Escritor de Tuntum faz entrega de livro ao Governador Flávio Dino durante sua agenda na cidade


O escritor tuntunense Emerson Araújo fez a entrega de um exemplar do livro Címbalos, Lutas e Olhares ao Governador Flávio Dino durante a sua agenda de inaugurações e anúncios de obras em Tuntum,  no último sábado(08),  no Ginásio do Complexo Educacional Dr. Tema.

Alardeado pelo Prefeito Cleomar Tema, o Governador Flávio Dino convidou Emerson Araújo para a área das autoridades onde com o livro nas mãos pousou para os fotógrafos e a imprensa presentes, para logo em seguida,   parabenizar o autor pela publicação do livro,  afirmando, ainda,  que nos intervalos do seu trabalho leria a obra com atenção.

O livro Címbalos, Lutas e Olhares foi lançado, recentemente, em Teresina, durante o Café Literário da Livraria Anchieta do mês de Julho com grande presença e traz a marca de editoração da Quimera Eventos com patrocínio do Governo do Piauí através da antiga Fundação Cultural (FUNDAC).

Poeta, nascido em Tuntum, Emerson Araújo fez parte da geração 80 da poesia brasileira de expressão piauiense e é considerado pela crítica literária do vizinho Estado como uma das vozes mais fortes da sua geração literária.

O livro Címbalos, Lutas e Olhares será lançado. em Tuntum, no próximo sábado(08), no auditório do Complexo Educacional Dr. Tema a partir das 19 horas com um grande recital lítero-musical para os presentes.

Além do lançamento de sábado(08), em Tuntum, o livro Címbalos, Lutas e Olhares será  autografado no Encontro Estadual da UNCME - MA no final do mês de Agosto em São Luís, em Setembro no Salão do Livro do Vale do Guaribas(SALIVA)  e na Biblioteca Cromwell de Carvalho de Teresina.

Ainda sobre Címbalos, Lutas e Olhares o cronista piauiense Wellington Soares, que escreve semanalmente para o Jornal Meio Norte de Teresina, escreveu em sua coluna, na edição de domingo (02),  uma crônica destacando as suas observações sobre o novo livro de Emerson Araújo o qual passamos a reproduzir a seguir:

"CÍMBALOS, LUTAS E OLHARES
Por Wellington Soares 

Hoje quero falar de um velho e querido amigo: Emerson Araújo, professor e poeta da melhor qualidade. Natural de Tuntum, interior do Maranhão, onde voltou a residir novamente, ele se formou em Letras na Universidade Federal do Piauí e atuou no magistério de Teresina por anos, lecionando literatura em várias escolas de nossa capital. Na Federal, fizemos parte da mesma gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE), chapa Espinho, e travamos lutas memoráveis em defesa da melhoria do ensino superior e contra a ditadura militar. Há poucos dias, Emerson voltou à Verde Cap para lançar seu mais novo livro de poesias: Címbalos, lutas e olhares. Obra patrocinada pela antiga Fundação Cultural do Piauí (Fundac), através do Sistema de Incentivo Estadual da Cultura (Siec), e com selo da editora Quimera. 

O livro é dedicado ao pai já falecido, Hiran Silva, e conta com a bela apresentação de Assunção Sousa, professora de literatura da Uespi e Ufpi. Após tantos anos sem publicar, o poeta retorna mais amadurecido e zeloso no manejo das palavras, combinando com maestria conteúdo e forma, de tal maneira a sensibilizar o leitor com os seus textos. O tempo parece ter feito bem ao poeta, igualzinho a vinho, pois cada poema lido deixa um gostinho de prazer e leveza na gente. NOVA POÉTICA, em versos metalinguísticos, é um ótimo exemplo disso: “Juntar a palavra medida / Num cálice de diversas linguagens // Sorver em goles pausados / Todas as letras / Todos os sons // Só depois burilar / A palavra rendida na temática / E ofertar ao ávido leitor / Uma fruta lambida.”

Um tema presente nas páginas do livro, abordado por todo grande poeta, é o do lirismo amoroso, mas desprovido, como deve ser, da carga de pieguice e sentimentalidades que infestam a poética nacional. Em Emerson Araújo, o amor brota natural e com delicadeza, sem assustar nem provocar desconfiança na musa inspiradora, como ilustra O NOME DELA: A palavra que cultivo neste início de verão / Não traz novidades e nem espumas / Há um sol querendo vencer matas secas / Sinais de pés pela estrada / Em lençóis perfumados. // A cantiga de amigo não é minha / Não há vozes profundas nela / Apenas uma mocinha acenando / E um olhar de devorador de estrelas / Pulsação e vertigem no umbral. // Somente o beijo que te dou / Faz poeira e sedição / Há um sol vencido no fim de tarde / Ovelhas no pasto, mulher cortando arroz / O sertão imaginado no nome dela.

Bonito ver o poeta homenagear nos seus escritos, sem cair em louvores estéreis, figuras que o marcaram profundamente, tanto do ponto de vista artístico (Torquato, Borges, Neruda, Rimbaud, Niemeyer) quanto político (Mandela, Marighella) e religioso (Jesus). Ao escritor argentino, ele dedicou um quinteto dos mais bonitos: “Nesse meu tempo de maio / Não sou de mim / Labiríntico / Vou manipulando dédalos / Até o fim”. Num tributo a Tuntum, Emerson Araújo expressa, em linhas telúricas, sentimentos dolorosos de saudade e crítica: “O poeta canônico volta e meia / Canta a saudade da sua terra / Em versos de extensas frases / Mas o poeta anatômico / Não tem disso não / Ele nem canta / Rabisca palavras ao léu / Para dizer apenas / Que a sua terra é / Um tristecéu.” Bom tê-lo de volta em livro outra vez, o Emerson Araújo, sacudindo nossas emoções e pondo abaixo algumas certezas. Saravá, poeta!"

Jornal Meio Norte/Teresina/ Edição 02/08/2015