O primeiro movimento neste sentido foi feito pelo MDB ao trocar sua longeva direção, colocar no comando a ex-governadora Roseana Sarney e iniciar processo de reconstrução da legenda visando a formação de bancadas na Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa.
Sem pretensão de disputar o governo do estado ou o Senado, conforme já adiantou o vice-presidente do partido, deputado Roberto Costa, o MDB aposta de filiação de lideranças com potencial eleitoral para voltar a ocupar espaços mais significativo no legislativo e vê a ex-governadora como puxadora de votos.
O PSB, partido do governador Flávio Dino, tem atraído lideranças que seguem o chefe do Executivo e acaba de filiar secretários com potencial para transformar a legenda socialista na maior agremiação partidária do estado. Isso sem contar com o favoritismo de Dino na disputa para o Senado e a influência que ele na eleição do seu sucessor.
A plenária que o PSB em São Luís realizou na sexta-feira (9) para recepcionar a nova direção do partido, agora sob o comando do governador Flávio Dino, mostrou a disposição da militância e novos filiados, segundo definiu o deputado Bira do Pindaré, “engajados na defesa da vida e da democracia, preparada para as batalhas postas e preparando para as que virão”.
O Partido dos Trabalhadores, sob o comando de Augusto Lobato, também investe na filiação de quadros qualificados. Semana passada aprovou o pedido de filiação do secretário estadual de Educação Felipe Camarão, técnico com futuro com futuro político promissor, pré-candidato a deputado federal e com potencial para ajudar aumentar a bancada do PT.
A movimentação nos bastidores da eleição proporcional é grande, enquanto alguns perdem parlamentares, outros crescem e a perspectiva é de que quando abrir a janela partidárias, em abril de 2022, o troca-troca seja mais frenético. O PTB, por exemplo, com a saída de Pedro Lucas Fernandes tende a esvaziar.
Pedro Lucas vai assumir o comando do PSL e deve levar com ele prefeitos e lideranças políticas interessadas em disputar mandatos. A atual presidente do PTB, deputado estadual Mical Damasceno, após afastar o partido da base do governo, tende cair no isolamento.
Outro partido que sofrerá baixas significativa é o Republicanos. Após perder o deputado estadual Duarte Júnior para o PSB, os deputados Ariston Ribeiro e Fábio Macedo estão aguardando apenas a abertura da janela para mudarem para PSDB do vice-governador Carlos Brandão.
Perda significativa também ocorreu no PDT. A saída do ex-prefeito Edivaldo Holanda Junior para o PSD e sua provável candidatura ao governo, além de esvaziar o partido em São Luís, cria um forte adversário para o pré-candidato Weverton Rocha. Edivaldo concluiu seu dois mandatos bem avaliado e com a popularidade nas alturas.
O PV já perdeu o deputado César Pires, mas por conta de legislação eleitoral e para evitar problemas com a justiça, prefere aguardar abril do ano que vem oficializar sua despedida do partido liderado pelo deputado estadual Adriano Sarney.
Ao perder o governador Flávio Dino, pelo menos oficialmente, o PCdoB, corre o risco de vê sua representação em Brasília reduzida. O deputado federal Rubens Júnior não descarta migrar para o PSB.
Enquanto abril não chega, as conversações continuam a todo vapor e tudo indica que o ano que vem será repleto de mudanças partidárias, com forte tendência de fortalecimento do PSB e PSDB. O primeiro por ser o partido do governador atual, enquanto o tucano estará sentado na cadeira de governador e tendo Brandão como provável candidato a reeleição.
Blog do Jorge Vieira