MANIFESTAÇÃO PEDE BOICOTE AO EXTRA APÓS MORTE DE JOVEM NEGRO POR SEGURANÇA

247 - Uma manifestação que defende boicote a supermercado Extra foi marcada por meio das redes sociais em protesto após o assassinato de um jovem negro por um segurança do hipermercado na Barra da Tijuça. Um vídeo mostra o segurança dando uma 'gravata' no jovem de 19 anos, que sofreu uma parada cardíaca e morreu no hospital.

"Sabemos que isso é consequência do Racismo Estrutural e queremos medidas efetivas de capacitação sobre racismo para funcionários", diz texto de convocação do ato, que acontecerá no próximo domingo. A hashtag #VidasNegrasImportam é uma das mais comentadas no Twitter. Confira abaixo a íntegra do texto publicado no evento criado no Facebook:

Assassinado!
Mais um corpo negro assasinado!

Pedro Gonzaga foi brutalmente assassinado no último dia 14, sendo acusado de tentativa de furto no supermercado Extra na Barra da Tijuca. Os fundamentos da acusação são absurdamente falhos e inconsistente, Pedro estava acompanhado de sua mãe e era portador de transtornos mentais.
E, mesmo, depois de imobilizado Pedro foi estrangulado pelo segurança que a despeito dos gritos e pedidos para que cessasse a agressão continuou o estrangulamento até por fim mata-lo.
Fica o questionamento sobre a criminalização dos nossos corpos e a violência que nos atinge, bastando sermos negros para automaticamente nos considerarem suspeitos em quaisquer espaço que circulamos.
A criminalização da juventude negra é uma cultura que tem executado dezenas dos nossos e legitimado ações arbitrárias sobre nossos corpos.
Em tempos em que o aparelho punitivo do Estado se fortalece e encontra apoio ainda nas camadas populares, percebemos como essa cultura genocida identifica suas vítimas e as executa sem nenhum receio de punição ou responsabilização.
A carne mais barata do mercado não pode ser a carne negra, ter nossos corpos negros como principais alvos de suas reproduções fascistas e genocidas não é mais uma opção.
Precisamos mais que punição do segurança que o executou, necessitamos que essa cultura punitiva e seletiva seja atacada no cerne de suas concepções racistas e desfeita a guerra contra os pobres, pretos e favelados.
Os seguranças e guardas patrimoniais, a polícia militar, precisam de um treinamento humanizado e as empresas precisam ser responsabilizadas.
Vidas negras importam, nossos corpos nos pertecem e nossas vidas merecem respeito e dignidade.

Parem de nos matar!

Exigimos que esse homem seja DEMITIDO, é o mínimo.

Que essa família receba uma INDENIZAÇÃO, é também o mínimo para que possam ter acesso a psicólogos e recursos casos se sintam ameaçados em continuar morando no Rio de Janeiro.

Capacitação urgente de profissionais da REDE EXTRA, no que diz respeito a tratamento ao público, violência e RACISMO. Atos de racismo se tornam recorrentes nas notícias brasileiras, jovens negros tem sua vida ceifada por qualquer "mal entendido". Sabemos que isso é consequência do Racismo Estrutural, e queremos medidas EFETIVAS DE CAPACITAÇÃO SOBRE RACISMO PARA FUNCIONÁRIOS. Não é o primeiro caso de racismo, como mostra essa matéria:


A rede Extra precisa atuar de alguma forma contra o genocídio da população negra, apoiando ações e instituições, para que jovens negros não sejam mais mortos como se suas vidas não valessem nada.

QUEREMOS JUSTIÇA!

CONVIDO ATIVISTAS, JOVENS NEGROS, PESSOAS EMPÁTICAS A LUTA NEGRA, TODOS OS INDIGNADOS A IR NA FRENTE DO HIPERMERCADO EXTRA NA BARRA DA TIJUCA COBRAR AÇÕES EFETIVAS SOBRE ESSE ASSASSINATO!

NOSSAS VIDAS NEGRAS IMPORTAM!

Para quem não é do Rio de Janeiro, existem formas de se manifestar nas redes sociais da Marca: