prisional é decretar a falência de nossa sociedade em prover oportunidades de vida digna para nossa juventude e condenar nosso futuro como nação", afirma o documento.

De acordo com a carta, tanto os parlamentares quanto a sociedade estariam sendo “hipócritas ao propor a redução da maioridade penal enquanto não garantirmos todas as oportunidades de desenvolvimento para as nossas crianças e adolescentes".

"Tem muita gente nessa bancada que está vendo um livro grosso e está confundindo com a Bíblia", afirma o deputado estadual evangélico Carlos Bezerra Jr. (PSDB-SP). "Eles estão confundindo a Bíblia com Game of Thrones, estão confundindo Jesus com Darth Vader [personagem de Guerra nas Estrelas]. As prioridades de Jesus são outras. A ótica de Jesus é dar proteção para o excluído e não o inverso", completa.

Segundo Bezerra, há uma onda de desinformação oportunista se aproveitando do medo população com a violência para angariar votos. "Porque esses deputados não defendem com a mesma veemência a garantia da vaga na creche para o filho da mãe pobre ou uma melhor educação. Isso é o que resolve o problema da violência, não a cadeia", afirma.

O deputado paulista não foi o único líder evangélico a manifestar indignação diante das pautas conservadoras impostas pela bancada da Bíblia, em Brasília. Ao lado de Bezerra outras lideranças evangélicas se reuniram em São Paulo para lançar a mobilização contra a redução da maioridade penal.

Para quem estranha o posicionamento do movimento, os organizadores lembram a presença das igrejas evangélicas em projetos e discussões sociais. "Faz tempo em que estamos na estrada, não é uma questão de modinha. Essa guerra começou em 1988, com a Constituição Federal e depois em 1990, com o ECA [Estatuto da Criança e Adolescente]", afirma Levi Correa, pastor evangélico da Igreja Batista. "Nossa caminhada também é como movimento social", completa.

O posicionamento de pastores contra a bancada da Bíblia traz nuances e complexidade a um setor que é entendido como um bloco único e coeso pela opinião pública. "A Igreja evangélica não é a que está na TV, no Congresso e na capa de revistas. É a que está nas periferias fazendo trabalho social", afirma o pastor Ed René Kivitz, que defende o fim do discurso bélico encampado por parlamentares.

Com isso, comunidades evangélicas se unem à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) contra a redução da maioridade penal. "Oportunistas com motivações suspeitas se juntam, formam uma bancada da Bíblia, que junto com a bancada do Boi, da Bala e da Jaula, formam a frente mais horrorosa que esse País já teve e o pior: com camaradas que ainda se dizem evangélicos.Diante disso, não podemos ficar quietos", explica o pastor Levi Correa.

O texto divugado pelas entidades evangélicas reforça a incapacidade do Estado em oferecer instituições preparadas para reeducar os jovens infratores. “Muitos adolescentes, que são privados de sua liberdade, não ficam em instituições preparadas para sua reeducação, reproduzido o ambiente de uma prisão comum", diz o documento.

Atualmente, o adolescente pode ficar até 9 anos em medidas socioeducativas, sendo três anos de internação, três em semiliberdade e três em liberdade assistida. Dessa forma, afirma o texto, a solução não passa pela redução da maioridade penal, mas sim pela efetivação do ECA e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), órgão desenvolvimento para atender o menor infrator.

Fonte: CartaCapital

A Abertura dos Jogos Escolares de Tuntum/2015 foi marcada pela organização

Pela primeira vez, em sete edições, a abertura dos jogos escolares tuntunenses de 2015 foi marcada pela organização e por uma sequência cerimonialista jamais vista em eventos da cidade nos últimos anos.


A presença do Secretário de Estado de Esportes Lazer Márcio Jardim, também, qualificou a festa de abertura dos Jogos Escolares de Tuntum/2015 através de um discurso propositivo de chamamento dos atletas para o envolvimento nas diversas modalidades esportivas dos jogos e reconhecendo o esforço e o papel histórico do Prefeito Tema em desenvolver a cidade e contribuir definitivamente para a vitória de Flávio Dino a governador do Maranhão, enfatizou Márcio Jardim.
Outro ponto alto da abertura dos jogos escolares de Tuntum ocorrida, neste último domingo (28) no Estádio Temão foi o desfile das escolas de Tuntum das redes municipais, estaduais e privadas com seus principais atletas, estandartes e musas, além dos diretores, professores e coordenadores pedagógicos envolvidos no evento.
Falando de improviso e com grande propriedade, o Prefeito Tema saudou os atletas, seus familiares, as escolas participantes e conclamou a todos para se esforçarem na busca de conquistas para alcançarem as etapas regionais, estaduais e nacionais dos Jogos Escolares de 2015. Tema aproveitou o discurso para anunciar a reforma do Ginásio Poliesportivo Orfileno Leda, garantida pelo Secretário Márcio Jardim para os próximos meses, disse o mandatário tuntunense.
Além de Márcio Jardim e Cleomar Tema, outras autoridades regionais e locais estiveram fazendo parte do camarote de honra durante a abertura dos jogos escolares de Tuntum/2015, entre elas, Ricardo Lucena – Superintendente Político do Governo do Maranhão na região central do Maranhão, o vice-prefeito de Tuntum, Ciro Ricardo, o Secretário de Educação de Tuntum, Prof. Antonio dos Reis, o Secretário de Esportes e Lazer de Tuntum e organizador dos Jogos, Francisco do Nascimento, o Chefe de Gabinete da Prefeitura de Tuntum, Alan Noleto, o Chefe Estadual do SAMU, Marcos Carvalho, o Secretário de Saúde, Rawlley Tavares, Secretário de Coordenação Política, Josenildo Bílio, o Vereador Marcos Cunha, além do Presidente do Conselho Municipal de Educação Prof. Emerson Araújo e do Assessor Especial da Prefeitura de Tuntum, Cícero Cunha. 

