Por Hernandes Dias Lopes/Palavra da Verdade
O terceiro mandamento de lei trata da santidade do nome de Deus. Ei-lo: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Ex 20.7). Algumas lições podem ser observadas no exame deste momentoso assunto:
Em primeiro lugar, o nome de Deus é a representação dele mesmo em toda a sua glória e majestade. Deus é revelado pelo seu nome. Seu nome é excelso, majestoso e santo. Desonrar o nome de Deus é afrontar sua pessoa, zombar de seus atributos e escarnecer de suas obras. Não há nenhum hiato entre o nome de Deus e o próprio Deus. Não existe nenhuma fenda entre o nome santo de Deus e o seu caráter santo. Afrontar o nome de Deus com palavras chulas, com vocabulário irreverente e com atitudes profanas é uma transgressão grave, que traz sobre o transgressor severo juízo.
Em segundo lugar, tomar o nome de Deus em vão é afrontar a Deus, aquele que é revestido de glória e majestade. Tomar o nome de Deus em vão é dirigir-se a ele de forma insolente e desrespeitosa. É clamar pelo nome de Deus sem um senso profundo de reverência e temor. É usar o nome de Deus para evocar aquilo que é profano e vil. É invocar o nome de Deus com os lábios para negar a Deus com a vida. É jurar em nome de Deus, em oposição aberta à sua clara proibição. É colocar o nome de Deus imiscuído com piadas indecentes, brincadeiras jocosas e palavreado subterrâneo. Tomar o nome de Deus em vão é clamar pelo seu nome numa mera repetição desprovida de entendimento. É ter o nome de Deus nos lábios, mas afrontar a glória de Deus com a vida.
Em terceiro lugar, tomar o nome de Deus em vão implica num juízo irremediável. Aqueles que tomam o nome de Deus em vão não serão tidos por inocentes. Ninguém pode zombar de Deus e sair ileso. Ninguém pode profanar o nome de Deus e escapar inculpável. Ninguém pode escarnecer do Todo-poderoso e ao mesmo tempo ser tido por inocente. O pecado é maligníssimo em si mesmo, mas o pecado de afrontar a glória de Deus e escarnecer de sua santidade é ainda mais horrendo. Todos aqueles que tiveram uma clara compreensão da majestade e da santidade de Deus prostraram-se a seus pés. Seu nome é santo. Seu caráter é santo. Sua palavra é santa. Suas obras são santas. Ele habita em luz inacessível. Ele não pode contemplar o mal. Diante dele até os serafins cobrem o rosto.
Em quarto lugar, o povo da aliança, que tem o Senhor, como o seu Deus, precisa santificar o seu nome. O terceiro mandamento contém um claro imperativo: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão…”. Essa ordem é dirigida não aos ímpios e pagãos, mas ao povo da aliança, o povo de Deus. Esse mandamento é endereçado àqueles que conhecem a Deus e à sua palavra. É remetido àqueles que já provaram a graça de Deus e foram transformados por ela. Este mandamento requer daqueles que foram tirados das trevas para a luz, a santificarem o nome de Deus, enaltecendo-o, honrando-o, glorificando-o e tornando-o conhecido entre as nações. Oh, o povo de Deus, não pode falar mal de Deus! Não pode misturar o nome de Deus com coisas indignas de Deus. Não pode arrastar o nome santo de Deus na lama da impiedade. Oh, que Deus tenha misericórdia de nós, para não sermos arrastados pela onda de impiedade e zombaria que transborda deste mundo posto no maligno! Que nossos lábios sejam tocados pelas brasas vivas do altar e que nossas palavras sejam santas, dignas daquele que nos transformou pela sua graça e nos fez seus filhos benditos e sua herança santa.