Durante abertura da 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, nesta quarta-feira, 27, a presidente Dilma Rousseff disse que irá lutar até o fim para garantir que a democracia seja respeitada; Dilma chamou o processo contra ela de "eleição indireta, falsificada de impeachment", deixou claro que sua retirada do cargo sem crime de responsabilidade fere os direitos de todos os brasileiros que foram às urnas nas eleições de 2014; "Nós não vamos deixar que encurtem o caminho ao poder, através de uma eleição indireta, falsificada de impeachment. O que está em questão não é apenas 54 milhões de votos. São todos aqueles que compareceram às eleições, que são 110 milhões de brasileiros. Eles também serão roubados", afirmou; "Não podemos desrespeitar eleições diretas no Brasil. Se aceitar isso, estaremos desrespeitando o povo brasileiro"
247 - Durante abertura da 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, nesta quarta-feira, 27, a presidente Dilma Rousseff afirmou que tem orgulho do País e que é necessário que a luta pela democracia seja continuada.
Para Dilma, o processo de impeachment contra ela no Senado diz respeito à democracia, e não ao seu mandato. "Nós vamos discutir o nome social, eles não vão discutir o nome social. "Vou lutar até o fim para garantir que a democracia seja respeitada. Este é um processo de eleição indireta, daqueles que não têm voto, para se colocar numa disputa e receber os votos do povo brasileiro, que é o único caminho correto para alguém chegar ao governo. Nós não vamos deixar que encurtem o caminho ao poder, através de uma eleição indireta, falsificada de impeachment. O que está em questão não é apenas 54 milhões de votos. É mesmo aqueles que compareceram às eleições, que são 110 milhões de brasileiros. Eles também serão roubados, porque mesmo quando você participa, você tem que respeitar seu adversário. E só tem um vencedor, que é o povo brasileiro. Não podemos desrespeitar eleições diretas no Brasil. Se aceitar isso, estaremos desrespeitando o povo brasileiro", afirmou.
Dilma disse ainda que o processo tem um pecado original, que é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). "Ele queria fazer um jogo escuso com o governo. Qual era o jogo: votem para impedir que eu seja julgado no Conselho de Ética, tira os votos que o governo tem no Conselho de Ética, e aí eu não entro com o processo de impeachment. Um governo que aceita uma negociação dessa, entra em processo de apodrecimento, daí nós nos recusamos. Aí, o presidente da Câmara abriu o processo de impeachment. Eu não tenho contas no exterior, jamais usei dinheiro público para me beneficiar, não tenho acusação de corrupção. Então eles arranjaram uma acusação e me acusam de ter práticas contábeis incorretas", explicou.
Dilma destacou que a importância da conquista dos direitos. "Todos nós, inclusive esta presidenta, só chegou aqui porque lutou também, a boa luta, pela democracia, pela inclusão. A democracia só é plena quando os direitos humanos são respeitados", disse a presidente.
A presidente elencou uma série de ações e obras que foram realizadas desde o seu primeiro governo e ressaltou a criação da Comissão Nacional da Verdade. "Significa que nós avançamos na compreensão de uma fase da história brasileira que não queremos que se repita, que foi a ditadura. Tortura nunca mais!", disse Dilma.