As convenções dos dois principais candidatos ao governo relevou a falta de capacidade do grupo Sarney em arregimentar políticos e público para seus eventos. Enquanto o ato público da aliança que apoia a reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB), realizado no salão de exposições do Muticenter Sebrae, no sábado (28), transbordou de políticos e reuniu mais de 10 mil pessoas, no Espaço Renascença, local do ato de Roseana, ontem, onde só cabem 2,5 mil pessoas, sobrou espaço.
Longe do poder desde 2014 quando o governador Flávio Dino e a aliança “Todos Pelo Maranhão” interrompeu o ciclo da mando da família do ex-presidente José Sarney no Maranhão, o grupo vem definhando, perdeu a capacidade de renovação, vem perdendo velhas lideranças no interior do Maranhão que sempre estiveram em seus palanques e já não tem mais capacidade de impor suas vontade através de ameaças. O péssimo histórico de corrupção também pesa.
Além da diferença abissal de público e partidos entre as convenções realizadas no final de semana, o que mais chamou atenção no encontro da candidata oligárquica foi o discurso do velho Sarney recheado de ódio e velharia no palanque, a mesma que ajudou a levar o Estado ao fundo poço e que, na maior cara de pau, ainda quer voltar para reativar velhos esquemas de corrupção por onde escorriam os recurso.
O discurso do velho Sarney foi um primor de cinismo, puro exercício de egocentrismo. Após dizer que tudo que existe no Maranhão foi ele quem fez, ainda teve a cara dura de afirmar que trouxe a democracia de volta ao país: “Com muito orgulho posso dizer que fui o presidente da restauração democrática que se vive hoje aqui no Brasil. Trouxe a democracia de volta”. Será que a idade fez Sarney esquecer que ele foi um dos líderes políticos que apoiou e mais se beneficiou da Ditadura Militar no Brasil?
Outro fato que chamou atenção no discurso do Sarney foi sua reclamação contra as famosas fake News, logo ele que é considerado o avô das notícias falsas, inventor do famoso caso Reis Pacheco, episódio inventado por ele em plena campanha eleitoral de 1994 em que acusou, ao vivo na TV Mirante, o ex-governador Epitácio Cafeteira de ter sequestrado, assassinado e ocultado o cadáver do funcionário da Vale, Raimundo dos Reis Pacheco, que estava vivinho e trabalhando no interior do Pará.
Sarney, ciente de que o seu grupo poderá perder as duas cadeiras no Senado para Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), dois políticos da nova geração que acompanham o governador Flávio Dino (PCdoB), apelou: “Vejam e comparem, os outros não existem nem biografia, ninguém sabe nem quem é. Apareceram agora. Os nossos têm uma tradição de lutas pelo estado do Maranhão”, disse.
O velho oligarca só esqueceu que a biografia de Edison Lobão anda manchada de petróleo, de energia da Eletrobras , cinco inquéritos no STF e uma relação de delatores da Operação Lava Jato que o acusam de receber propina. Sarney Filho dispensa comentário: virou político profissional e não se tem notícia de que tenha feito outra coisa na vida.
Blog do Jorge Vieira