Hoje, justamente hoje, faz 05(cinco) anos da morte do meu pai, mestre Hiran Silva. E isso ainda me abala e me deixa numa profunda incapacidade, ainda, de entender a morte, as perdas dolorosas da vida.
Mas mestre Hiran Silva não foi somente um pai na melhor definição da palavra, ele conseguiu ir mais além, mesmo nas suas contradições, nas suas escolhas como homem, meu pai foi uma pessoa que soube separar o amor aos filhos das suas mais profundas e pessoais opções, amava a cada um de nós como se fosse o primeiro filho ou filha, como desse o primeiro abraço, o primeiro beijo em cada encontro, uma reabilitação do Gênesis bíblico que só os pais trazem de Deus. Um homem movido a paixão, um homem na mais intensa e provocante condição de pai amoroso que ainda sugeria bons caminhos a todos nós.
Mas a crônica ensaiada/movida a emoção reconhece que mestre Hiran Silva já não está entre filhos/filhas, netos/netas, bisnetos/bisnetas para traduzir os ensinamentos e as suas vocações e, é por isso que este dia 26 de julho tem sido perverso a cada ano, e, em mim, talvez mais ainda, por ser o primogênito e ter aprendido nas palavras ditas por ele num dia qualquer: - "Vai, Emerson, ser alguém na vida!" que meu pai continua fazendo uma falta danada neste dia longo movido a tristeza.