Religião, Evangelho e Amor



Jesus reafirmou o propósito do Pai dizendo que devemos “amar o próximo” e, em muitas vezes, o nosso próximo é aquela pessoa que está do nosso lado, que vive a margem da religião. Enquanto a religião, de forma pragmática aproxima os fanáticos, também exclui muitas vidas por suas regras que nada tem a ver com a pessoa de Jesus. A religião não ensina muita coisa sobre o próximo, pois o foco da religião apresenta uma lista de condutas pessoais que leva as pessoas para dentro de si mesmas para cumprir as metas, enquanto o Evangelho de Jesus nos leva na direção do outro.

A religião aparentemente é boa, mas ela é perigosa. Na maioria das vezes, a religião cega às pessoas, e as pessoas cegas pelos conceitos religiosos não veem que estão longe dos padrões de Deus, mesmo que a religião cite as coisas de Deus, pois ela cega e aprisiona a pessoa em suas teias bem elaboradas, enquanto Jesus nos liberta. Os fariseus tentaram aprisionar e moldar Jesus nas tradições humanas, mas Ele só rebateu a religiosidade de Sua época. Na realidade, Jesus criticou severamente a religiosidade hipócrita e mostrou que o Evangelho não era uma cartilha do que pode ou não fazer, do que pode ou não comer, de que dia é sagrado ou não. Jesus mostrou que o Evangelho é muito mais do que uma fórmula humana, é um relacionamento de amor com Deus, o Pai.

A religião é fabricação humana e contaminada, já o Evangelho é dádiva de Deus. O relacionamento com Deus, que é essencialmente amor, é pautado pelo amor, e essa relação nos leva a amarmos as pessoas que estão a nossa volta, como Deus, o Pai, tem nos amado. A religião nos limita, e o Evangelho nos liberta, e essa libertação promove uma vida amorosa. A religião se prepara para suas datas litúrgicas, enquanto o Evangelho nos ensina a vivermos o “hoje” intensamente como se fosse nosso último dia. A religião é um movimento humano para se aproximar de Deus, já o Evangelho é um movimento de Deus, o Pai, para se aproximar da Sua criação perdida. O evangelho nos seduz e nos constrange a amarmos como Jesus, e isso nos basta. Amemos mais para espalharmos o amor de Deus visualizado em Jesus.

Jeferson Rodolfo Cristianini
Colaborador de OJB/Portal Batista