A verdade, o governo e os abutres

Cid Gomes deixa o plenário da Câmara ontem (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Cid Gomes após deixar o plenário da Câmara: ele disse o que boa parte dos brasileiros gostaria (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
 
Por Renato Rovai/Portal Fórum

O documento publicado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo não vazou. E isso significa dizer que não foi entregue por alguém de forma intencional a um jornalista. Aconteceu de ir pra um email que não deveria ter ido. Mas isso é o que menos importa neste momento.

Afinal, depois das declarações de Cid Gomes na Câmara Federal no final da tarde de ontem e sua posterior saída do governo fica cada vez mais claro que os fatos valem mais pelas suas interpretações, do que pelo seus significados reais.

Cid ontem disse o que boa parte dos brasileiros gostaria de dizer ao presidente da Câmara, o senhor Eduardo Cunha. Que em breve deixará de ser o presidente da Casa, porque está tentando ir muito longe demais para continuar no cargo. Mas isso é história para outro post.

O que importa por hoje é que o documento que chegou ao Estadão fazia uma boa análise do que o governo fez de errado na área de comunicação, apesar de ter soluções simples para o tamanho dos problemas atuais.

Isso quer dizer que o governo deveria lê-lo com atenção e não buscar culpados pela sua repercussão. Da mesma forma que deveria assistir muitas vezes ao discurso de Cid no Congresso.

Falta coragem pra dizer o que há de errado no governo Dilma. E o que há de errado na relação do seu governo com o Congresso e com a mídia, que é a bateria da escola de samba do golpe.

Não importa o que os golpistas vão achar disso. Importa ouvir quem quer dizer o que precisa ser ouvido.

É hora de o governo Dilma escolher se vai preferir ver suas feridas e ter gente disposta a curá-las. Ou se vai apenas conviver com abutres e urubus.