Linchado até a morte pelos vizinhos, acusado de ter abusado de duas meninas era inocente, apontou laudo do IML
O caminhoneiro Juvenal Paulino de Souza, de 58 anos, acusado de ter abusado sexualmente de duas crianças no Paraná, foi linchado pelos vizinhos. O caminhoneiro foi encontrado em uma casa na cidade de Paraíso do Norte desacordado. Ele morreu na quarta-feira, 28, devido aos ferimentos em um hospital de Paranavaí. Todavia o laudo publicado pelo Instituo Médico Legal (IML), apontou que Juvenal Paulino era inocente.
O caso aconteceu no início da semana, quando vizinhos encontraram o caminhoneiro dentro de seu caminhão com mais duas meninas menores de idade. Segundo relatos, Juvenal foi arrastado à força até uma fábrica de cerâmica na cidade, onde foi espancado até a morte.
A morte de Juvenal Paulino sem nenhuma prova ocorre em um momento de recrudescimento da repressão em todas as instâncias do país. Na última semana, por exemplo, o STF aprovou que determinada pessoa pode ser presa em segunda instância, ou seja, mesmo que ainda possa recorrer em uma terceira instância, que provas de inocência possam ser juntadas aos autos, o indivíduo pode ser condenado. É o estabelecimento de um verdadeiro Estado de exceção contra toda a população.
O número de pessoas presas sem provas no país já é altíssimo e com a mudança na legislação ele tende a aumentar. O caso de Juvenal Paulino, expressa esse aumento da arbitrariedade e da violência, no qual uma simples suspeita pode levar uma pessoa à prisão ou até mesmo à morte.
Fonte: Diário Causa Operária/Online