A condução do Cerimonial de Abertura dos Jogos Escolares de Tuntum/2015 ficou a cargo do Pastor Herbert da Igreja de Cristo.

2º Café Literário de Tuntum homenageia Ariano Suassuna

A Biblioteca Municipal Vereador Raimundo Lourenço homenageou, neste sábado(27), o escritor/dramaturgo Ariano Suassuna no 2° Café Literário de Tuntum, organizado pela instituição e com apoio da Secretaria Municipal de Educação a qual é ligada administrativamente.
O evento, deste sábado (27), aconteceu no auditório do Complexo Educacional Dr. Tema e contou com a presença do Secretário de Educação Prof. Antonio dos Reis,  escritores locais, pesquisadores, jornalistas, professores, alunos  envolvidos em projetos de leitura nas escolas municipais e estaduais, além de pessoas da sociedade tuntunense  ligados a cultura do município.
O 2° Café Literário de Tuntum  foi aberto pela diretora da Biblioteca Municipal Vereador Raimundo Lourenço Profª Rose  que enalteceu a equipe de trabalho da instituição na execução do projeto e o empenho da Profª Regina Veloso coordenadora de leitura da biblioteca municipal,  uma das idealizadoras do café literário.
Ariano Suassuna, o homenageado em Tuntum
Ariano Suassuna


Ariano Vilar Suassuna, advogado, professor, teatrólogo e romancista, desde 1990 ocupa a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Araújo Porto Alegre, o Barão de Santo Ângelo (1806-1879).

Filho de João Suassuna e de Rita de Cássia Vilar, Ariano estava com um pouco mais de três anos quando seu pai, que havia governado o Estado no período de 1924 a 1928, foi assassinado no Rio de Janeiro, em consequência da luta política às vésperas da Revolução de 1930.

No mesmo ano, sua mãe se transferiu com os nove filhos para Taperoá, onde Ariano Suassuna fez os estudos primários. No sertão paraibano Ariano se familiarizou com os temas e as formas de expressão que mais tarde vieram a povoar a sua obra.

Em 1942, a família se mudou para Recife e os primeiros textos de Ariano foram publicados nos jornais da cidade, enquanto ele ainda fazia os estudos pré-universitários. Em 1946 Ariano iniciou a Faculdade de Direito e se ligou ao grupo de jovens escritores e artistas que tinha à frente Hermilo Borba Filho, com o qual fundou o Teatro do Estudante Pernambucano. No ano seguinte, Ariano escreveu sua primeira peça, "Uma Mulher Vestida de Sol", e com ela ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno.

Após formar-se na Faculdade de Direito, em 1950, passou a dedicar-se também à advocacia. Mudou-se de novo para Taperoá, onde escreveu e montou a peça "Torturas de um Coração", em 1951. No ano seguinte, voltou a morar em Recife. O Auto da Compadecida (1955), encenado em 1957 pelo Teatro Adolescente do Recife, conquistou a medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais. A peça o projetou não só no país como foi traduzida e representada em nove idiomas, além de ser adaptada com enorme sucesso para o cinema.

No dia 19 de janeiro de 1957, Ariano se casou com Zélia de Andrade Lima, com a qual teve seis filhos. Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura, do qual fez parte de 1967 a 1973 e do Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco, no período de 1968 a 1972.

Em 1969 foi nomeado Diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, ficando no cargo até 1974.

Ariano estava sempre interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais e, no dia 18 de outubro de 1970, lançou o Movimento Armorial, com o concerto "Três Séculos de Música Nordestina: do Barroco ao Armorial", na Igreja de São Pedro dos Clérigos e uma exposição de gravura, pintura e escultura.

O escritor também foi Secretário de Educação e Cultura do Recife de 1975 a 1978. Doutorou-se em História pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1976 e foi professor da UFPE por mais de 30 anos, onde ensinou Estética e Teoria do Teatro, Literatura Brasileira e História da Cultura Brasileira.

Seu "Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta" publicado originalmente em 1971 teve a primeira edição. Relançado somente em 2005 teve sua segunda edição esgotada em menos de um mês, o que é uma coisa rara para um volume de quase 800 páginas.

Após sofrer um AVC hemorrágico, o escritor morreu aos 87 anos no Real. 

