O triste fim de Torquato Jardim: “cala a boca” ou “não se mete?”

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Torquato Jardim é um homem de notável conhecimento jurídico, tanto quando Ministro do TSE quanto como advogado, reconhecido no meio profissional.

Deu, porém o “mau-passo” de aceitar aderir ao Governo Temer depois da crise na Controladoria Geral da União, demitido por um editorial de O Globo por conta de conversas com o então presidente do Senado, Renan Calheiros.

A seguir, deu outro e maior passo trôpego quando aceitou o lugar de Ministro da Justiça no lugar de Osmar Serraglio, demitido por conta da Operação Carne Fraca (que fim levou, aliás?).

Esqueceu-se de sua elevada estatura física e de que o Ministério da Justiça é uma pasta especialíssima, a serviço do Presidente, mas não serviçal do Presidente.

Virou anão e meteu-se na história da mudança do comando da Polícia Federal sem que fosse ele dado piar sobre a escolha do nome a ser indicado, numa situação em que, por óbvio, Michel Temer tem todos os motivos para escolher o novo chefe da PF pensando no que será “melhor” para os inquéritos em que está metido.

Agora, no Estadão, o relato da reunião “de alto nível” durante a madrugada para decidir a intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro, algo tão grave que nunca foi feito desde os tempos da “abertura”, no final dos anos 70.

– Cala a boca! – ter-lhe-ia dito o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Procurado, Maia “desmentiu”, afirmando que não o mandou calar a boca, mas…

– Eu disse foi não se mete!

Ah, bom. O ministro da Justiça e da Segurança Pública, diante do Presidente da República, é mandado não se meter num assunto de, em tese, Segurança Pública…

Então, para continuar na área de segurança e nos termos gentis em que isso é tratado, apelo ao “Capitão Nascimento” para que o Ministro Jardim ouça um conselho tão duro, mas muito mais respeitoso:

– Pede pra sair, pede pra sair!

Do Tijolaço