Flávio Dino sobre desfile de tanques: 'é a entrega de correspondência mais cara da história brasileira'


247 - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), criticou o fato de militares terem decidido em conjunto com o governo federal desfilar nesta terça-feira (10) na Esplanada dos Ministérios com o objetivo de entregar um convite para Jair Bolsonaro comparecer no dia 16 de agosto ao Campo de Instrução de Formosa (CIF), em Goiás, onde é feito anualmente, desde 1988, um grande treinamento da Marinha, a chamada Operação Formosa. A iniciativa também é vista como uma provocação golpista. Parlamentares votarão nesta terça a PEC do Voto Impresso.

"Hoje vamos assistir à entrega de correspondência mais cara da história: um desfile militar para entregar um mero convite ao presidente da República. O pretexto é tão absurdo quanto o fato. É da tradição da extrema-direita: na falta de votos, apelam a tanques. Odeiam a democracia", disse o chefe do executivo maranhense no Twitter.

Partidos recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o desfile do comboio militar até que o plenário da Câmara dos Deputados termine a votação da PEC. O ministro da Corte Dias Toffoli negou o pedido feito pelas siglas.

A ordem para o desfile partiu de Bolsonaro, em um contexto no qual as pesquisas eleitorais apontaram liderança isolada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aumento da rejeição ao governo. Com baixos índices de aprovação, Bolsonaro tem criticado a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e defendido o voto impresso, que tem votação marcada para esta terça.

No dia 30 de junho, foi protocolado na Câmara um superpedido de afastamento de Bolsonaro. A ideia foi unificar os argumentos dos mais de 120 pedidos de impeachment já apresentados na Casa. Um dos crimes apontados no documento foi estímulo a um golpe no país, com fechamento do Congresso e do STF.