Música para a paz

Reflexão Bíblica: Os governantes precisam temer a Deus

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A nação brasileira vive uma das maiores crises de sua história desde o Brasil Colônia, desde o Brasil Império e desde o Brasil República. A crise mais profunda que enfrentamos hoje é a crise de integridade, ou seja, a corrupção instalada nos meandros dos poderes constituídos. O Brasil caminha trôpego e cambaleante, enfermo e combalido pela crise moral que feriu mortalmente nosso parlamento e nossos governantes. O país sangra, o povo geme e o futuro torna-se sombrio. A inflação acelera enquanto o índice de crescimento dá marcha ré. O povo já empobrecido e as empresas já pagando mais tributos do que conseguem, ainda são convocados a pagar mais impostos, sem qualquer promessa de retorno. Tudo para pagar os rombos da roubalheira e a gastança perdulária daqueles que se empoleiram no poder para se servir do povo em vez de servirem ao povo.

O rei Davi está proferindo suas últimas palavras. É nesse contexto que proclama uma verdade solene: “… aquele que domina com justiça sobre os homens, que domina no temor de Deus é como a luz da manhã, quando sai o sol, como manhã sem nuvens, cujo esplendor, depois da chuva, faz brotar da terra a erva” (2Sm 23.3,4). O que Davi está dizendo, ao fechar as cortinas de sua vida, não emana dele mesmo, mas vem do próprio Deus. Que verdade é essa? Duas coisas são exigidas dos governantes: justiça e temor a Deus. O governante que não pauta sua administração pelas normas da justiça, faz de seu governo um covil de salteadores. Quem não teme a Deus no exercício de seu governo, entrega-se à insensatez e acaba oprimindo o povo em vez de servir ao povo. Quando os governantes pautam sua vida e suas ações pela justiça e pelo temor a Deus, o resultado é a bênção da prosperidade, assim como a luz que vem depois da chuva, faz brotar a erva da terra. A injustiça e a impiedade têm sido, infelizmente, o manto de muitos governantes. Roubam e deixam roubar. Oprimem e toleram a opressão. O povo, em vez de ser abençoado, amarga derrotas fragorosas e geme esmagado sob o peso da opressão. Por outro lado, a palavra de Deus diz: “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor…” (Sl 33.12).

O apóstolo Paulo diz que as autoridades superiores procedem de Deus e foram instituídas por ele. Opor-se gratuitamente à autoridade, portanto, é resistir à ordenação de Deus (Rm 13.1,2). As autoridades superiores são ministros de Deus e recebem de Deus uma dupla responsabilidade: promover o bem e reprimir o mal (Rm 13.4). O governante exerce o seu ministério em nome de Deus e sob a autoridade de Deus. Para que o governante cumpra esse papel devemos dar a ele honra e respeito e pagar a ele tributos e impostos (Rm 13.6,7). O governante precisa firme e resoluto tanto na promoção do bem como na punição do mal (Rm 13.4). E o povo precisa sujeitar-se ao governante não apenas por medo de punição, mas, sobretudo, por dever de consciência (Rm 13.5).

Mas, e se o governante, em vez de cumprir o seu papel, esquecer-se de Deus e colocar a si mesmo acima de Deus e da lei para promover o mal e reprimir o bem? E se o governante em vez de ser um diácono de Deus a serviço do povo (Rm 13.4), apostatar-se de Deus, para oprimir o povo? Nesse caso, cabe à igreja, como consciência do Estado, exercer sua voz profética e alertar a autoridade constituída, a mudar o rumo de sua ação e voltar-se Deus, a fim de servir ao povo em vez de oprimir o povo. Onde falta profecia, o povo se corrompe. Quando a igreja se cala, a sociedade se corrompe. Que Deus nos dê governantes justos e tementes a Deus! Que Deus nos conceda, nesta nação, um tempo de restauração, prosperidade, ordem e progresso!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Entrevista com Claudio Naranjo: professor deve se dedicar ao desenvolvimento humano, não à incorporação de conhecimentos

Levar educadores ao desenvolvimento de competências humanas para modificar práticas educacionais no mundo é parte do trabalho do psiquiatra indicado ao Nobel da Paz em 2015


Claudio Naranjo: pela pedagogia do amor

Apesar da postura serena, olhar amistoso e voz tranquila, o médico psiquiatra de origem chilena Cláudio Naranjo, 83, é veemente ao falar. "A educação não educa. É uma fraude. Não se deve confundir instrução com educação", diz, apontando na política pública parte da origem de suas constatações. "É como se o objetivo dos governos fosse manter as pessoas amortecidas."

Indicado ao Prêmio Nobel da Paz deste ano, Naranjo dedica parte de seu trabalho, há 15 anos, à transformação dos processos de ensino e aprendizagem a partir do reconhecimento de si e do outro. Acredita ser esse um dos principais desafios do milênio. No universo da psicoterapia, é reconhecido como um dos mais significativos profissionais em atuação da atualidade. Há mais de 40 anos em atividade e com diversos livros publicados, Naranjo fundamentou linhas psicológicas, integrou a sabedoria oriental aos processos científicos ocidentais de estudo do comportamento humano, e fundou uma abordagem de desenvolvimento denominada SAT (sigla em inglês para Seekers After Truth), um programa holístico 

constituído por práticas da psicoterapia moderna, concepções espirituais, meditação, terapias corporais e de gestalt. Com a SAT, tem rodado o mundo todo fazendo palestras para gestores educacionais. No Brasil, em maio, para lançar seu mais recente livro, A revolução que esperávamos (Verbena Editora), também palestrou para pais e professores. Em sua mais nova obra, o psiquiatra afirma que a crise atual só pode ser superada por uma mudança profunda no modelo educacional - evoluindo da transmissão de conhecimento para a formação de competências existenciais. De São Paulo, de onde concedeu a entrevista a seguir para Educação, Naranjo seguiu para a Câmara dos Deputados, em Brasília, para proferir a palestra "A cura pela educação - uma proposta para uma sociedade enferma". 

