Diante da obrigatoriedade do diário de classe eletrônico, em substituição aos diários convencionais, e da novidade da inclusão digital em sala de aula, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), Júlio Pinheiro, discutiu o assunto com o secretário de Estado de Educação, Bernardo Bringel, destacando a necessidade de fornecer equipamentos digitais aos professores da rede pública estadual, a fim de facilitar a alimentação dos diários de classe e auxiliar os docentes na preparação de aulas.
No início deste ano, o governo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), anunciou a distribuição de tablets para professores de escolas públicas, dando prioridade para professores do ensino médio, dentro do programa de inclusão digital na educação pública, que deve atender professores e alunos, inclusive na ministração de aulas, com o auxílio de outras ferramentas, como a lousa digital.
Pela programação do governo federal, a distribuição deve ter início a partir deste semestre, porém não serão beneficiadas todas as a escolas do Brasil de uma só vez. A distribuição será gradativa. Segundo Júlio Pinheiro, para acelerar a concretização da inclusão digital é necessário a colaboração dos estados, no programa federal, para que os equipamentos cheguem mais rápido ao dia-a-dia da comunidade escolar, por isso cobrou agilidade do secretário no processo de aquisição dos tablets para o Maranhão, estado onde os indicadores educacionais, principalmente de evasão escolar, são preocupantes.
Segundo o sindicalista, além de facilitar a inclusão das informações nos diários de classe digitais, o recurso propiciará ao professor fazer uso da internet para enriquecer o conteúdo das aulas. Ele explica que, atualmente, existem na rede pública estadual de ensino cerca de 30 mil professores efetivos e todos devem ser contemplados com a ferramenta digital, passando, inclusive, por capacitação para o domínio do recurso. Essa cobrança do Sinproesemma pelos equipamentos vem sendo feita desde a implantação do sistema de diário eletrônico no estado, em 2009.
Inclusão - Com o tablet, o professor poderá preparar as aulas, acessar a internet e consultar conteúdos disponíveis no equipamento - revistas pedagógicas, livros de educadores, principais jornais do país, assim como aulas de física, matemática, biologia e química da Khan Academy, por exemplo, uma organização não-governamental que distribui aulas on-line usadas, atualmente, em todo o mundo.
De acordo com o programa de inclusão digital do MEC, as aulas preparadas no tablet serão apresentadas por meio da lousa digital, espécie de retroprojetor combinado com computador, que muitas escolas já usam desde o ano passado, quando foram entregues 78 mil desses equipamentos.
O Ministério da Educação deve iniciar a distribuição dos equipamentos para 598.402 docentes este ano, sendo que os primeiros da lista são os professores de escolas que já têm internet em alta velocidade (banda larga), que somam 58.700 unidades, no Brasil. A ideia é o computador portátil chegar a 62.230 escolas públicas urbanas, segundo cálculos do MEC.
Atrativo – Além de auxiliar no trabalho dos professores, a novidade tem a meta também de tornar a sala de aula mais atrativa para os adolescentes, diante da alta incidência de evasão escolar, principalmente no ensino médio.
Domínio – Embora seja um grande avanço e uma estratégia para atrair os jovens às escolas, o uso da informática nas salas de aula ainda divide opiniões. Alguns educadores acham que grande parte dos professores não tem preparo suficiente para usar os instrumentos digitais em sala de aula e que os investimentos deveriam ser direcionados para resolver antigos problemas enfrentados na escola pública, como a falta de quadras esportivas, por exemplo, o que deixa o ambiente escolar desinteressante para crianças e adolescentes.
Porém, o MEC reconhece a necessidade de capacitação dos docentes e acredita que o programa tem mais chances de sucesso se o professor dominar o equipamento e o seu uso, antes de chegar ao aluno. Para isso, serão realizados cursos de capacitação presencial e à distância aos professores, à medida que os aparelhos forem distribuídos nas escolas.
Fonte: ASCOM
Fonte: ASCOM