Por Pedro Stropasolas, no Brasil de Fato – O Brasil se tornou primeiro país da América Latina a ter um caso confirmado do novo Coronavírus. O diagnóstico foi confirmado pelo Ministério da Saúde na última quarta-feira (26), após um homem de 61 anos apresentar resultado positivo para a doença no Hospital Israelita Albert Einsten, em São Paulo (SP).
Segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta sexta-feira (28), desde a confirmação do primeiro caso, o número de suspeitas de infecção pelo Covid-19 no Brasil saltou de 20 para 182 pessoas. Os casos estão distribuídos em 16 estados, sendo 66 deles no estado de São Paulo.
O paciente infectado pelo Corona esteve na Itália no final de janeiro, país europeu com o maior número de casos confirmados da doença e o quarto no mundo, com 655 casos. Ao todo, 49 países já têm resultados positivos para o Covid-19. O levantamento foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que hoje elevou a avaliação de risco do novo coronavírus para "muito alta".
Apesar da chegada da doença no Brasil, o infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior, supervisor do Ambulatório do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, aponta que não há motivo para pânico.
Para ele, é evidente o alto teor de infectabilidade do Covid-19, mas essa característica não se repete em relação à letalidade da doença – que tem levado à morte, em sua maioria, pessoas idosas e com doenças crônicas.
“O que nos deixa um pouco mais tranquilos em relação à convivência com esse Coronavírus é o fato de que é um vírus em que a maior parte dos casos de infecção é benigna: casos pouco graves.”
O maior problema, na opinião do infectologista, é a infecção se estabelecer no Brasil nos meses de outono, período onde a circulação de outros vírus e infecções são recorrentes – como é o caso da Influenza – e quando normalmente os prontos socorros e leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) e das unidades privadas já sofrem com a sobrecarga.
“O indivíduo que tem suspeita de infecção pelo novo Coronavírus, mas que clinicamente está estável, que não precisa de suplementação de oxigênio e que a medicação indicada é simplesmente sintomática, ou seja um remédio pra febre, um remédio para dor. Esse paciente deve aguardar a sua recuperação em casa”, alerta.
A pedido do Brasil de Fato, o médico explicou as formas de contaminação da doença, os métodos de prevenção e como o Brasil se prepara para enfrentar o novo vírus, que até o momento já registrou cerca de 83 mil casos no mundo, e cerca de 2.800 mortes.
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