O que motivou o senhor a desenvolver trabalhos no setor educacional?
No início dos anos 2000 me convidaram para um congresso de educação na Argentina. O evento reuniu mais de dois mil educadores e, pela primeira vez, tive um contato tão direto com o setor. No decorrer de minha palestra, sentia cada vez mais viva a resposta daquelas pessoas. Foi como uma ressonância empática ao que eu falava. Compreendi naquele momento a 'sede' dos educadores e a importância de levar a eles meu trabalho de formação, desenvolvido junto aos terapeutas. 

Qual seria o diferencial do seu trabalho para os educadores?
Na ocasião desse congresso foram abordados muitos temas relacionados à inteligência emocional, houve a exposição de diversas visões. Apesar disso, senti meu trabalho como algo mais transformador e, ao mesmo tempo, desconhecido da plateia. Contudo, se passassem a conhecê-lo, o trabalho teria um valor social mais abrangente. Tive a certeza de que haveria um efeito multiplicador. Afinal, os professores permeiam a formação das sociedades. Todos passamos por escolas.

Como o senhor define a proposta do seu trabalho?
Eu proponho a junção de conhecimentos e técnicas terapêuticas, como a meditação budista, a psicologia dos eneatipos, o teatro terapêutico, o teatro oriental do autoconhecimento, o movimento espontâneo e o processo terapêutico supervisionado em que as pessoas se ajudam. Isso constitui um currículo interno básico, oferecido no programa SAT. Esse programa foi originalmente constituído na Califórnia, no início dos anos de 1970, e trazido ao Brasil por Alaor Passos, há mais de 20 anos. É um trabalho avançado de autoconhecimento dirigido à transcendência da personalidade, ao desenvolvimento do amor, à melhora da qualidade de vida e da capacidade de ajuda psicoespiritual. Qualquer pessoa pode participar dele. E cada vez mais, eu trabalho para os educadores envolverem-se nesse processo. 

Qual tem sido o resultado dessas práticas junto aos professores? 
A proposta é estabelecer o desenvolvimento de competências existenciais, não técnicas. Eu as classifico como amor ao próximo (empático); amor aos ideais (devocional); amor a si (desejos); a consciência do presente; o autoconhecimento (quem sou) e o desapego. Essas competências têm sido negligenciadas ao longo dos anos. Percebo que os professores difundem, entre si, os resultados encontrados a partir de suas experiências, de sua transformação. A formação permite a eles que sejam mais completos como pessoas, consequentemente, melhores profissionais. Eles se tornam mais felizes. Lembro, ainda, que essa iniciativa pode chegar àqueles professores constantemente oprimidos pelo sistema, sem condições financeiras adequadas, sem energia. Atingi-los, contudo, não é uma condição simples. Para essas situações as autoridades governamentais e educacionais precisam dar uma resposta. 

Como essas 'competências' qualificam o educador para o seu trabalho cotidiano?
Para ser um bom educador, ou ser bom profissionalmente em qualquer área, é preciso ser uma boa pessoa. É preciso se relacionar com o outro como pessoa, ser um modelo de pessoa, e não apenas um modelo de saber.

O que o senhor quer dizer com "modelo de pessoa"?
A educação destina-se ao desenvolvimento humano, não à incorporação de conhecimentos. Para quê passar anos oferecendo ao jovem o conhecimento do mundo exterior quando já o encontramos no Google? De que serve essa prática? Isso é um roubo da vida do jovem. Isso serve para quê? Para passar anos somente para aprender a se sentar quieto? Para treinar a obediência? Nesse contexto, o educador tem imposta uma vestimenta interna de atitude, de respeito à autoridade educacional. Isso dificulta que ele tenha uma voz transformadora.

Que modelo de educação teria esse caráter transformador? 
Quando feita para o desenvolvimento humano, a educação nos leva a ser o que somos em potência, ou seja, seres completos. Mas somos como árvores retorcidas que não têm sol por um lado, e esticam seus galhos para conseguir água. Temos uma vida muito raquítica.

Quais as causas dessa situação?
Hoje se governa para a inconsciência. Como se o objetivo da educação fosse manter as pessoas adormecidas, robóticas, obedientes à força do trabalho construída com a Era Industrial, o que continua sendo a motivação opressiva da educação. Não sei, porém, dizer se essa circunstância é uma vontade. Talvez haja indivíduos querendo modificar isso, mas a inércia burocrática é grande demais.

Como se vê nesse contexto?
Como um indivíduo fora do sistema, insultando-o ao dizer: a educação é uma fraude. A educação não educa. Não se deve confundir instrução com educação. Esse modelo fracassou. Minha convicção é que se deve mudar a consciência e para isso é preciso mudar a educação. Apelo à Organização Mundial do Comércio (OMC) como uma instância com poder para fazer parte dessas modificações.

