A prisão do ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) na manhã de quinta, acusado de recebimento de propina e favorecimento de empreiteiras em obras públicas, caiu como uma bomba no Planalto; finalmente caiu a ficha para o governo: agora é o PMDB que está na mira da Lava Jato e os desdobramentos da operação podem chegar muito perto de auxiliares do presidente Michel Temer; delação do empresário Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015, é um dos grandes motivos de preocupação; embora Cabral não seja próximo de Temer, sempre foi um nome de peso no PMDB; causa apreensão no Planalto, ainda, a ligação do ex-governador com o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco
247 - A prisão do ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) na manhã de quinta, acusado de recebimento de propina e favorecimento de empreiteiras em obras públicas, caiu como uma bomba no Planalto. Finalmente caiu a ficha para o governo de Michel Temer: agora é o PMDB que está na mira da Lava Jato e os desdobramentos da operação podem chegar muito perto de auxiliares do presidente Michel Temer. Delação do empresário Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015, é um dos grandes motivos de preocupação. As informações são de reportagem de O Estado de S.Paulo.
"No Planalto, a avaliação é de que o PMDB virou a bola da vez da Lava Jato, depois do PT. A preocupação agora é com um possível ambiente de instabilidade política, que tende a prejudicar negócios, afugentar investimentos e a afetar ainda mais a recuperação da economia.
Embora Cabral não seja próximo de Temer, sempre foi um nome de peso no PMDB e, no passado, chegou a ser mencionado como possível candidato a presidente da República. Causa apreensão no Planalto, ainda, a ligação do ex-governador com o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco.
O porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, afirmou nesta quinta-feira que Temer confia plenamente em Moreira Franco. Na prática, porém, há tensão no Planalto. Antes mesmo de ser preso, o presidente cassado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) repetiu que Moreira Franco não resiste a uma investigação.
Questionado sobre a prisão de Cabral, Moreira Franco não quis comentar. Assim também agiu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), disse que a prisão de Cabral não atinge o partido. “É algo restrito.” Jucá assumiu nesta quinta-feira o cargo de líder do governo no Congresso, seis meses após ter sido obrigado a deixar o comando do Ministério do Planejamento. Ele caiu porque foi flagrado em gravação dizendo que era preciso “estancar a sangria” da Lava Jato. Para ele, seria “injusto” antecipar qualquer julgamento em relação a Cabral."