Do Maranhão da Gente
É
julho. A menos de um ano do início da campanha eleitoral, o país vive
clima de véspera de pleito. O governo federal definirá ainda esta semana
os pontos a serem discutidos na pauta do plebiscito que gestará a
reforma política e espera contar com a colaboração de governos estaduais
e prefeituras, entes convidados a reorganizarem o cenário político do
país. Com a medida, o governo federal pretende estancar a crise e
iniciar a tão aguardada agenda positiva para o país.
No
Maranhão, os líderes políticos assimilaram os acontecimentos de junho
de forma diversa. Por não temer a voz das ruas e se portar desde o
início ao lado dos movimentos populares que foram as ruas, o prefeito
Edivaldo Holanda Júnior foi poupado das duras críticas, que acabaram
direcionadas quase exclusivamente ao domínio do grupo Sarney no Estado.
Nem
mesmo o apelo da presidente Dilma para que governadores se esforçassem
na resposta às ruas, estimulou a governante a sair do ostracismo. O
único gesto de Roseana até o momento é o de tentar ressuscitar a
abandonada obra da Via Expressa. Prometida há anos pelo governo do
estado, a ideia agora é associá-la ao projeto de mobilidade urbana do
município que caminha a passos largos, inclusive nos debates junto à
sociedade.
Hoje à noite, o prefeito
Edivaldo Holanda Júnior deverá apresentar o planejamento das ações para
cada reivindicação apresentada pelos líderes de movimentos sociais
recebidos na última semana de junho. Enquanto isso o governo Roseana,
chamuscado com mais um escândalo, deverá passar os próximos dias
orquestrando ataques contra a oposição para tentar desviar o impacto do
chamado Bolsa-Eleição, espécie de mensalão pago a dezenas de
ex-prefeitos e ex-vereadores derrotados na eleição passada, com vistas a
comprar apoios políticos na eleição de 2014.
No
governo estadual, a paralisia que se vê até o momento terá seu ponto de
inflexão mais tarde, durante audiência do Secretário de Desenvolvimento
Social Fernando Fialho na Assembleia Legislativa. Na corda bamba,
caberá a Fialho tentar estancar a sangria no governo desde que o
escândalo Vera Macieira veio à tona. O problema é que já se constatou o
caráter espúrio dos convênios celebrados na SEDES.
Acéfalo, o governo do estado parece caminhar para a permanência numa espécie de clandestinidade voluntária.
Enquanto
isso, o cenário mostra que Governo Federal e Prefeitura de São Luís
digeriram bem as vozes das ruas, buscando parcerias com a sociedade.