Sarney vive síndrome de abstinência de privilégios, diz Flávio Dino

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), rebateu a acusação do ex-presidente José Sarney (MDB), que se disse perseguido pelo adversário político.

“Sarney está no poder há 50 anos, de Juscelino Kubitschek a Michel Temer. Imagina euzinho perseguir alguém? Não tem aderência, é meio jocoso ele dizer isso. Ninguém aqui leva a sério”, afirmou à Folha por telefone nesta terça-feira (31).

“A vitimização talvez seja um linha que eles [os Sarney] venham a adotar na sua retórica do desespero”, disse.

No domingo (29), ao lançar a candidatura da filha, Roseana Sarney (MDB), ao governo do Maranhão, o ex-presidente criticou o adversário.

“O governo atual, a minha impressão é que tem os olhos no retrovisor, só olha para trás e o escolhido é o Zé Sarney. Coitado de mim! Nesta idade, era para ser respeitado. Entretanto, só é acusado. Acusado de ter passado a minha vida a serviço do Maranhão”, disse Sarney no palanque, em São Luís.

O ex-senador acaba de transferir seu domicílio eleitoral de volta ao estado natal, depois de 30 anos se elegendo pelo Amapá.

Flávio Dino afirmou que a acusação, que ele considerou grave, é desprovida de fundamentos. “A fundação dele está aqui, a emissora dele [Mirante, afilhada da Globo] está aqui e anunciamos nela —teve de dividir com outros veículos, mas recebeu”, disse.

Para o comunista, a tentativa de retomar o poder do clã tem razões também financeiras.
“É síndrome de abstinência de dinheiro público, de privilégios. Eles sempre tiveram acesso amplo aos cofres públicos para seus negócios privados e para manter seus luxos”, atacou.

Mas o governador afirmou que a população entende que “a volta dos Sarney seria um retrocesso ao Maranhão da concentração de poder e de riqueza e uma brutal ineficiência”.
“Eles se acham donos do estado.”

Com informações da Folha de São Paulo