A Operação Métis descobriu, através de uma denúncia de um colaborador, que a Polícia Legislativa do Senado teria realizado varreduras, na caça de grampos telefônicos, até no escritório particular do ex-presidente José Sarney. A ação é datada de julho de 2015, época em que o político já não exercia cargo público.
A ação de contrainteligência foi operada em um badalado edifício comercial no Setor Hoteleiro Norte, área nobre de Brasília, e foi necessário uma "ordem de missão não numerada" para que o trabalho fosse realizado.
Segundo as investigações, a varredura foi organizada pelos policiais legislativos Antônio Tavares dos Santos Neto, Everton Elias Ferreira Taborda e Geraldo César de Deus Oliveira, a mando do chefe da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho.
Os quatro foram presos nesta sexta (21) pela Polícia Federal após ser deflagrada a Métis. Eles são acusados de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras.
A denúncia, feita pelo policial legislativo Paulo Igor Bosco Silva, confirma o que o Blog informou mais cedo: a suspeita da PF de que a "organização criminosa" formada por policiais do Senado atuava há mais de um ano, totalmente fora do âmbito pelo qual ela foi criada, a de realizar a segurança de senadores e do Senado.
Ao G1, o advogado de Sarney, Antônio Carlos de Almeida Castro, afirmou que o ex-senador está "atônito, mas tranquilo" com a operação. "Ele [Sarney] já não usa os serviços da Polícia Legislativa do Senado há muito tempo porque ele não é mais senador e não fez nenhum pedido de varredura", disse.
G1