Para Nílson Ferreira e confreiras/confrades da Confraria Camões de Teresina
Por Emerson Araújo
Todos os silêncios sobre as comemorações dos quinhentos anos de nascimento do poeta Luís Vaz de Camões (1524//2024), os daqui e os de lá, são propositais ou o pleno exercício da mediocridade de uma pretensa poesia que movida por um vanguardismo tardio e de interesse voraz do mercado de rede social, de alguns ditos poetas que nunca enxergaram na vida um trecho mínimo de Os Lusíadas e nem um terceto do criador da Língua Portuguesa Moderna, da poética universal além mar, diga-se de passagem.
Quem tenta anonimar Camões e sua importância para a literatura ocidental comete, no mínimo, uma cretinice lítero-poética do besteirol recorrente posto aqui e ali, repito. Não reconhecer, também, as extensões históricas e estéticas da obra camoniana na sua totalidade na literatura brasileira, inclusive na piauiense, é não navegar na leitura e viver no oba-oba de compadrio tão visível, andando capenga em eventos pífios, em diálogos desnecessários para vender livretos de criação literária duvidosa, afirmo.
Camões está presente em quem o leu de maneira recorrente, porque é exercício salutar ler os poetas/as poesias universais, antes de pensar em ser poeta aprendiz, poeta municipal sem nenhum preconceito. A geração de 45 do modernismo brasileiro que abriu as vanguardas posteriores foi, no fundamento, camoniana, sem falar no nosso Da Costa Silva três décadas antes por onde passou com seus sonetos de amor a Amarante, de todos os amores que o digaa ainda, Vinícius de Moraes, Cruz e Sousa e Bilac.
Mas é isso, Camões urge e, sua obra excepcional, a sua construção idiomática da Língua Portuguesa, minha Pátria, ou, talvez, a minha mais bela confraria das noites de sábados entre declamações de versos de sintaxe criativa, cálice de vinho tinto de todos os portos e portas a celebrar “O amor é fogo que arde sem se ver” ou a narrativa do Episódio Lírico sobre a Morte de Inês de Castro a diva das divas.
Mas é isso... enquanto existir a Confraria Camões de Teresina, o poeta português vencerá os silêncios impostos pela mediocridade que temos encontrado por aí sob a égide do nada. #sigamos