247 - "O caso da escolha para a Fundação Palmares supera em muito a questão ideológica e é bem mais do que afronta ao movimento negro. Quem acha que a escravidão foi boa para os descendentes atuará contra os objetivos estabelecidos na lei que criou a Fundação Palmares", escreve a jornalista Míriam Leitão.
A jornalista de O Globo salienta que no caso da Fundação Palmares, o governo Bolsonaro está seguindo o mesmo padrão de outras escolhas.
Para Mìriam Leitão, "o ministro do Meio Ambiente é antiambiental, o da Educação é mal-educado e ataca educadores, o de Relações Exteriores fere regras básicas da diplomacia, o secretário de Cultura é antagônico à Cultura, a ministra da Mulher defende a submissão aos maridos".
"Escolhas e decisões do presidente Bolsonaro não são apenas ofensivas. Revogam a razão pela qual os órgãos, setores e ministérios foram criados. Mas é preciso saber qual é a fronteira entre erros e atos ilegais. Criticar a imprensa é absolutamente normal, todos os governos o fazem. Mas quando o presidente diz que baixou uma Medida Provisória para quebrar o jornal Valor, ou quando ele exclui a Folha de S. Paulo da lista de veículos exigidos para a oferta de clipping à Presidência e, pior, ameaça os anunciantes do jornal, Bolsonaro está ferindo princípio constitucional da liberdade de expressão",destaca Míriam Leitão.
No artigo, a jornalista enfatiza que Bolsonaro "tem convicções autoritárias" e "tem levado seu autoritarismo para a administração". Ela faz um chamamento ao país para que esteja atento "à fronteira entre os erros de um governo ruim e as afrontas às leis, os ataques à Constituição".