ALIADO DE TEMER E AÉCIO, JOÃO ALBERTO CONTRATA EMPRESA DE PRESO PELA PF


Maranhão 247 - Ligado ao ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), o presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA) investiu, em maio, R$ 45 mil de cota parlamentar (recursos públicos) para a contratação do Instituto Escutec com o objetivo de fazer uma pesquisa qualitativa. A informação é da coluna Radar Online. Segundo o texto, a empresa é conhecida no Maranhão por divulgar levantamentos favoráveis à família Sarney. O instituto de como dono Fernando Junior, amigo da clã que dominou por quase 50 anos a política no estado. 

Junior foi preso pela Polícia Federal, em 2015, durante a Operação Attalea, que investigava desvios de dinheiro do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na prefeitura de Anajatuba (MA).

João Alberto também foi contra o afastamento de Michel Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de tentarem impedir as investigações da Operação Lava Jato, após serem gravados pode delatores da JSB.

Sobre Temer, Alberto disse que “nada vai parar porque o que houve foi um problema de interpretação. Uma conversa acabou sendo mal­interpretada e tudo já está sendo esclarecido. Quanto às reformas, as análises retornaram tanto na Câmara quanto no Senado. A crise está debelada”. A entrevista foi concedida publicada no dia 20 de maio no Jornal O Estado, do Maranhão (veja aqui).

Na semana passada, o senador ligado aos Sarney demonstrou sua posição contra o afastamento de Aécio, durante entrevista ao Estado de S. Paulo. "Primeiro é preciso saber se os áudios são verdadeiros. Porque o senador recorreu. Preciso antes permitir que ele se defenda para ver o que vou fazer. Ele alega que foi armação", disse (leia aqui).

Janot confirmou que tanto Michel Temer como Aécio tentaram impedir o avanço da Lava Jato. "Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos", disse o procurador, em maio.

Acusações

Conforme a delação dos donos da JBS, os empresários Joesley Batista e seu irmão Wesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Depois, o parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. O empresário disse a Temer que estava dando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?". O teor das delações foi publicado pelo colunista Lauro Jardim, do Globo.

O procurador Rodrigo Janot acusou o peemedebista de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa. Nesta segunda-feira (12), o ministro-relato da Lava Jato no STF, Edson Fachin, concedeu mais cinco dias para a Polícia Federal encerrar as investigações sobre Temer. O peemedebista, através de sua assessoria, já havia negado a tentativa de impedir avanço da Lava Jato e classificou as gravações da JBS como manipuladoras. 

Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista, para supostamente pagar advogados, segundo Lauro Jardim. O dinheiro foi entregue a um primo do presidente do PSDB. Segundo a PF, que filmou a cena, o dinheiro foi depositado numa empresa do senador Zeze Perrella (PMDB-MG). O tucano tratou a propina como venda de apartamento. "Foi proposta, em primeiro lugar, a venda ao executivo de um apartamento de propriedade da família", disse ele, em nota.

O senador também sugeriu escolher delegados da Polícia Federal para estancar a Operação Lava Jato, na conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS. O tucano também chama o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, de "bosta do caralho" (veja aqui). O parlamentar ,também por meio de sua assessoria, afirmou não existir qualquer ato dele, "como parlamentar ou presidente do PSDB, que possa ter colocado qualquer empecilho aos avanços da Operação Lava Jato".

Janot e Dallagnol pedem prisão de Aécio

Na última sexta-feira (9), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reforçou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de prisão de Aécio. "São muitos os precedentes do Supremo Tribunal Federal que chancelam o uso excepcional da prisão preventiva para impedir que o investigado, acusado ou sentenciado torne a praticar certos delitos enquanto responde a inquérito ou processo criminal, desde que haja prova concreta do risco correspondente", disse Janot.

Nesta segunda-feira (12), o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, defendeu a prisão de Aécio. "O afastamento objetiva proteger a sociedade. Desobedecido, a solução é prender Aécio, conforme pediu o PGR Janot", postou Dallagnol.