Por Francy Teixeira, do Jornal Meio Norte
Números catalogados pelo iDados, com base em levantamentos consolidados pelo IBGE e o Governo Federal referentes a 2015, mostram que o Piauí é o Estado do Nordeste em que os concludentes do ensino superior demoram menos tempo para conseguir um emprego de carteira assinada. A pesquisa foi divulgada na semana passada, apontando que em média, a diferença entre a diplomação e o primeiro emprego com carteira assinada no Piauí é de 0,7 ano, o que representa pouco mais de 8 meses. O índice é ainda o terceiro menor do país, ficando atrás apenas do Amazonas e do Amapá.
No Piauí, geralmente aqueles que possuem ensino superior conseguem o primeiro emprego com carteira assinada aos 29,3 anos, terceiro melhor resultado do país, ficando atrás apenas do Espírito Santo (29 anos) e Paraná (28,8 anos de idade). A organização aponta que em média, aqueles que possuem ensino superior no país só conseguem a primeira vaga no mercado de trabalho sob as regras formais, após os 30 anos de idade. Em alguns casos específicos, tal colocação só acontece depois dos 35 anos, é o caso dos Estados de Mato Grosso (37,2), Maranhão e Acre (36,4), Tocantins (35,8) e Mato Grosso do Sul (35,5).
Quando se considera todo os trabalhos, incluindo os informais, o estudo mostra que os piauienses começam a trabalhar cedo, entre aqueles que possuem ensino fundamental a média de ingresso no mercado é de 14,2 anos, entre os que têm ensino médio o índice é de 16,2 anos. Já os piauienses que possuem ensino superior, geralmente começaram a trabalhar em média aos 18 anos de idade, aproximadamente.
A discrepância entre a idade média do primeiro emprego formal para o cenário universal (quando se considera os trabalhos em que não há carteira assinada), comprovam que a força do mercado informal no Piauí.
Informalidade é de 32% no Piauí, a maior do país
Levantamento do iDados, embasada na Pesquisa de Amostragem de Domicílios (Pnad), na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e no Censo da Educação Superior, apontam que o Piauí possui o maior índice de informalidade do país, chegando a 32%. O resultado do cruzamento de dados feito pela organização foi divulgado no último dia 04 de agosto, dispondo de um diagnóstico completo da situação do mercado de trabalho brasileiro.
Em geral, a informalidade é maior nas regiões Norte e Nordeste, sendo que além do Piauí, os Estados com maior taxa são: Maranhão (30%), Paraíba (27%) e Sergipe, Pará e Tocantins (26%). Já os entes federativos com menor taxa de informalidade são também as que apresentam, respectivamente, os maiores PIB per capita do país (de acordo com dados do IBGE): Distrito Federal (15%), São Paulo (16%) e Rio de Janeiro e Santa Catarina (17%). "Observa-se que, nos estados onde a taxa de informalidade é maior, em geral, as pessoas com ensino fundamental começam a trabalhar mais cedo (com ou sem carteira assinada), e demoram mais para entrar no mercado de trabalho formal. Nesses estados, em geral, as pessoas completam o ensino médio com uma idade mais avançada, e isso também se reflete depois na conclusão do ensino superior. Elas também costumam entrar mais velhas no mercado de trabalho formal", aponta o levantamento.
O único Estado do Nordeste em que a informalidade está em um índice menor do que 20% é Alagoas, que apresenta taxa de 18%. Índice igual ao observado no ente com menor número da região Norte, o Amapá.
Infográficos:
I- Diferença entre a diplomação e o primeiro emprego de carteira assinada.
(Ensino Superior)
Maranhão – 7,7 anos
Ceará – 6,7 anos
Sergipe – 5,7 anos
Paraíba – 4,5 anos
Alagoas – 3,5 anos
Bahia – 3,3 anos
Pernambuco – 3,1 anos
Rio Grande do Norte – 2,6 anos
Piauí – 0,7 ano
II - Idade média do primeiro emprego com carteira assinada.
(Ensino Superior)
Maranhão – 36,4 anos
Ceará – 34,7 anos
Sergipe – 33,9 anos
Bahia – 33,6 anos
Paraíba – 32,4 anos
Alagoas – 32,4 anos
Pernambuco – 32,2 anos
Rio Grande do Norte – 31 anos
Piauí – 29,3 anos
Fonte: RAIS (2015) e PNAD (2015). Elaboração: IDados.