Temos observado nas últimas semanas um festival de mentiras sendo desfiadas na imprensa por meio de peças publicitárias sobre o governo de Roseana Sarney, tudo lavra de seus marqueteiros. Essas peças, no afã frenético de querer substituir quatro anos de descalabro administrativo, omissões e grande desperdício de dinheiro público, exibem dados totalmente enganadores e sem consistência. Porém, como a mentira tem pernas curtas, eis que a Folha de São Paulo do último sábado, dia 29, publicou um estudo sobre a situação da miséria no Brasil por estados, encomendado ao IETS – Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, subsidiado por informações da PNAD e do IBGE, comparando os dados de 2012 com 2013, portanto, são dados muito recentes.
Agora se lembrem de que a vibrante e mentirosa propaganda da governadora diz que no governo dela dois milhões de pessoas saíram da miséria, um portento digno de alardear. Pena que seja tudo uma mentira deslavada! E olhem que a referência para ter saído da miséria é ganhar 70 reais por mês!
Pois bem, sabem qual é a verdade? O Maranhão foi o segundo estado que mais piorou em números absolutos de pessoas consideradas miseráveis. Em contrapartida, foi o primeiro pior em números relativos à sua população. Ou seja, havia 753 mil pessoas em 2012 nessa faixa e em 2013, número que aumentou para 871 mil pessoas. Em outras palavras: em um ano, 118 mil maranhenses ficaram mais pobres e caíram para as faixas classificadas como de miseráveis. Alagoas e Piauí, nossos parceiros de infortúnio, tiveram atuação digna de nota em relação ao Maranhão. É lamentável contabilizar isso, mas o Piauí, por exemplo, registrou um aumento de apenas 5 mil pessoas na população considerada miserável no estado.
Roseana é uma verdadeira fábrica de produzir pobreza. E ainda diz que foi o melhor governo da vida dela. Parem de mentir!
Em todas as vezes em que a governadora teve condições de fazer as coisas certas, sempre optou em fazer o pior. No caso do gás, como já detalhei em outros artigos, ela entregou a preciosa energia a amigos empresários que o usam unicamente para geração de energia em termoelétricas. Um crime, já que desse uso nada fica aqui.
Eu vinha ajudando a formatar um importantíssimo programa na área da energia que envolvia o uso do gás natural, da energia eólica e da energia solar, com ênfase no uso do gás. Avançamos muito e se consolidou a certeza de que essa modalidade de produção de energia poderá mudar rapidamente o nosso sofrido e pobre estado, a despeito do que diz Roseana Sarney.
Já mostramos, por exemplo, que se o gás for usado para atrair empresas, pode mudar o perfil de desenvolvimento do estado, agregando milhares de empregos, renda e substancial aumento da arrecadação própria de impostos.
Portanto, só pude agradecer o honroso convite que me foi feito por Flávio Dino, para assumir a pasta de Minas e Energia. Dessa forma, já estou me preparando para enfrentar mais um grande desafio em minha vida, pois antes do efetivo aproveitamento do gás maranhense, teremos que consertar toda a lambança feita no setor. O mesmo se dá com o aproveitamento eólico do estado, onde nada que o governo tentou fazer deu certo e até hoje não temos sequer um Mapa eólico do estado.
Para vocês terem uma ideia rasa do que é a questão, no Maranhão não temos nem mesmo um marco regulatório de energia. Por esse motivo, é possível fazer o que der na telha, para o bem ou para o mal. Nos últimos anos, principalmente para o mal. Então, aceitei o convite certo de que vou auxiliar um governador sério, leal e inteiramente dedicado a mudar o Maranhão.
Pois bem, mudando de assunto, volto a mencionar a diferenciada experiência pública de Flávio Dino, talvez o único governador com atuação pregressa muito importante nos três poderes da república. Como deputado, soube apreender as aspirações dessa categoria parlamentar e a saga de cada um para prestar serviços onde foi votado e fazer um bom mandato, tendo um convívio republicano com o governo e com o governador.
Foi com essa experiência que Flávio desarmou espíritos receosos de tratamento diferenciado ou vingativo, mesmo com aqueles políticos que não o apoiaram na eleição. Também já disse em reunião recente com os prefeitos maranhenses que não se interessa pelo passado e nem se eles não o apoiaram na eleição. Pelo contrário, disse que trabalhará com todos os 217 municípios sem distingui-los, declaração que o fez receber estrondosa salva de palmas de todo o auditório. O mesmo aconteceu no almoço em que esteve com os deputados, ocorrido na última semana, em que também foi demoradamente aplaudido.
É claro que o governo é dele e o exercerá com toda a autoridade. Contudo, Flávio dá uma grande contribuição para que se consolide o entendimento de que agora os interesses do Maranhão figurarão acima daqueles que compuseram e comporão a oposição ou dos que o apoiam. Finalmente.
Agora vejam que o poderoso senador José Sarney, mesmo chegando à Presidência da República, nunca fez nada semelhante e, pelo contrário, com a perseguição lançada contra seus adversários, nunca contribuiu para a distensão política do Maranhão. No afã de ter o poder, até governador conseguiu cassar e produziu grande divisão no estado.
Foi necessário que viesse Flávio Dino, com sua esmerada formação pessoal, para pacificar o Maranhão e quem ganhará com isso será a população do nosso estado.
É claro que essa postura não exclui o fato de que o novo governo venha a apurar quaisquer malfeitos que restem evidenciados ou que aflorem no exercício do mandato e com o desenrolar de sua gestão.
Para finalizar, é curioso o comportamento da governadora Roseana Sarney nesses últimos dias do seu mandato. Ela vem se comportando como se quisesse demonstrar que está descontraída e de bem com seu governo. Mas está conseguindo transmitir o oposto, dando a impressão de estar imersa em muita tensão. Se não for coisa de marqueteiro e ela realmente estiver achando que fez um governo minimamente aceitável, isso só mostra mesmo sua grande alienação com o dia a dia da população. O mundo caindo ao seu redor, pobreza crescente, desmoralização do estado que só aparece na mídia por meio de notícias ruins em todos os setores, crimes e assassinatos sem controle, Pedrinhas… Enquanto isso, a governadora canta e toca violão.
Meu Deus, o que está acontecendo?
Blog do John Cutrim/Jornal Pequeno