Por Fernando Brito/Tijolaço
Ironicamente, no mesmo dia em que o empresário Léo Pinheiro, da OAS, assinou o termo de confidencialidade com os procuradores da Lava Jato, os envolvidos na delação da empreiteira vazaram para a Veja uma suposta “bomba”: acusações ao Ministro Dias Tóffoli.
Ainda não se sabe exatamente quais, porque a revista publicou a capa de sua edição da semana e mais nada. O que se diz até agora seriam “intimidades”, o que não é, obviamente, crime, mas desvio ético.
Quem conhece a situação das delações diz que há um leilão – “quem dá mais, quem dá mais” – sendo promovido pelo MP entre a OAS e a Odebrecht para fazer a delação, o que, aliás, já foi admitido publicamente pelo procurador “barbeta” Carlos Fernando.
Os grandes jornais ainda não repercutiram, talvez pela insegurança no que tem ali a revelar-se.
E, como até nossa reacionarísssima mídia sabe que a Veja é fonte de baixa confiança, a repercussão é pequena, até agora.
Mas é inevitável que isso tenha consequências no Supremo.
Não apenas porque Toffoli tem, obrigatoriamente, de reagir como, também, seu par constante Gilmar Mendes não deve estar disposto a perder seu voto replicante na corte suprema.
Tóffoli, pela sua origem petista, é o alvo mas fácil, mas só aparentemente.
Das suas origens, nada mais tem.
O MP avançou uma pedra a mais sobre o poder do Supremo.
Disputa o poder, cada vez menos discretamente.
A guerra está declarada.