Emerson Araújo/Escritor
Tenho defendido, ao longo destes 08(oito) anos, que voltei definitivamente para Tuntum, o fortalecimento da educação municipal pública, a execução de políticas públicas para geração de emprego e renda e, agora, defendo uma renovação da política cultural que a cidade deve efetivar em curto, médio e longo prazos.
A verdade é que qualquer comunidade, no espaço civilizatório, deve ter as suas mais profundas manifestações culturais defendidas e garantidas pelo poder público local como legado de continuidade do "habitat" social do seu povo. O próprio conceito de cultura que diz que é "todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro" confirma aquilo que dissemos anteriormente e que se deve aplicar em Tuntum como manifestação de política pública que se quer e que é necessária para garantir vida social de qualidade para os membros que estão domiciliados no município na continuidade dos seus legados, suas crenças e seus hábitos.
Política cultural como instrumento de preservação e continuidade de crenças e manifestações artísticas de um povo deve estar fundamentado nas suas aptidões de criação e necessariamente não podem estar fincadas apenas na espetaculização. É um equívoco acreditar que para se fazer cultura é, a princípio, tomar emprestado de outrem as suas manifestações de artes, crenças e hábitos. Todo e qualquer espaço civilizatório tem suas manifestações culturais encravadas na sua história de vida. Tuntum tem a sua cultura para ser preservada como identidade social porque é um espaço civilizatório rico em preservações e criações artísticas continuadas, que precisam ser observadas e mantidas pelo poder público em melhores condições e isso é fato.
A música, a dança, o artesanato, a literatura, a alimentação e as crenças religiosas diversificadas são as ferramentas básicas de construção do mundo cultural ao longo da história de Tuntum. São estas ferramentas culturais locais que tem identificado o modo de ver e ser do povo tuntunense durante a sua trajetória de convivência social.
O povo de Tuntum não precisa tomar emprestado de ninguém e nem de outro espaço civilizatório qualquer manifestação de cultura distante ou estranha porque o município é rico em crenças, arte, hábitos, alimentação, basta o poder público renovar sua política de cultura para os próximos anos, apoiando os artistas locais na manutenção da história artística que a cidade tem e oferecendo a eles um espaço adequado para que possam desenvolver/manter suas criações sem concorrências desnecessárias.