247 publica os números reais da pesquisa Datafolha, corrigindo o erro deliberado cometido pela Folha de S. Paulo no último domingo, quando o jornal divulgou que 50% dos brasileiros acreditam que o melhor para o País seria a permanência de Michel Temer na presidência da República até 2018; na realidade, como a Folha excluiu do universo de sua amostragem os 62% dos brasileiros que preferem novas eleições, fez uma pesquisa com os 38% contrários a uma nova disputa eleitoral; se 50% destes preferem que Temer continue, eles representam 19% do total – o que significa dizer que a esmagadora maioria dos brasileiros (81%) defende uma outra saída para a crise política; os 19% de Temer são coerentes com os 14% que consideram sua administração ótima ou boa, mais 5% que preferem deixar tudo como está
247 – Pesquisa Datafolha revela: 81% dos brasileiros não querem que Michel Temer continue exercendo a presidência da República até 2018. A esmagadora maioria (62%) defende novas eleições presidenciais, enquanto 12% acreditam que a volta da presidente Dilma Rousseff ao cargo seria o melhor para o País neste momento. Apenas 19% querem que Temer se torne presidente definitivo e exerça o mandato-tampão até 2018.
Confira, abaixo, os dados:
Este gráfico, no entanto, não foi publicado pela Folha de S. Paulo no último domingo. Ao contrário disso, a Folha informou que 50% preferem que Temer continue até 2018, enquanto 32% defendem a volta da presidente Dilma Rousseff ao poder.
O que explica uma diferença tão grande? O "erro", "imprecisão" ou "fraude" foi explicado ontem por uma nota divulgada pela Folha de S. Paulo e por seu instituto. Nela, o jornal informa que não colocou diante do eleitor, na questão "o que seria melhor para o Brasil" a hipótese de novas eleições, muito embora tenha levantado, em outra pergunta, que 62% dos brasileiros defendem a realização de uma nova disputa eleitoral.
Ou seja: na prática, a Folha eliminou da amostragem de sua pesquisa que foi divulgada ao público nada menos que 62% dos brasileiros. Portanto, restariam apenas 38% do total. Se, destes 38%, metade defende que Temer fique até o final, eles representam apenas 19% da população brasileira apta a votar. O que significa, em outras palavras, que 81% são favoráveis à saída do vice-presidente em exercício.
Curiosamente, antes do impeachment, a Folha chegou a defender, em editorial, a renúncia conjunta de Dilma e Temer, propondo a saída de novas eleições. O que talvez tenha contribuído para a mudança de postura do jornal foi o fato de o ex-presidente Lula ter subido em todas as simulações de voto, passando a liderar isoladamente os cenários de primeiro turno (leia mais aqui).