Qual o papel da OMC nessa mudança educacional? 
Eles incentivam a globalização dos negócios, mas não favorecem a globalização da ecologia, da educação, entre outros aspectos que deveriam, também, se globalizar. Eles são responsáveis por uma desumanização no mundo. Fala-se muito da pobreza e, sim, é certa a existência de muita pobreza externamente. Mas nossa pobreza interna não é tão visível, tão óbvia. A pobreza gera voracidade, pois estamos incompletos. Somos como zumbis devoradores, transformando os outros em zumbis por contágio. Isso nos torna uma sociedade inconsciente e voraz. O problema do mundo é a voracidade, do poder de ter dinheiro. Da primazia dos bens por cima do bem. Isso só pode ser resolvido se formos seres completos. Temos uma sociedade violenta.

Como incentivar educadores a fazer parte desse trabalho? 
É preciso incentivo das autoridades, de governos ou da direção das escolas. Já temos algumas experiências exitosas na Espanha e Itália junto aos professores. Obtivemos, também, resultados positivos no México e Uruguai. Mas o papel da direção das instituições, públicas ou privadas, é importantíssimo para o engajamento dos docentes. Principalmente daqueles mais desmotivados por sua condição de trabalho. 

Como engajar autoridades governamentais e educacionais?
Sempre estou disposto a convidar a todos para conhecer essa proposta educacional. Quero en­corajar as autoridades sobre o valor desse processo. Me coloco como um facilitador desse programa que acontece por meio das atividades da Escola SAT, que está aberta a todos, educadores ou não, oferecendo um programa de humanização. 

O senhor defende conceitos de pedagogia do amor. O que é isso?
Basicamente, que para a existência de uma pedagogia do amor se requer amar ao próximo como a si mesmo, um preceito do cristianismo. As pessoas não se dão conta de que não se pode amar aos outros sem amar a si. Tampouco se dão conta de que também têm a capacidade de odiar a si mesmas, ao se tratarem como escravas, se explorarem, desvalorizarem. As pessoas têm uma mente como Freud descrevia, como que dividida entre um perseguidor e um perseguido.

Fonte: Revista Educação

PT do B realiza convenção para organizar o Diretório Municipal de Tuntum

O Partido Trabalhista do Brasil (PT do B) realizou, na manhã deste sábado(27), na sua sede provisória Avenida Joacy Pinheiro,  a convenção municipal para organizar o seu Diretório Municipal em Tuntum.

Segundo o Vice-Prefeito de Tuntum, Ciro Ricardo e uma das lideranças do partido, a organização do Diretório Municipal do PT do B na cidade representa o fortalecimento político da agremiação em todo o Estado do Maranhão, visando as eleições de 2016.
Para Ciro Ricardo, o PT do B, em Tuntum,  pretende lançar nas próximas eleições municipais 10 candidatos a vereadores com reais chances de ganhar, pelo menos, 03 vagas de vereadores, disse o vice-prefeito.
Além do Vice-Prefeito, Ciro Ricardo, conta hoje nas suas fileiras diversas lideranças políticas de Tuntum, entre elas, o atual Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Orleandy Cruz, os ex-vereadores Deco e Messias Ferreira, Anderson Fontes, o ex-prefeito Hélio Araújo e o médico veterinário Humberto Figueiredo entre outros.

Jovens em conflito com a lei relatam problemas ao voltar para o ambiente escolar


Retorno é também um desafio para as escolas, que não sabem como lidar com esses alunos

Aula na Fundação Casa: é mais fácil aprender lá dentro do que do lado de fora, dizem os que já saíram

Ainda na escola, o adolescente G.I. envolveu-se com o tráfico de drogas, pois, segundo ele, necessitava de dinheiro para ajudar a família a sobreviver. Flagrado pela polícia, ficou oito meses internado na Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), onde concluiu o segundo ano do ensino médio. Após sair do período de internação e em cumprimento de medida de liberdade assistida, o jovem precisava voltar a estudar, solicitando retorno à escola que frequentava antes de entrar em conflito com a lei. Após ter a matrícula negada, encontrou vaga em outra escola, onde permaneceu por somente cinco dias, até receber ameaças de morte da polícia. Com isso, após buscar vagas durante cinco meses, G.I. conseguiu entrar em outra instituição, onde estuda há três semanas. Hoje com 18 anos recém-cumpridos, o adolescente garante que concluirá o ensino médio em 2015, mesmo diante das dificuldades que enfrenta no cotidiano letivo. 

G.I. é um dos muitos adolescentes brasileiros que, após passarem um período cumprindo medida socioeducativa, tentam retornar à escola. Os dados de jovens que estão em escolarização em semiliberdade ou em medidas socioeducativas em meio aberto, porém, não são detectáveis no Censo Escolar da Educação Básica, uma vez que se referem a matrículas realizadas em escolas da rede pública que, conforme prescrição prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não identificam tais adolescentes.

No meio escolar, entretanto, a realidade é outra. "Logo no meu primeiro dia de aula a diretora entrou na sala e contou a todos os presentes sobre minha situação. Com isso, até hoje, estou isolado da turma", diz G.I. O retorno ao ambiente escolar não é fácil nem para os adolescentes, nem para a escola. Entre as dificuldades estão a recusa, aberta ou velada, da matrícula, problemas no trato com os professores e dúvidas da gestão sobre como tratar com esses adolescentes.

