CURITIBA VIVE GUERRA CONTRA CONFISCO DE RICHA


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Batalha campal contra o confisco promovido pelo governador Beto Richa (PSDB) deixa mais de 50 feridos; capital vive hoje o segundo dia de confronto entre servidores e policiais, que impedem os manifestantes de acompanhar na Assembleia Legislativa o debate da proposta que fere direitos do funcionalismo; Batalhão de Choque joga bombas de gás e balas de borracha e recebe de volta paus e pedras; deputado federal Enio Verri, presidente do PT do Paraná, classifica de "truculenta", "absurda" e "ultrapassada" a atitude de Richa de mandar a polícia cercar a Assembleia; "O governo não tem diálogo nenhum com o setor público e ainda por cima vem colocar a polícia, única coisa que os deputados da base precisavam para aprovar o projeto", disse ao 247; para ele, "sem dúvida" este é o momento "mais grave" da gestão do tucano, que já ganhou o apelido de #BetoHitler nas redes sociais; "Parece uma praça de guerra", publicou no Twitter o prefeito Gustavo Fruet (PDT).

Gisele Federicce, 247 – O governador do Paraná,  Beto Richa (PSDB), promove uma ação "truculenta", "absurda" e "ultrapassada" ao enviar policiais militares para cercar a Assembleia Legislativa a fim de impedir que servidores públicos estaduais acompanhem a votação de um conjunto de medidas que tem como objetivo resolver problemas financeiros do Estado e põe em risco benefícios do funcionalismo.

Esta foi a opinião manifestada pelo presidente do PT do Paraná, deputado federal Enio Verri, em entrevista ao 247 no início desta tarde. Curitiba tem hoje o segundo dia seguido de conflitos entre servidores e policias no Centro Cívico. Como ontem, hoje o Batalhão de Choque joga bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, além de balas de borracha, contra os manifestantes. Professores feridos procuram refúgio na Prefeitura de Curitiba, que já atende mais de 50 feridos. "Parece uma praça de guerra", publicou no Twitter o prefeito Gustavo Fruet (PDT).

"É uma atitude truculenta e absurda, ultrapassada, parece o Brasil do século 19", declarou Enio Verri. "Na verdade são trabalhadores organizados fazendo uma mobilização não para conquistar direitos, mas para não perdê-los. Eles (governo) não têm diálogo nenhum com o setor público e ainda por cima mandam colocar a polícia", acrescentou o deputado federal. Os professores estão em greve desde sábado 25 contra as medidas, que alteram principalmente a fonte de pagamento para o Fundo Previdenciário ParanaPrevidência.

A votação em segundo turno do chamado 'pacotaço' de Richa começou no início da tarde desta quarta-feira. Os deputados chegaram a interrompê-la em decorrência do conflito fora da Casa. O deputado Professor Lemos (PT) pediu suspensão da sessão. O líder do governo, deputado Romanelli, sugeriu que parlamentares tentassem conversar com os manifestantes. No entanto, o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), afirmou que a sessão continuaria. "Nós estamos aqui em uma sessão normal. Fora da Assembleia é questão da Secretaria de Segurança Pública", disse.

Para Enio Verri, este "sem dúvida" é o momento "mais grave" da gestão de Richa, que conforme lembrou o petista, já provocou diversos outros problemas, como a falência do Estado. "Como ele tem maioria na Assembleia, ele manda para lá [o projeto] e os deputados se submetem a uma coisa tão prejudicial para o Estado", comentou. A votação é acompanhada hoje por uma comissão de senadores, mas de acordo com Verri, a maior confiança está na "pressão do movimento" dos servidores. Dos 54 deputados estaduais, 31 já se manifestaram favoráveis à proposta do Executivo, disse o deputado.

Confira abaixo os tuítes do prefeito Gustavo Fruet e outros comentando a guerra campal em Curitiba. Governador já ganhou o apelido de #BetoHitler nas redes sociais.

Brasil 247