Não devia falar, mas calar por quê?

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Por João Batista Rodrigues DE Andrade



Tenho lido alguma coisinha sobre Fidel Castro que a mídia tem trazido a lume. Que desencanto! Quero registrar que há mais asneiras que verdades acerca do Comandante Fidel Castro. Ninguém alude que ele derrubou a Fulgêncio Batista, um títere teleguiado pelos americanos, que fazia de Cuba um grande puteiro. Sustentar a Revolução Cubana por cerca de 50 anos não foi tarefa fácil, em especial porque Cuba fica à porta dos Estados Unidos, e os americanos durante todos esses anos e por todas as vias impediram-na de realizar seus projetos, de viver a sua política. Para começar, promoveram o embargo econômico, que reina até hoje. A Europa também fechou seus portos e suas entradas comerciais a Cuba. E todos, de forma uníssona, dizem que Fidel foi só um ditador, um assassino.


Claro, os Estados Unidos promoveram revoltas, revoluções e invasões no mundo inteiro. Sustentaram ditaduras militares: Argentina, Brasil, Uruguai, Bolívia, Chile, Panamá, só para mencionar algumas na América Latina.

Os Estados Unidos sustentaram a Monarquia iraniana – do Xá Reza Pahlevi -, alimentaram o governo ditatorial e corrupto de Hosni Mubarak e seus sucessores; financiaram, apoiaram e depois derrubaram os governos da Líbia (Muammar al-Gaddaf) e do Iraque (Saddam Hussein), mantém vastíssimo apoio a Israel, em detrimento do legítimo dono do território: a Palestina; antes estiveram na Indochina com 500 mil soldados para vencer Ho Chi Minh, mas ali tomaram uma taca de cipó de tangerina; em 1945, já com a guerra finda despejaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, e só venceram a Hitler porque, a bem dizer, desde o início da Segunda Guerra dispunham do código secreto de Hitler, que era um reles ex-cabo do Exército alemão (que se fez Führer), mas que teve em dois anos, metade da Europa em suas mãos. Não tivesse invadido a Rússia, é bem possível que seu Reich de Mil Anos já contasse com pelos menos 70 anos. E não pense o leitor que sou fascista, não... humhum!

Ainda sobre o feito de Adolf Hitler, eu não tenho provas, mas tenho a convicção de que nem Alexandre, o Grande, nem Aníbal Barca (por quem Roma tremia (quando ouvia a expressão: Aníbal ad porta!), nenhum dos césares, nem mesmo Genghis Khan ou Spartacus, pode ser igualado a esse louco que torrou judeus e nem aproveitou para fazer...

Digo isso apenas para ressaltar que, se há ditadores apoiados pelos americanos, aí, sim, a ditadura é vista como a mais sólida democracia, mas se uma pequenina Cuba, que fica às margens da Flórida, nos Estados Unidos, foi capaz de resistir ao imperialismo americano, foi capaz de manter-se incólume desde 1959, foi capaz de sobreviver só com a sua cana-de-açúcar, com seus carros velhos, com a sua cultura, com as suas praias limpas, com sua vida pacata, ao menos foi forte para ter uma extraordinária medicina, não ter analfabetos e ainda ser exemplo para o Mundo como modelo de grandeza em face de seu naco de terras (ilhas), graças à Revolução de Che Guevara e de Fidel Castro. Repilo, pois, a soberba dos fascistas que supõem que são guardas do universo, quando se sabe que a sua inteligência é gerada no intestino. “Hasta la victoria, siempre”. Viva Cuba!

João Batista Rodrigues DE Andrade é advogado e Professor de Direito. É natural de Tuntum - Maranhão.