Relação conflituosa

A Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescentes que pratiquem ato infracional. A lei estabelece o prazo de um ano aos órgãos responsáveis pelo sistema de educação pública e às entidades de atendimento para garantir a inserção de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa na rede pública de educação, em qualquer fase do período letivo, contemplando as diversas faixas etárias e níveis de instrução. O artigo 28 da mesma Lei responsabiliza gestores, operadores e seus prepostos e entidades governamentais "no caso do desrespeito, mesmo que parcial, ou do não cumprimento integral às diretrizes e determinações" previstas.

De acordo com Maria Lúcia de Lucena, coordenadora de programa social da Fundação Criança, de São Bernardo do Campo, muitas famílias encontram dificuldades para garantir a matrícula escolar dos jovens, ou devido à superlotação das salas de aula, ou por atitudes discriminatórias da equipe gestora, que os coloca em listas de espera. "O Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) tem constatado, no acompanhamento aos adolescentes em conflito com a lei, que suas experiências escolares são permeadas de mudanças de escolas, dificuldades de aprendizagem, conflitos com professores e colegas, expulsões, estigmatizações, rotulações e violações de direitos", diz Lúcia. 

Conforme ela, esses aspectos levam ao baixo desempenho e, consequentemente, ao enfraquecimento do vínculo escolar, mediante o aumento do sentimento de perseguição e de exclusão por parte dos adolescentes, o que também decorre da frustração em relação à capacidade para aprender.

Na sua pesquisa de mestrado "O jovem autor de ato infracional e a educação escolar: significados, desafios e caminhos para a permanência na escola", Aline FávaroDias, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pesquisou casos de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto (benefício concedido a autores de atos infracionais contra o patrimônio, como roubo, furto e envolvimento com o tráfico de drogas). Psicóloga de formação, Aline, que sempre trabalhou com jovens infratores, diz que as características comuns a esses adolescentes são a dificuldade em lidar com regras, com a frustração e em estabelecer rotinas. O envolvimento com drogas também é frequente, afetando a capacidade de concentração.

São adolescentes, portanto, que já apresentam dificuldades com a rotina escolar, mesmo antes de serem flagrados em atos infracionais. Muitos deles já haviam se evadido da escola, antes da internação. Na pesquisa "Trajetórias escolares de adolescentes em conflito com a lei", realizada por Marina Rezende Vazon, professora do departamento de psicologia da USP em Ribeirão Preto, e outros especialistas, identificou-se que, em 2002, um total de 51% dos adolescentes com medida de internação estavam fora da escola no momento da apreensão e 6% não eram alfabetizados, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça.


Roberto passou 24 anos sob custódia. Hoje é livre-docente da USP

Em 2011, esses números aumentaram, respectivamente, para 57% e 8%. De acordo com o levantamento, os aspectos da vivência escolar mais fortemente associados à conduta infracional incluem o baixo desempenho, a relação conflituosa com pares e professores, e punições reiteradas e severas. Nessa linha, as trajetórias escolares são marcadas por processos explícitos ou implícitos de exclusão do ambiente escolar, nos quais se destacam a não aprendizagem, problemas disciplinares e punições recorrentes. 

Marina lembra também que jovens em conflito com a lei costumam apresentar defasagem idade-série de, ao menos, três anos, mostrando que eles não realizaram aquisições mínimas de conhecimento. "Ao não conseguir o aprendizado cognitivo desejado, os jovens se desvinculam da instituição, tornando-se mais vulneráveis à ação policial", acredita Marina. "Estatisticamente, os problemas escolares influenciam mais os meninos de comportamento complicado do que as variáveis familiares", ressalta a pesquisadora. 

Atenção especial

Quando participou de um assalto que lhe rendeu uma medida socioeducativa de oito meses de internação, D. já tinha se evadido da escola. Também internado durante oito meses, o jovem concluiu o primeiro ano do ensino médio e deixou a Fundação Casa no dia 16 de dezembro de 2014. Hoje com 17 anos e em medida de liberdade assistida, D. acaba de conseguir vaga em uma escola, após mais de cinco meses de espera. Ele considera que foi mais fácil aprender durante a internação do que nas escolas regulares pelas quais passou. "Na Fundação a pessoa mais respeitada é o professor, pois ele não somente dá aulas, mas também nos incentiva a viver", afirma.

O ECA determina que as unidades de internação têm o dever de promover a escolarização, educação profissional, atividades culturais, esportivas e de lazer. A medida socioeducativa pode ser cumprida em meio aberto ou com privação de liberdade. O jovem em cumprimento da medida de internação recebe formação dentro da unidade - seja ensino fundamental ou médio. Na internação, a responsável pela educação formal dos adolescentes é a Secretaria de Estado da Educação e os jovens recebem as mesmas propostas curriculares dos cursos de ensino fundamental e médio regulares da rede de ensino estadual. "Se estiver em cumprimento de semiliberdade, prestação de serviço à comunidade ou liberdade assistida, o aluno deve ser vinculado a uma escola próxima do seu cotidiano de vida", explica Maria Lúcia. 

Maria Lúcia, da Fundação Criança: famílias relatam dificuldades para matricular seus filhos


De volta à escola regular, D. considera a "desmotivação docente" e "posturas autoritárias", como os principais entraves para que aprenda. Ele reclama da falta de atenção mais individualizada do professor no cotidiano das aulas, e de uma postura da escola com a qual não se sinta desrespeitado ou constrangido. 

