“Não se calem diante do massacre do meu povo”, conclama palestina Mayana Nefa

247 - Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, Maynara Nafe, secretária de Juventude da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) denunciou o crime de genocídio cometido por Israel contra o povo palestino em Gaza e Cisjordânia.

“Ouçam as vozes palestinas entendam o que o povo palestino passa há tantos anos. Nós não somos terroristas. Nós estamos lutando para sobreviver há muitos anos. Estamos lutando para que o mundo olhe para nós e entenda que o que está sendo colocado sobre nós nesse momento é crime. Eu peço a vocês e clamo: não se calem diante do massacre do meu povo”, afirmou a jovem.

Ela destaca que o povo palestino é hoje a maior população de refugiados do mundo. “Nós temos mais de 6 milhões de refugiados e isso não começa no dia 7 de outubro de 2023. Nós palestinos começamos a morrer há 76 anos atrás quando não existia Hamas e havia outra desculpa para nos matar e nos expulsar”, enfatiza.

Maynara diz que “sempre haverá um pretexto criado para que nós palestinos sejamos expulsos de nossas terras” e lembra que a resolução 81 da ONU, que trata da partilha da Palestina, “nunca em momento algum fala que palestinos têm que ser expulsos”.

“Eu pergunto: em 15 de maio de 1948 existia Hamas para eles [governo de Israel] expulsarem mais de 800 mil da Palestina? Existia Hamas para eles matarem tantos palestinos que se negaram a deixar suas casas? Qual é a desculpa para as fotos de covas coletivas de palestinos enterrados? Qual é a desculpa que se tem para as 531 cidades dizimadas? Qual é a desculpa para tantos assentamentos ilegais ainda hoje na Cisjordânia? Eu digo ao ocidente: querem acabar com Hamas, acabem com a ocupação da Palestina. Se não existisse ocupação, se não existisse apartheid se não existisse tantas mortes e tantos anos de violência contra nós palestinos não haveria Hamas. Não haveria tanta necessidade do povo palestino lutar pela sua existência”, argumenta.

Segunda ela, a mídia corporativa ocidental coloca os palestinos como culpados da própria morte. “Como causadores de nossa própria morte querem que morremos calados”, repudia.

“Todos estão assistindo o genocídio do meu povo em pleno século XXI. Gaza é um local onde tem mais de 2 milhões de pessoas vivendo na maior prisão a céu aberto do mundo segundo a própria ONU”, denunciou.