Lucas 6.1-11
No texto de Lucas 6.1-11, Jesus nos dá ensinamentos acerca do sábado. Dividimos o texto em duas partes. No texto de Lucas 6.1-5, Jesus acaba com a ideia de que exista um dia sagrado, quer seja o sábado, o domingo ou qualquer outro dia. Ele muda a sacralidade do tempo para uma pessoa: ele próprio. Sagrado é adorar e servir de coração a Jesus Cristo que é Senhor tanto do sábado/domingo quanto das pessoas. No texto de Lucas 6.6-11, ele vai completar seu ensino acerca deste assunto e nos dar mais uma preciosa lição acerca da verdadeira adoração a Deus.
Era outro dia de sábado (v. 6). Novamente, encontramos Jesus a ensinar numa sinagoga. Neste culto, um homem com a mão direita atrofiada, ressecada, estava ali. Todo trabalho da época era manual e necessitava das duas mãos em perfeita saúde. A mão direita era considerada a principal entre as duas. Este homem não podia trabalhar como os demais e, certamente, dependia da boa vontade de outras pessoas para ganhar uns trocados por serviços fáceis de executar. Além disso, havia o estigma social: se ele estava assim, algum pecado houve em algum momento. Ali, naquela sinagoga, temos um homem que necessitava de ajuda.
Com a discussão ocorrida no sábado anterior (Lucas 6.1-5), o grupo dos fariseus estava de olho em Jesus (v. 7). Havia, da parte deles, um espírito de hostilidade e de confrontação com ele. Eles estavam ali, na sinagoga, não para adorar a Deus ou ouvir a palavra, mas para acusar Jesus de quebrar o sábado, caso ele curasse alguém, ou seja, fizesse o trabalho de um médico. O interesse deles estava na guarda do sábado mas não na cura de uma pessoa. O versículo 8 diz que Jesus sabia o que eles estavam pensando. Pense comigo: se Jesus fosse uma pessoa “política” o que você acha que ele faria? Com certeza, diria ao homem: “volte amanhã e eu curo você”. Ficaria bem com os fariseus (não curou no sábado) e curaria o homem no dia seguinte. A questão é que Jesus nunca foi “político”. Ele seguia seus próprios princípios de vida e era sincero nisto. Por esta causa, Jesus chama o homem para o meio, onde ele está. O homem vai e Jesus chama a atenção de todos para si. Há um clima de eletricidade no ar, de suspensão das pessoas: o que ele vai fazer?. Será que vai curar e enfrentar os fariseus? Ou vai fazer um discurso dizendo que no sábado ele não pode curar para não quebrar o 4º mandamento?
Com o homem perto dele, Jesus dirige-se a todos, mas especialmente aos fariseus: “eu lhes pergunto: o que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou destruí-la?” (v. 9). Com esta simples pergunta, Jesus nos ensina três lições preciosas: 1ª) não existe neutralidade na vida: ou você faz o bem ou o mal. A omissão em fazer o bem é um mal; 2ª) A vida tem precedência sobre o sábado e não o contrário. O sábado foi dado no 4º mandamento por causa do valor da vida humana (descanso do trabalho). Assim, a vida humana é muito mais valiosa do que a guarda religiosa de um dia; 3ª) Jesus amplia a sacralidade do sábado para todos os dias da semana: sagrado não é o sábado (ou o domingo) e sim fazer o bem, não importando o dia. Maravilhoso Jesus! Após fazer a pergunta, Jesus desafiou a todos com o olhar, aguardando que alguém respondesse (v. 10). Como ninguém o fez, Jesus fez o bem (trabalhou) no sábado: mandou o homem estender a mão e a restaurou perfeita. Abençoou aquele homem pelo resto da sua existência e confrontou as vasilhas velhas dos fariseus, onde a preocupação com as tradições religiosas eram muito mais importantes que a vida humana.
Imediatamente, com a cura, os fariseus ficaram cegos de fúria e raiva (v. 11). Conversavam entre si sobre o que fazer contra ele: o alvo da fúria era Jesus. Não precisamos guardar o sábado, como determinava a Lei de Moisés, nem o domingo. O mestre nos ensina que nossa preocupação é fazer o bem às pessoas e louvar a Deus todos os dias da nossa curta existência. Este é o verdadeiro discipulado de Jesus.
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