
Por Ricardo Cappelli/br 247
Em menos de 48 horas o Brasil irá parar para acompanhar o julgamento mais importante da história do judiciário. Nunca uma decisão teve o poder de interferir tanto na vida nacional. Os magistrados tomaram um caminho sem volta. Seja qual for o resultado, a imagem do poder judiciário será abalada, infelizmente.
3 x 0 CONTRA LULA – Seria uma vitória dos radicais, da Aliança do Coliseu, formada pela Globo com setores antinacionais da burocracia estatal. A fragilidade técnica da acusação é enorme. A condenação está sustentada apenas na delação de Léo Pinheiro, réu no mesmo processo e, portanto, desobrigado de falar a verdade em seu depoimento.
Juristas do mundo inteiro têm criticado a fragilidade da sentença. Não há ato de ofício que sustente a acusação de corrupção. Dificilmente prosperará nas instâncias superiores, mas cumprirá o objetivo de tentar tirar Lula das eleições. O povo não é idiota. Como o judiciário explicará que Aécio, Temer e outros, com mala de dinheiro e até filmagem estão soltos e podem ser candidatos?
Ao hastear uma bandeira ideológica o judiciário abalará sua confiança de forma irreversível no imaginário popular, uma aventura de consequências institucionais imprevisíveis.
Neste caso, caberá à defesa do ex-presidente apenas a apresentação de embargos de declaração sobre a dosimetria e aspectos técnicos. O STF ficará exposto. Determinou a prisão a partir da segunda instância, mas no caso Lula o TRF-4 já disse que não irá executar (medo? covardia?).
O PT vai lançar Lula no dia 25 e irá registrá-lo. Caberá ao TSE cassar o registro. Se acontecer, caberão recursos às instâncias superiores. Aumentarão as especulações na esquerda sobre as alternativas. O mesmo ocorrerá no campo conservador. A presença ou eventual ausência de Lula organiza e desorganiza o jogo.
O dia 17 de setembro é o prazo limite para indicação e/ou troca dos candidatos nas urnas. No dia 20 de setembro acontece a inseminação das urnas eletrônicas. Se Lula for cassado depois desta data o PT poderá indicar outro candidato, mas ao digitar 13 é o rosto de Lula que aparecerá na tela.
Ricardo Cappelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes.