Em novos ataques de criminosos, mais 4 ônibus e 6 carros são incendiados


Criminosos – a mando de presidiários do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, segundo a polícia – voltaram a agir na noite de ontem (21) e madrugada de hoje (22) em São Luís.
Três ônibus foram incendiados na garagem da empresa Gonçalves

Quatro ônibus – três deles estacionados na garagem de uma empresa e outro que fazia um frete – e ao menos seis carros foram incendiados. Ninguém ficou ferido.

Na tarde de sábado (20), bandidos já haviam ateado fogo em seis ônibus – atacados em bairros de São Luís – e numa van do transporte alternativo, em São José de Ribamar (cidade vizinha a São Luís), o que fez com que a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema) decidisse paralisar a circulação dos ônibus e mandasse os motoristas recolher os veículos para as garagens.

Os ônibus foram atacados no Alto do Pinho (1), no Jardim São Cristóvão (2, na garagem da Viação Abreu), na Santa Bárbara, no Bom Jesus e no Sol e Mar.

Os coletivos voltaram a circular no domingo, e isso se mantém até a manhã desta segunda. O presidente do Sttrema, Gilson Coimbra disse ao Jornal Pequeno, nesta manhã, que a diretoria do sindicato vai ser reunir ainda hoje para avaliar a situação, mas que “uma nova paralisação da frota está descartada”.

Entre a noite de sábado e a madrugada de hoje, 14 pessoas já foram presas (entre elas, cinco adolescentes), suspeitas de envolvimento nos atentados a ônibus e carros.

O novos ataques começaram às 21h de ontem, quando um ônibus fretado por brincantes de bumba meu boi foi incendiado no bairro da Alemanha.
Criminosos atearam fogo em quatro veículos na Radional

Mais tarde, às 0h40, os criminosos incendiaram quatro carros que estavam estacionados numa garagem de propriedade da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), próximo ao 3º Distrito Policial (DP), no bairro Radional.

Pouco depois, três ônibus foram queimados na garagem da empresa Gonçalves e, já no fim da madrugada, criminosos invadiram a concessionária de veículos Adivel, na Avenida dos Africanos (bairro do Coroadinho), e incendiaram dois veículos seminovos – uma Hilux e um jipe.

O Fórum da Raposa (município localizado a 24 km de São Luís) também foi atacado a tiros, na madrugada, por dois homens que ocupavam uma moto, segundo informaram testemunhas.
Momento em que ônibus eram incendiados na empresa Gonçalves

Ouvido pelo JP no sábado, o coronel Marco Antônio Alves, comandante do Policiamento da Área Metropolitana 1 (CPam 1), afirmou que, pela característica dos ataques, “tudo indica” que as ordens para incendiar os veículos “partiram de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas”.

Segundo ele, a motivação seriam as novas medidas disciplinares e a transferência de presos para o Presídio São Luís 3 – recém-inaugurado na comunidade Maruaí, na zona rural de São Luís, a poucos quilômetros de Pedrinhas.

“Há muito tempo estávamos sem registro desse tipo de ataques. Foi só iniciarmos as transferências de presos que isso aconteceu”, disse o coronel Alves.

ATAQUES DE JANEIRO – Os recentes ataques a ônibus em São Luís são uma repetição de episódio parecido ocorrido em janeiro, quando ao menos cinco ônibus foram incendiados na cidade. Delegacias e postos policiais também viraram alvos de criminosos.

Na época, a polícia obteve provas – por meio de gravações de telefonemas de líderes de facções que atuam em presídios do Complexo de Pedrinhas – de que as ordens para os ataques saíram do complexo, motivadas pelo maior rigor implantado na segurança prisional.

Num dos ataques de janeiro, os bandidos atearam fogo num ônibus na Vila Sarney Filho (São José de Ribamar) com parte dos passageiros dentro. Uma menina de 6 anos, Ana Clara Santos Sousa – teve queimaduras de 95% no corpo e morreu em 6 de janeiro, três dias depois do ataque. Outras quatro pessoas ficaram feridas no ataque, inclusive a mãe de Ana Clara e sua irmãzinha, de um ano e meio.

Jornal Pequeno