G.I. também compara suas duas experiências escolares, dentro e fora do período de internação. "Quando eu fiquei internado era obrigado a estudar. Era mais fácil aprender lá dentro do que aqui fora", compara. O adolescente relata dificuldades no trato com os professores, que - com exceção do docente que leciona artes - não se mostram abertos a ajudá-lo em suas dúvidas e problemas com o conteúdo das aulas, relata. Com seis pessoas vivendo em sua casa - todas desempregadas - G.I. optou por estudar à noite para trabalhar de dia. A ideia, explica ele, é encontrar emprego o quanto antes. "Se eu esperar terminar a escola para começar a trabalhar, minha família morre de fome", afirma. 

Em sua pesquisa, Aline Fávaro, da UFSCar, detectou entre as dificuldades reportadas pelos jovens entrevistados, problemas no trato com os professores como agressões físicas e verbais, insensibilidade às suas características individuais, comportamento autoritário, além da percepção de que as escolas gastam mais tempo com medidas punitivas do que para incentivar seu aprendizado. 

Estereótipos

Ficar na escola, portanto, pode ser um desafio maior do que voltar para ela. Dados da Fundação Criança mostram que, no comparativo de 2010 a 2014, entre os adolescentes atendidos em meio aberto se observou um aumento progressivo no grau de escolaridade, porém a distorção idade-série aumentou. "Esse indicador da distorção é importante, pois mostra a fragilidade do sistema educativo quanto a sua capacidade de reter alunos", critica Maria Lúcia. Segundo ela, dos 851 adolescentes atendidos pela Fundação em 2014, somente três concluíram o ensino médio e dois entraram no ensino superior. 

Biancha Angelucci, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) - que pesquisa a escolarização das pessoas que estão excluídas do sistema escolar, entre elas os moradores de rua, as pessoas com deficiências mentais e físicas e os adolescentes em conflito com a lei -, defende que, para garantir o retorno escolar desses jovens, o primeiro passo é evitar que o seu desenvolvimento seja condicionado pela situação de conflito com a lei. "A escola é o espaço onde o jovem tem uma oportunidade única de reconstruir sua identidade. Mas, para isso, os gestores devem ressaltar outras características desse estudante, ajudando-o a criar um novo projeto de vida." Para ela, pesam sobre esses jovens estereótipos generalizados, segundo os quais o conflito com a lei é algo inerente ao seu caráter e, portanto, não pode ser mudado. 

Biancha argumenta que o acolhimento dos jovens em conflito com a lei deve estar previsto no projeto político-pedagógico da instituição, que precisa discutir com a comunidade o que significa receber esses adolescentes. "Muitas famílias [da comunidade escolar] se opõem à ideia, pois sentem um medo infundado de que os seus filhos sejam influenciados pelos jovens reinseridos. A escola deve trabalhar esses problemas", pondera. 

O desafio do retorno à escola diz respeito, portanto, não somente à busca por vagas em locais dispostos a acolhê-los, como também a criar condições que permitam ganhar sua confiança, de maneira que ele escolha permanecer naquele contexto, mesmo após o cumprimento da medida socioeducativa. "Muitos desses meninos viveram um drama pessoal no decorrer do seu processo de aprendizagem e trazem para si a responsabilidade pelo seu fracasso escolar", argumenta Marina, da USP.

Para além da intervenção 

E como é possível conquistar essa confiança? "Diretores e coordenadores pedagógicos precisam conhecer os desejos e necessidades desses adolescentes, criando vínculos com esses meninos e suas famílias, por meio de um trabalho em rede, já que nenhum equipamento conseguirá, sozinho, intervir de fato na vida desses garotos", defende Gabriela Gramkow, pesquisadora e doutora em psicologia social que trabalhou com adolescentes em cumprimento de medidas de semiliberdade. 

Gabriela Gramkow: os gestores precisam criar vínculos com esses adolescentes

João Clemente de Souza Neto, coordenador de uma entidade sem fins lucrativos ligada à Pastoral do Menor na região episcopal da Lapa - que acompanha o cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto -, explica que, quando a ONG recebe um jovem, o primeiro passo é ajudá-lo a ter consciência da sua situação. Com base nesse processo, eles o apoiam a construir um projeto de vida, no qual a escola pode ou não entrar. "Muitos meninos apresentam dificuldades de convivência. Então, antes de garantir o retorno à escola, precisamos cuidar dessa parte social", detalha. Uma crítica de Neto ao sistema educacional é que as instituições separam a educação do mercado de trabalho, algo que, acredita, dificulta o interesse desses alunos que, em geral, precisam trabalhar. 

Apesar do panorama complicado, no entanto, há situações bem-sucedidas de adolescentes que conseguiram retornar à normalidade pelo caminho da educação. Um desses casos é o de Tamara Souza Rodrigues, moradora de Niterói e hoje com 21 anos, que cursava o primeiro ano do ensino médio quando se envolveu em uma briga com outra adolescente, três dias antes de cumprir 18 anos. Internada durante nove meses, cursou o segundo ano do ensino médio, concluindo a Educação Básica logo após o término da medida de privação de liberdade, por meio de um supletivo. Seu bom desempenho escolar chamou a atenção dos gestores do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas) do Rio de Janeiro, que acompanhavam o seu caso e a convidaram para trabalhar no projeto TV Degase, como funcionária. Tamara se prepara, agora, para prestar vestibular na área de direito, faculdade que pretende começar a cursar já no início de 2016. 

