
Governador do Maranhão disse que há no Brasil uma consciência democrática de respeito à Constituição que impede golpe contra o mandato da presidente Dilma Rousseff
Efrém Ribeiro/Jornal Meio Norte/Teresina
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), disse, em entrevista ao Jornal Meio Norte, que há no Brasil uma consciência democrática de respeito à Constituição que impede golpe contra o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele falou que como a presidente não cometeu crime de responsabilidade não há crime para justificar a votação de impeachment.
“Está muito claro que há uma consciência democrática da Nação mobilizada em defesa da Constituição. Mais do que defender o Governo, temos que defender o jogo democrático, temos que defender a Constituição. Trata-se de defender as regas do jogo democrático. Houve uma eleição, a presidente Dilma foi vitoriosa, conquistou e tem o direito a um mandato de quatro anos e esse mandato só pode ser interrompido, segundo a Constituição, se houver a prática de um crime cometido por ela e como está cabalmente demonstrado as ditas e chamadas pedaladas fiscais não têm capacidade de gerar esse evento, que é o impeachment”, afirmou Flávio Dino.
Jornal Meio Norte – Como o senhor analisa a solução encontrada para o transporte intermunicipal entre Teresina e Timon?
Flávio Dino – Foi um caminho institucional para a solução de um problema de mobilidade urbana e essa saída institucional é o melhor caminho para viabilizar, mediante licitação, uma empresa que preste o serviço adequado para a população de Timon e para todos aqueles que fazem diariamente esse trajeto de Timon a Teresina.
O Governo do Maranhão está realizando algumas obras de mobilidade urbana em Timon. Quais são e qual a importância delas?
Nós fizemos a recuperação emergencial da Ponte da Amizade, que tinha alguns problemas. O que temos feito desde o início da gestão foi desenvolvendo o Programa Mais Asfalto e nós agora vamos continuar. É muito importante qualificar as vias urbanas para que com isso as pessoas possam viver melhor. Timon foi a primeira cidade do Estado que recebeu o Programa Mais Asfalto e agora nós vamos retomar tão logo que seja concluída a licitação que nós abrimos e a cidade de Timon vai novamente ser beneficiada. Eu tenho compromisso com o povo de Timon, com a população de Timon. Eu sei que, obviamente, a população de Timon se relaciona com a população do Piauí e com a cidade de Teresina. O governador do Maranhão só tem que agradecer ao Governo do Piauí e, principalmente ao prefeito de Teresina, Firmino Filho, com quem temos relações de parceria, de entendimento. Se antes, o rio Parnaíba dividia o Maranhão do Piauí, o rio Parnaíba hoje une o Maranhão ao Piauí porque nós estamos juntos, com cada um cumprindo as nossas obrigações para que a população do Leste do Maranhão possa ter acesso a aquilo que merece. Em razão dessa ligação, tradicionalmente, os governantes do Maranhão têm oferecido muito pouco para a cidade de Timon e assim como eu comecei minha pré-campanha como candidato a governador do Maranhão pela cidade de Timon, a primeira obra que eu fiz como governador foi para a cidade de Timon. O prefeito Luciano Leitoa vai lembrar que eu liguei para ele e perguntei “Luciano, como é que estão as tuas ruas?”. Aí ele disse: “cheias de mato”. Aí eu disse: “iguais as minhas estradas estaduais e iguais às estradas federais porque, infelizmente, a situação era e é, em muitos sentidos, muito difícil”. Eu disse para Luciano que nós íamos fazer o Programa Mais Asfalto em 107 cidades do Maranhão e a primeira delas foi a cidade de Timon. Essa relação que eu tenho com a cidade de Timon é materializada com um conjunto de obras, como as feitas em parceria com o prefeito, com as obras do hospital, vamos ajudar a saúde de Timon, vamos fazer o Ginásio de Esportes, vamos continuar o asfalto, assim que acabar de chover, para atender outras ruas. Nós estamos presentes na cidade de Timon, cuidamos das escolas, trouxemos mais policiais para Timon, inauguramos um novo Batalhão de Polícia, trouxemos novas viaturas de polícia.
O senhor acha que o pedido de impeachment vai passar ou o senhor aposta na resistência?
Está muito claro que há uma consciência democrática da Nação mobilizada em defesa da Constituição. Mais do que defender o Governo, temos que defender o jogo democrático, temos que defender a Constituição. Trata-se de defender as regas do jogo democrático. Houve uma eleição, a presidente Dilma foi vitoriosa, conquistou e tem o direito a um mandato de quatro anos e esse mandato só pode ser interrompido, segundo a Constituição, se houver a prática de um crime cometido por ela e como está cabalmente demonstrado as ditas e chamadas pedaladas e fiscais não têm capacidade de gerar esse evento, que é o impeachment. Se não há uma causa constitucional para o afastamento da presidente da República , é claro que o povo brasileiro está diante de uma tentativa de romper as regras do jogo. Independente ou não de gostar do Governo, eu acho que é dever de todo brasileiro lutar pelo aquilo pelo qual lutamos duramente, que é a Constituição e as eleições livres, que nós fizemos em 2014 pela sexta vez consecutiva. Haverá nova eleição geral em 2018 e o povo vai escolher naquele momento o caminho que considerar mais adequado.
Como é que o senhor avalia o desembarque do PMDB do Governo do Estado?
Primeiro, não está claro que houve um desembarque do PMDB do Governo. O PMDB tinha a opção de participar ou não do Governo. É uma decisão lamentável, que significa que uma parte do PMDB resolveu abdicar do papel, que tradicionalmente esse partido teve, que foi o de defensor da democracia e acho, por outro lado, abre espaço para que a presidente Dilma Rousseff recomponha a base parlamentar do governo e consiga aquilo que nós estamos precisando, que é a estabilidade para que a economia volte a crescer, volte a retomada dos investimentos públicos e privados. Por isso mesmo, nós somos defensores do diálogo, de uma nova repactuação do governo como caminho principal para que país tenha a paz necessária.
As pessoas que estão indo para as ruas afirmam que a presidente Dilma Rousseff deve ser destituída porque há corrupção no governo? Tem corrupção?
Tem.
Tem que enfrentar?
Tem.
Tem gente que tem de ser preso?
Tem de ser preso, mas a gente tem que defender o nosso país. Cabe à polícia e à Justiça apurarem, condenarem e penderem os corruptos, têm que fazer a sua parte, mas temos que defender o Brasil para sair da crise e esse é o papel do governo.