O tal "fogo amigo"


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Por Emerson Araújo/Jornalista

Tenho militado na política desde de 1979 quando fui aprovado no meu primeiro vestibular e me encontrei com o movimento estudantil em Teresina já vindo do movimento social da Igreja. Foi ali nos primeiros anos de faculdade que entendi a premissa filosófica do "homem  é um ser político por natureza".

Na verdade sempre gostei da muvuca da política ao ponto de nos idos de 1980 ter ajudado a fundar um partido político(PT) em Teresina,  no Piauí e tê-lo acompanhado quase a vida toda. Mas nunca tinha vivido tão intensamente a política como a que se vive em Tuntum quando aqui cheguei no verão de 2009. Aqui a política germina nos portais das casas, nas calçadas e, agora, nos famigerados grupos de whatsapp, que nos enchem o saco e a memória do celular com tantas discrepâncias, asneiras, infantilidades de toda ordem e áudios obscuros,  dizem os fofoqueiros de plantão que tem gente e arremedos de políticos locais que estão a beira do manicômio por conta do aplicativo. Mas tudo a isso presencio como se fosse o samba do crioulo doido por aqui.

Já tinham me dito que em Tuntum até as panelas velhas faziam política, depois comprovei "in locus" esta  verdade as vezes jocosa e sem norte. Assim, volta e meia,  ainda me surpreendo com os estragos surrealistas que a política da cidade faz com os seus atores. E nem precisa que a oposição se levante para fazer estragos a  quem está no poder, o "fogo amigo" cuida disso por sinal.

O "tal fogo amigo" parece, que nas últimas horas, voltou a funcionar por aqui no bojo do grupo político que está no poder e nos parece, queimando pretensões e acinzentando cada vez as dificuldades que temos tido nos últimos dias. 

Tuntum se contorce de novo sob as raias do fuxico, do entrega-entrega, do blá, blá, blá que escondem as nossas debilidades, todas, diga-se de passagem. E o samba do crioulo doido volta a ser cantado nos portais, nas calçadas,  nos intermináveis arrotos dos grupos de whatsapp e nos blogs de plantão do fuxico. 

O samba de uma nota só prenuncia mais um carnaval trágico da vocação da cidade.