A eficácia da educação 

A importância da reinserção social de adolescentes que entraram em conflito com a lei pela via da educação também fica evidente na história de vida do professor Roberto da Silva, da Faculdade de Educação da USP. Silva passou, ao todo, 24 anos sob custódia em instituições do Estado, entre elas a antiga Febem (atual Fundação Casa). Ao deixar a instituição, já maior de idade, foi condenado a 36 anos por crimes diversos. Passou, então, a estudar direito na prisão, conseguindo reduzir sua pena para um quinto do tempo previsto. Já em liberdade, graduou-se em pedagogia, fez mestrado e doutorado, desenvolvendo a tese "A eficácia sociopedagógica da pena de privação de liberdade", em 2001. Em 2009, obteve a livre-docência na USP, instituição em que, hoje, coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação em Regimes de Privação da Liberdade. A finalidade do grupo é fomentar o desenvolvimento de políticas públicas para expansão da educação nas prisões e o aprimoramento das medidas socioeducativas aplicadas a adolescentes.

Com toda essa bagagem, a principal crítica de Silva ao sistema de reinserção escolar desses jovens diz respeito aos procedimentos na triangulação Justiça-Secretaria de Educação-Escola, que não dialogam, de maneira que as instituições não sabem o conteúdo pedagógico que o jovem estava aprendendo antes e depois da internação. De acordo com ele, no tempo que o adolescente passa internado, se entende que ele é aluno da Fundação Casa, algo que considera equivocado. "A Fundação Casa deveria trabalhar de forma complementar ao que a escola já faz, e não pretender substituí-la no período que ele passa internado", defende. Com isso, ele argumenta que, após a privação da liberdade, o reatamento dos laços escolares deve ocorrer com a escola de origem do jovem e não com outra instituição.

Em um de seus trabalhos de pesquisa, Aline Fávaro Dias identificou que as escolas não possuem estrutura e capacitação para trabalhar com esses jovens. Assim, nas conversas com as equipes gestoras, escutou que elas sabiam que os adolescentes em conflito com a lei deveriam ser tratados da mesma forma que o restante da classe, porém era inevitável que eles fossem mais observados e, algumas vezes, tratados como perigosos. 

Acordos cruéis 

Silvia Helena Seixas - responsável por implantar a escola de Ensino Fundamental na Fundação Casa de Ribeirão Preto em 2000 e coordenadora do Instituto Plural Vila Bela, que trabalha com egressos de medidas socioeducativas - observa que essa falta de preparo tem feito as escolas enfrentarem os desafios na área por meio de acordos cruéis. Assim, algumas permitem, por exemplo, que esses jovens entrem com drogas nas aulas, desde que não se envolvam em brigas. Outras estabelecem acordos com a polícia, que passa a entrar na escola para dar broncas nos meninos com problemas de comportamento. O terceiro tipo de acordo - que ela considera o mais cruel - é quando o gestor se compromete a dar frequência ao aluno, mesmo que ele não compareça. A reportagem não pôde entrevistar diretores, já que, segundo o artigo 247 do ECA, os diretores de escola não falam sobre a situação dos alunos com histórico de conflito com a lei.

Com o objetivo de combater esses problemas, o Instituto criou um projeto para orientar diretores de escolas sobre como lidar com o assunto. Silvia conta que o pontapé para a criação da iniciativa foi quando a diretora de uma escola da cidade - contra quem o Instituto já havia, inclusive, registrado boletim de ocorrência, por conta das negativas em receber meninos com problemas de comportamento - a procurou, dizendo que não sabia como atuar com esses adolescentes. Assim, a base do projeto envolve atividades de capacitação sobre como prevenir atitudes discriminatórias. 

Também atenta à falta de preparo docente, a Universidade de Brasília (UnB) e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC) criaram, em 2014, o Curso de Docência na Socioeducação, voltado a professores da rede pública brasileira. Com carga horária de 216 horas - sendo 200 horas realizadas na modalidade a distância e 16 horas presenciais - o treinamento envolve sete eixos temáticos, que visam ressignificar e revisar as práticas docentes no contexto dos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. 

Investimentos em qualificação também são o eixo central de uma iniciativa da prefeitura de São Paulo que, por meio da elaboração do Simase (Plano Decimal de Atendimento Socioeducativo do Município de São Paulo), prevê a oferta de referências aos educadores, de maneira a garantir o atendimento adequado a alunos com esse perfil. Adriana Watanabe, coordenadora do Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem, também conta que a prefeitura pretende implementar uma lei para criar a Comissão de Mediação de Conflitos nas escolas da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, com o objetivo de atuar na prevenção e resolução de conflitos que envolvam alunos, professores e servidores da comunidade escolar. "As situações de conflito no interior das escolas precisam ser mediadas pela equipe escolar e, nos casos mais complexos, é possível buscar o apoio dos serviços da Rede de Proteção Social em cada território."

Fonte: Revista Educação/UOL