Diretas já!



Por Emerson Araújo/Jornalista 

Sou de uma geração que sofreu as intempéries de uma ditadura militar que cerceou a liberdade em todos os sentidos de três gerações e que teve que lutar numa militância ativa no movimento estudantil, cultural e, também, no social para o retorno da democracia no Brasil.

A luta  pelo retorno da democracia no país foi realizada no enfrentamento real já que não existia, nesta época, as redes sociais e nem a novas tecnologias para servir de ferramenta de militância online, tivemos que debelar as ações dos ditadores sucessivos nas ruas, nas associações, nas reuniões clandestinas, com criatividade e convicções  diárias  sob a égide da panfletagem, pichações, dos debates e frente a frente, as vezes, com a polícia política da ditadura nas ruas para garantir o direito de manifestação. Foi com estas estratégias/táticas de militância, que hoje podem parecer  distantes da esquerda tupiniquim que fiz a minha parte na defesa intransigente da causa maior da liberdade. 

Mas a vida da política brasileira degringolou de vez, hoje, mesmo reconhecendo que em nenhuma sociedade na face da terra  se vive sem as ferramentas desta que seria uma arte para os antigos gregos: a política. E é movido pela necessidade de continuarmos com a política e os políticos brasileiros noutra perspectiva que devemos preservar o bem maior de todas as lutas políticas  que é a democracia.

A verdade, ainda,  é que não existe democracia combalida como dizem alguns, o que existe é um sistema político deturpado pela foça das conveniências chamado de coalizão no nome de pretensa governabilidade  que tem tentado macular o sistema democrático e suas instituições mais sagradas, e isso, não pode durar mais, nem aqui no Brasil e nem em parte nenhuma do mundo. 

Preservar a democracia brasileira deve ser a tônica destes dias amargos sob a teima do usurpador em querer levar ainda mais o país ao caos sem renunciar por conta de procedimentos vergonhosos para quem quer governar uma nação, um povo sob a tutela do crime de responsabilidade.  É, neste momento, que a pátria  quer que os políticos com ética, os partidos políticos(todos), as ideologias mais humanistas, tradicionalmente de viés democráticas, de democratas e nacionalistas em todos os órgãos da República devem buscar a preservação da liberdade acima de interesses individuais  para não cairmos em mais uma ditadura. 

O Brasil, neste grave momento nacional, não pode mais experimentar o imponderável e nem o exercício penoso de uma ditadura que nos tirará a capacidade de ser uma nação portentosa. É hora do que restou da política e dos políticos do Brasil,  daqui a 30(trinta) dias, ou um pouco mais,  dar a sociedade a oportunidade de refazer sua democracia a nível de Presidência e Congresso Nacional com eleições limpas, assim crendo que o poder emanado do povo é o melhor caminho para a construção de uma paz duradoura. Fica o dito!