Nostalgia dos Dias Grandes



Por Leonício Aires (*)

Não há como não rebobinar o fio da memória que remete a épocas de outrora, na Semana Santa. No Interior muita gente! Tudo previamente preparado na semana dita "caçadeira", e exatamente para que fosse mantido o respeito aos "Dias Grandes", sem um outro ritual que não fosse alusivo à tradição religiosa da morte e ressurreição de Cristo. 

Não trabalhar, comer muito e jejuar. Mas como assim? Se empanturrar em abstenção de comer? Explico, adultos em geral não realizavam a primeira refeição do dia, não trabalhavam na roça, não tomavam banho e nem lidavam com animais. Homens se concentravam a manhã inteira em mesas de baralho, uns jogando outros "aperuando". Meio dia em ponto era momento do banquete e da oração. Carne somente de peixe; mas tudo do bom e do melhor, com direito a sobremesa de bolo com café, repetida no jantar. 

Parentes e amigos vinham de longe para cumprir os rituais. Mulheres em dedicação ao preparo da farta ceia, com direto a torta de sardinha, bacalhau, e macarrão; nem que fosse "para cheirar"! 

Vale enfatizar isso porque não se tinha o hábito nem a condição desse luxo fora a sazonalidade. Às moças cabiam o planejamento e confecção do Judas para ser malhado após a Sexta-feira da Paixão.

 Rapazes à espreita, tentavam descobrir o plano de furto do personagem central de todas as brincadeiras e passatempos. Cabia aos rapazes o desafio de descobrir o esconderijo, inclusive com a infiltração de meninos na investigação que, às vezes, até culminava com o aborto da empreitada, cujo ápice era o achado. Alforria geral aos meninos, com jogo de bola, brincadeiras de roda e imunização a castigos de todas ordens, embora certas traquinagens pudessem lhes gerar a expectativa de romper a Aleluia com taca. Sábado as grandes festas anuais. O rádio transmitia o sofrimento de Jesus. Todos se comoviam em reflexão. 

Sofreu por nós!

(*) Leonício Aires é Professor do Estado do Maranhão. Membro Titular da Academia Passagem de Letras.

STF rejeita recursos de deputados do PL que viraram réus

 

André Richter - Agência Brasil - Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta sexta-feira (11) rejeitar recursos de dois deputados federais e de um suplente do PL que se tornaram réus pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa.

Na semana passada, o colegiado iniciou o julgamento virtual de recursos protocolados pelas defesas dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente Bosco Costa (PL-SE). Eles são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de cobrarem propina para a liberação de emendas parlamentares.

Durante o julgamento virtual, além do relator, Cristiano Zanin, votaram contra os recursos os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Para o relator, as defesas buscam rediscutir a matéria. "Os embargos de declaração não constituem meio processual adequado para a reforma do julgado, não sendo possível atribuir-lhes efeitos infringentes, salvo em situações excepcionais, o que não ocorre no caso em questão", disse Zanin.

Defesas

Durante o julgamento no qual os parlamentares se tornaram réus, a defesa do deputado Josimar Maranhãozinho declarou ao Supremo que as acusações da PGR contra o parlamentar se "mostram frágeis e desfundamentadas".

Os advogados de Bosco Costa defenderam a rejeição da denúncia por falta de provas. A defesa afirmou ao Supremo que a acusação está baseada em "diálogos de terceiros e anotações manuscritas desconhecidas de Bosco".

A defesa de Pastor Gil defendeu a ilegalidade das provas obtidas na investigação por entender que o caso deveria ter iniciado no STF, e não na Justiça Federal do Maranhão. Os advogados também acrescentaram que a denúncia é baseada em "hipóteses e conjecturas".

Nova política de segurança hídrica alavanca R$ 10,4 bilhões em obras no Nordeste


A partir da remodelação completa da estratégia do governo para assegurar o abastecimento de água para a população a partir de 2023, a região Nordeste passou a contar com um portfólio de 68 obras públicas, grandes e pequenas, somando mais de R$ R$ 10,4 bilhões. Uma dessas iniciativas é a Barragem de Oiticica, no Rio Grande do Norte, com capacidade para abastecer dois milhões de pessoas no Sertão do Seridó potiguar, inaugurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 19 de março.

“O Novo PAC tem nove eixos e um deles é justamente o Água para Todos”, lembra o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, que está à frente de grande parte das obras dessa parte do PAC. “Dentro de alguns dias, nós vamos fazer uma caravana pelo Nordeste, para vistoriar as obras em todos os estados da região”, avisa o ministro, que estará pessoalmente na liderança da comitiva. “Vou tentar fazer com que o presidente supervisione algumas dessas vistorias in loco”, se anima.

Ao reformular a estratégia de segurança hídrica, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional precisou corrigir inconsistências deixadas pela gestão anterior. “No projeto de Transposição do São Francisco, por exemplo, encontramos bombas danificadas, sem funcionar, e orçamento insuficiente, o que nos impedia de continuar obras e serviços, que foi revertido pela PEC da transição articulada pelo presidente Lula. Então fizemos a manutenção devida nas estações de bombeamento, recuperamos a capacidade de envio de água para os estados beneficiados e recompusemos o orçamento. Agora, o PISF cumpre sua função social, beneficiando quem mais precisa”, conta o secretário nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira.

O caso da Barragem de Oiticica é emblemático. O Dnocs elaborou o primeiro projeto em 1952. As obras começaram oficialmente em 26 de junho de 2013 e, ao longo dos anos, passaram por ajustes para atender às demandas da população local, até que foi concluída e inaugurada em março passado.

"Quando cheguei à presidência em 2023, o orçamento não tinha nem um centavo para essa obra. Em janeiro, eu chamei os 27 governadores e pedi que eles apresentassem os projetos mais importantes de cada estado. Os deputados e senadores do Rio Grande Norte mobilizaram R$ 213 milhões em emendas para que Oiticica pudesse avançar", declarou o presidente Lula, na ocasião.

Processos parecidos podem ser vistos no Ramal do Salgado, última obra da Transposição do São Francisco no Ceará, ou a própria Adutora do Seridó, no Rio Grande do Norte, a adutora do Agreste, em Pernambuco, ou a Adutora do Pajeú e o ramal do Apodi, na Paraíba.

Veja a seguir a relação das 68 obras de segurança hídrica em andamento no Nordeste:
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República