Novo pedido apresentado ao STF contra o presidente da Câmara é baseado no acordo de delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que afirmou que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) era beneficiário de um esquema de distribuição de propina de Furnas, estancado em 2011 pela presidente Dilma; "Esta mudança na diretoria de Furnas foi o início do enfrentamento de Dilma Rousseff com Eduardo Cunha, pois este ficou contrariado com a retirada de seus aliados de dentro da companhia", disse Delcídio na delação; caso seja aceito pelo STF, será o sexto inquérito que investiga a participação de Cunha em práticas de corrupção
247 - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de abertura de mais um inquérito contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O pedido é baseado no acordo de delação premiada firmado pelo senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que afirmou que Cunha era beneficiário de um esquema de distribuição de propina da estatal Furnas Centrais Elétricas.
Segundo Delcídio, o esquema de propinas em Furnas, que teria beneficiado também o senador Aécio Neves (PSDB), foi estancado pelo presidente Dilma Rousseff em 2011, quando o engenheiro Flávio Decat, considerado de perfil técnico, assumiu a presidência de Furnas, cargo que ainda ocupa. "Esta mudança na diretoria de Furnas foi o início do enfrentamento de Dilma Rousseff com (o presidente da Câmara) Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pois este ficou contrariado com a retirada de seus aliados de dentro da companhia. Dilma teve praticamente que fazer uma intervenção na empresa para cessar as práticas ilícitas, pois existiam muitas notícias de negócios suspeitos e ilegalidade", disse Delcídio na delação (leia mais).
Caso seja aceito pelo STF, será o sexto inquérito que investiga a participação de Eduardo Cunha em prática de corrupção.
Ainda com base na delação de Delcídio, o procurador-geral Rodrigo Janot pediu també abertura de inquéritos contra o senador Aécio Neves e a cúpula do PMDB no Senado, incluindo Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA), Valdir Raupp (RO) e Renan Calheiros (AL), presidente da Casa. Caso o ministro Teori Zavascki determine o início das investigações, Aécio passará a ser oficialmente investigado pela Lava Jato; contra ele, há duas linhas de investigação: uma envolvendo suposto recebimento de propina de Furnas, e outra sobre maquiagem de dados do Banco Rural em CPI para esconder irregularidades envolvendo o PSDB (leia mais).
Outro pedido de investigação feito pelo PGR é contra o ministro Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, e ex-tesoureiro da campanha presidencial de Dilma. Segundo Delcídio do Amaral, Edinho teria o orientado a receber, via caixa dois, o pagamento de dívidas de campanha de R$ 1 milhão por meio de um laboratório farmacêutico, a EMS. Edinho nega.