SARNEY É CITADO NAS MENSAGENS DE EXECUTIVOS



O ex-senador José Sarney (PMDB-AP), cujo grupo político dominou a política do Maranhão por quase 50 anos, foi citado na troca de mensagens sobre a articulação para a saída de Emília Ribeiro, conselheira da Anatel, que era contra uma tentativa de acerto da Oi para a compra da Brasil Telecom em 2012; na época, a operadora tinha como uma de suas controladoras a empreiteira Andrade Gutierrez; as mensagens estão sendo investigadas na Operação Lava Jato

Maranhão 247 - O ex-senador José Sarney (PMDB-AP), cujo grupo político dominou a política do Maranhão por quase 50 anos, foi citado na troca de mensagens sobre a articulação para a saída de Emília Ribeiro, conselheira da Anatel, que era contra uma tentativa de acerto da Oi para a compra da Brasil Telecom em 2012. Na época, a operadora tinha como uma de suas controladoras a empreiteira Andrade Gutierrez. As mensagens estão sendo investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).

Os torpedos sobre a articulação com o objetivo de afastar a conselheira da Anatel foram encontrados no celular de Otávio Marques de Azevedo, executivo da empreiteira, entre setembro de 2012 e janeiro de 2013. Ele ficou preso por oito meses a partir das investigações da Lava Jato e está respondendo a acusações de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

Em uma das mensagens reveladas pelo jornal Folha de São Paulo (veja aqui), o diretor de Planejamento da Oi, João de Deus Pinheiro Macedo, afirma que Azevedo recebeu uma mensagem de "caipirinha" – que seria João Rezende, presidente da Anatel.

"Aperte a blitz [contra a conselheira]. O ministro reclamou dela para o Renan [Calheiros]. E ficaram de conversar semana que vem junto com o Sarney. É importante desmobilizar ela (sic)", dizia a mensagem de "caipirinha".

Outra mensagem de João de Deus para Azevedo refere-se ao peemedebista como "Bigode" e a Emilia Ribeiro como "Bigoduda". "Bigoduda procurou Bigode e (ilegível) sobre recondução. Bigode falou com as 2 mulheres. Alagoas designado para tratar".

A Oi não quis comentar o teor das mensagens e que o advogado que cuida do caso de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, não enviou resposta. A reportagem do jornal paulista também não obteve contato com Deus Pinheiro Macedo, mas não obteve contato.