Com isso, o número total, nesta terça-feira (16), subiu de 2.340 para 2.842 óbitos. O país enfrenta o pior momento da pandemia até então, com média diária de mortes, calculada em sete dias, de 1.894.
A covid-19 está fora de controle desde o fim do ano passado, com tendência de aumento no número de casos e mortos. No último período, foram registrados 74.595 novos infectados, totalizando 11.594.204 de adoecidos. A média móvel de contaminados diariamente está em 67.396. Desde 9 de março, o Brasil é o epicentro global do coronavírus: é o país com mais mortos e casos diários no mundo.
Muitos estados e municípios brasileiros vivem o colapso do sistema de Saúde, sem leitos hospitalares disponíveis. Especialistas argumentam que, acima de 85% da capacidade, a situação já é de pressão sobre o sistema, com criação de filas. E são muitos os estados nesta situação, com destaque para os três do Sul, Paraná (92%), Santa Catarina (99%) e Rio Grande do Sul (98%).
Mais afetado
A unidade da federação mais afetada é São Paulo. O estado mais populoso e com maior capacidade hospitalar vê o coronavírus se espalhar com velocidade e tendência de piora. São 63 cidades com 100% de ocupação hospitalar, mais de 10% dos municípios do estado.
Já são comuns relatos de pessoas que morrem em casa sem atendimento médico, inclusive na capital. Nas últimas 24 horas morreu uma pessoa a cada dois minutos em São Paulo, o recorde diário, com 679 vítimas. Também recorde de novos infectados, com mais de 17 mil casos no período.
Mudanças no ministério
Enquanto o Brasil segue submerso na tragédia da covid-19, o Ministério da Saúde permanece à deriva. Da forma como foi desde o início da pandemia. Hoje foi confirmado o quarto ministro durante o período. As alterações frequentes revelam o descaso do presidente Jair Bolsonaro com a covid-19. Ele sempre desdenhou do vírus e atacou medidas de proteção, isolamento, máscaras e até mesmo vacinas.
Marcelo Queiroga, cardiologista, assumiu o Ministério da Saúde no lugar do general Eduardo Pazuello. A passagem de Pazuello pela chefia da pasta foi desastrosa. O militar está sendo investigado pela má gestão da pandemia. Pazuello assumiu interinamente o ministério no dia 15 de maio. O país contava 14.817 mortos por covid-19. Deixa a pasta com mais de 281 mil vítimas. E um processo de vacinação errático, com apenas 1,4% da população totalmente imunizada e 4,2% tendo recebido uma primeira dose.