Pastoral: Integridade inegociável



“Não furtarás” (Ex 20.)

O oitavo mandamento da lei de Deus trata da integridade em relação aos bens do próximo. Precisamos respeitar sua vida, sua honra e seus bens. Quem ama o próximo não atenta contra sua vida. Quem ama o próximo não fere sua honra. Quem ama o próximo não saqueia os seus bens.

Este mandamento é assaz oportuno e gritantemente necessário, pois a maior crise que atinge o nosso país é a crise de integridade. O roubo está presente desde o topo da sociedade até suas camadas mais abissais. O país está sendo saqueado por um horda de ladrões, muitos deles, de colarinho branco. Os poderosos armam esquemas ardilosos para assaltar os cofres da nação e se abastecerem das riquezas que deveriam ser distribuídas com justiça, deixando à margem das oportunidades os fracos que não têm voz nem vez. O roubo está presente no palácio e no congresso. Está presente nas cortes e nas universidades. Está presente na indústria e no comércio. Está presente nas ruas e nos templos.

Vamos, aqui destacar algumas frentes onde este momentoso mandamento está sendo quebrado.

Em primeiro lugar, furta-se sempre que o alheio é apropriado de forma frontal e violenta. Cresce assombrosamente em nossa nação os assaltos, os sequestros, os arrombamentos e a prática dos larápios que, furtivamente, subtraem o alheio. Essa forma afrontosa ou sutil de saquear o próximo e ainda atentar contra sua integridade física é uma transgressão incisiva deste mandamento.

Em segundo lugar, furta-se sempre que os recursos públicos são desviados para abastecer as contas bancárias dos poderosos. A corrupção endêmica em nosso país é uma prova insofismável de que a lei de Deus está sendo pisada como lama nas ruas. O erário público é assaltado impiedosamente. As obras públicas superfaturadas para abastecer os interesses rasteiros de políticos e empresários desonestos tiram o pão da boca do faminto e deixam desamparados os pobres. A corrupção é um crime contra a nação, é uma violência social gritante e um atentado contra o próximo.

Em terceiro lugar, furta-se sempre que na indústria e no comércio se faz propaganda enganosa para enganar os consumidores. Sempre que a indústria entrega um produto inferior ao prometido e o comércio majora os preços para auferir maiores lucros, o consumidor está sendo lesado. Deus abomina a mentira. Ele reprova balanças enganosas e pesos falsos. Deus não tolera a falta de integridade nas palavras e nas ações. Os ardis forjados para se passar um produto inferior por um preço superior é uma conspiração contra os bens do próximo e uma afronta aos seus direitos.

Em quarto lugar, furta-se sempre quando no trabalho se retém da empresa o que ela tem direito e sempre que o trabalhador retém da empresa o que não lhe pertence. O furto não é apenas de coisas, mas também de tempo, empenho e desempenho. Quando um funcionário faz corpo mole em vez de trabalhar com afinco. Quando chega sistematicamente atrasado em vez de ser pontual. Quando se apropria de objetos e bens da empresa para uso pessoal, o oitavo mandamento da lei de Deus está sendo quebrado.

Em quinto lugar, furta-se sempre que a propriedade privada é invadida, mesmo sob os auspícios de leis jeitosamente feitas para anular a lei substantiva de Deus. A propriedade privada é um direito sagrado dado pelo próprio Deus. Invadir a propriedade privada por quaisquer motivos, suplantando o direito do proprietário é uma quebra do oitavo mandamento. A apropriação indiscriminada dos bens alheios e a Estatização dos bens particulares é uma afronta à lei de Deus e um golpe ao direito do próximo. Que os homens se curvem à lei de Deus, pois ela deve ser a matriz para todas as leis humanas. Só assim, teremos uma sociedade ordeira e íntegra.

Rev. Hernandes Dias Lopes