Em referência ao caso do tríplex do Guarujá, jornalista Ricardo Boechat questiona “o ímpeto de acusar e julgar de uma só tacada, como fazia a Santa Inquisição”; “eu, jornalista, sou um mero fio condutor, não carrasco que decapitará o criminoso com o meu olhar, o meu ponto de vista sobre os fatos. O que eu penso e acho sobre o PT, como jornalista, pouco ou nada importa fora das páginas dos editoriais”
247 – Ao citar o caso do tríplex do Guarujá, o jornalista Ricardo Boechat questiona “o ímpeto de acusar e julgar de uma só tacada, como fazia a Santa Inquisição”.
“Eu, jornalista, sou um mero fio condutor, não carrasco que decapitará o criminoso com o meu olhar, o meu ponto de vista sobre os fatos. O que eu penso e acho sobre o PT, como jornalista, pouco ou nada importa fora das páginas dos editoriais”.
Leia na íntegra seu relato sobre o caso:
É estranho que o dono de uma empreiteira, a OAS, sirva de fato de cicerone a Lula ao apartamento no Guarujá.
Estranho também, concordo, que se pague a reforma com malas de dinheiro. Suspeito no mínimo.
Agora eu escolhi uma profissão nobre, o Jornalismo. Orgulho-me dela apesar de vê-la definhando.
Não fiz advocacia, não tenho o ímpeto de acusar e julgar ninguém de uma só tacada, como fazia a Santa Inquisição.
Como fez a mídia nativa no episódio da Escola de Base e em tantos outros.
É notícia dizer que o ex-presidente comprou um barco de alumínio por quatro mil reais? Tenho dúvidas;
Não defendo o PT e o senhor Lula. Muito ao contrário.
Sou um ácido crítico do que se fez no País com esta política econômica tresloucada, o assalto à Petrobrás.
Terem traído o legado de um governo que poderia ter um viés social.
Isto não tem perdão, ao menos em minha cartilha.
Mas há uma diferença clara, pelo menos a mim. A régua, a tábua rasa do Jornalismo.
Uma profissão nobre, que deve informar, não julgar.
Quem julga é o leitor.
E eu, jornalista, sou um mero fio condutor, não carrasco que decapitará o criminoso com o meu olhar, o meu ponto de vista sobre os fatos.
O que eu penso e acho sobre o PT, como jornalista, pouco ou nada importa fora das páginas dos editoriais.
É o que penso.